Roberto Carlos e a canção “Hei, Rei” do Cazuza – Tributos Musicais (2)

DO TEXTO: O repertório de Roberto Carlos não foi visitado pelo Cazuza, mas ele homenageou o rei com a canção “Hey, Rei!", de autoria do Cazuza e Frejat, com...
Vista de palco pelos espectadores.



Cazuza foi um cantor à frente do seu tempo, irreverente e com uma enorme capacidade de ironizar



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Nesta segunda edição da série “Tributos Musicais” trazemos a homenagem feita pelo cantor, compositor e um dos principais poetas da música brasileira, Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido por Cazuza. Morreu muito jovem vitima de um choque séptico causado pela AIDS, no Rio de Janeiro, no dia 7 de julho de 1990, aos 32 anos.

Foi vocalista da banda Barão Vermelho e uma bem sucedida parceria com Frejat. Depois seguiu carreira solo, sendo detentor de inúmeros sucessos como: “Exagerado”, “O Nosso Amor a Gente Inventa”, “Ideologia”, “Brasil”, “Faz Parte do Meu Show”, “O Tempo Não Para”, ”Pro Dia Nascer Feliz” “Codinome Beija-Flor”, entre outras.

Cazuza foi um cantor à frente do seu tempo, irreverente e com uma enorme capacidade de ironizar, fazer criticas contundente e questionar o sistema político brasileiro. Suas canções são atemporais e trazem frases memoráveis.

O repertório de Roberto Carlos não foi visitado pelo Cazuza, mas ele homenageou o rei com a canção “Hey, Rei!”, de autoria do Cazuza e Frejat, com letra do primeiro. Esta música faz parte do álbum póstumo “Por Aí...”, lançado em 1991, com canções não aproveitadas do seu último disco. 

Em entrevista ao programa da Luciana Gimenez, na Rede TV, Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, ao comentar a música “Hey, Rei!”, disse que Roberto Carlos nunca se manifestou sobre a homenagem que o filho Cazuza fez para ele. “Acho que ele não gostou”, relatou. 

Esse posicionamento pode se justificar por uma citação polêmica em um dos versos da canção-tributo que diz: “... Nós dois fumamos tranquilos/ O cigarro proibido...”. 

Veja abaixo a letra de “Hey, Rei!” e ouça no vídeo o áudio da interpretação  de Cazuza. 
 

Hei, Rei! – Cazuza/Frejat

Seus olhos são tristes
E fundos como os meus
E os meus cabelos já não têm mais caracóis

Você é um rei
Eu sou um barão
Eternamente vermelho
Totalmente doidão

Nós dois cantamos o amor
E aprendemos a aceitar a dor
E a tua voz me acalma o coração

Nós dois fumamos tranquilos
O cigarro proibido
Prometemos o céu
Pra cada homem ou mulher

Somos seres delicados
Somos dois exagerados

Hei, rei!
Eu também errei
Estamos na estrada certa
A trilha louca do poeta

Hei, rei!
Eu também errei
Estamos na estrada certa
A trilha louca do poeta

Você tem uma ideologia
Eu tenho outra opinião
Você é o pierrô retrocesso
Com a graça de Deus
Tamos fazendo sucesso

Hei, rei!
Eu também errei
Estamos na estrada certa
A trilha louca do poeta

Hei, rei!
Eu também errei
Estamos na estrada certa
A trilha louca do poeta


 
 Hey, Rei - Cazuza



*Carlos Marley, nasceu na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará – Brasil, onde reside. Formado em Ciências Contábeis, pela Universidade Federal do Ceará, com especialização em Auditoria. Auditor Fiscal aposentado da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará. Leia Mais sobre o autor...

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5 Comentários

Comentários

  1. Mais um excelente artigo do Robertólogo Carlos Marley que mais uma vez justifica a citação que me acompanha "Andamos sempre a aprender e morremos sem saber".
    É, de facto, uma canção dirigida a Roberto Carlos, sem dúvida, mas não tenho a certeza se tenha sido um tributo e se calhar foi isso que pensou Roberto Carlos.
    Com efeito, eu no lugar dele, desconfiava de algumas partes da letra, tais como:
    "Nós dois fumamos tranquilos o cigarro proíbido, Prometemos o céu Pra cada homem ou mulher".
    Desconheço se Roberto fuma ou fumou o algum cigarro proibido, mas se fuma ou fumou, ninguém precisava de saber.
    "Somos seres delicados
    Somos dois exagerados"
    Roberto Carlos é exagerado em quê? Se se refere ao TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), isso não é um exagero mas sim uma doença.
    "Hei, rei!, Eu também errei".
    O "também" significa que o Roberto Carlos errou. Errou nalguma coisa grave que justificasse essa menção? É que errar todos nós erramos.
    "Você é o pierrô retrocesso"
    Esta nem comento.
    Grande abraço Robertocarlistico.

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  2. Nobre colega Armindo, agradeço o comentário. O Cazuza utilizou o eu lírico para espelhar suas características e a sua trajetória artística, utilizando como referência o cantor Roberto Carlos. As citações distorcidas utilizada na letra podem ter uma interpretação ampla e nunca foi explicada pelo autor. Por exemplo, “cigarro proibido” pode ser entendido como uma espécie de droga ou apenas um vício. Onde é dito “Hey , rei! Eu também errei”. O erro pode ter sido também por ter prometido o céu pra cada homem ou mulher. Quanto à utilização dos dois gêneros ele usou a conjunção ou, portanto pode ser somente para uma espécie ou outra. Na expressão somos seres “delicados” a palavra delicado pode ser utilizado como uma gíria ou como um adjetivo (cortês, atencioso, afável). O adjetivo exagerado não é pejorativo foi usado apenas para lembrar uma de suas canções com o título homônimo. Na expressão “Um pierrô retrocesso” o pierrô faz menção um personagem ingênuo e sentimental criado pela comédia italiana. O pierrô do teatro francês é conhecido por suas vestes muito larga e enfeitada com pompons e tem gola grande e franzida. Este último tem um caráter de um palhaço triste. Os dois nos faz voltar no tempo, ou seja, um retrocesso. Neste contexto e apesar do exagero do eu lírico considero a canção como sendo uma homenagem a Roberto Carlos.

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  3. Caro Marley, respeito a tua opinião, mas continuo com a minha.
    Sim. Alguns mandam coisas para o ar e depois quem quiser que interprete à sua maneira. O que interessa é vender.
    - Droga ou vício, ninguém tem nada com isso.
    - Que eu saiba, o Roberto nunca prometeu o céu pros homens nem pras mulheres.
    - Nada referi sobre os géneros nem dei relevância à expressão "delicados".
    - Toda a gente conhece o "Pierrot", mas acho que ninguém o conhece como sendo sinónimo de retrocesso.
    Partindo do princípio que todos nós erramos, o que foi que o Roberto errou de tão especial para ser mencionado na letra? Seria apenas por a palavra "errei" ter dado jeito para rimar com "Hei, rei"?
    O que eu penso é que muitos tanto querem jogar com as palavras para impressionar que acabam por impressionar, mas pela negativa.
    São ideias.
    Grande abraço.

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    1. Nobre colega Armindo, não fique triste não se zangue com tudo que eu vou lhe falar. Como eu disse no meu texto e foi colocado como destaque no artigo o Cazuza é um cantor irreverente e com enorme capacidade de ironizar. A minha ideia original era apresentar um novo olhar para os pontos polêmicos da canção e provocar um debate entre os fãs e admiradores do Roberto. Agradeço mais uma vez a sua participação e concluo com algumas expressões utilizadas por Roberto em suas canções “Eu te darei o céu meu bem e o meu amor também”. Não foi a sua intenção mais também mandou essa “E que tudo mais vá pro inferno” e digo mais, Roberto Carlos é uma cachaça pra mim.

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  4. eheheheh Olá, Marley! Tal como tu, eu também pensava que os nossos comentários fossem originar aqui um bate-papo entre os nossos amigos fãs do NMQT, mas se calhar andam todos ocupados a pensar quando sairá o novo CD de originais, que se limitam a ler os nossos comentários e nada dizem, os malandros. Vamos fazer queixa ao Roberto? Abraço. 😀😀

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