Entenda os tipos de rinoplastia que existem e quais suas indicações

DO TEXTO: Rinoplastia é o procedimento que altera a estética e a funcionalidade do nariz através da manipulação de estruturas como cartilagem, osso e pele.

Exemplo de marcação no nariz em rinoplastia.


Cirurgião plástico explica as vantagens e desvantagens das diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis atualmente para alterar a estética e a funcionalidade do nariz

São Paulo – janeiro 2023 - Sonho de muitos, a rinoplastia figura entre as cirurgias plásticas mais populares no Brasil e no mundo. “De maneira geral, a rinoplastia é o procedimento que altera a estética e a funcionalidade do nariz através da manipulação de estruturas como cartilagem, osso e pele. Dessa maneira, é possível alterar o tamanho ou formato do nariz, mudar a largura das narinas, realinhar o ângulo entre o nariz e o lábio superior e até mesmo resolver problemas respiratórios”, explica o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez*, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. Apesar da popularidade, a rinoplastia ainda é cercada de dúvidas, principalmente quanto aos diversos tipos existentes do procedimento, já que basta uma pesquisa rápida no Google para encontrar uma enorme lista de técnicas que alteram a aparência do nariz, incluindo a rinoplastia estruturada, preservadora, funcional e secundária, o que pode gerar certa confusão e receio naqueles que estão pensando em se submeter à cirurgia. É claro que é função do cirurgião plástico explicar essas diferenças e recomendar a melhor opção para seu caso, mas é sempre interessante saber o que há disponível hoje nesse sentido, até mesmo para questionar sobre a possibilidade de uma técnica ou outra com seu médico. Pensando nisso, convidamos o Dr Paolo para explicar as principais técnicas e tipos de rinoplastia realizadas atualmente, o que você pode conferir abaixo:

Rinoplastia redutora: Apesar de ser uma técnica mais antiga e tradicional, a rinoplastia redutora é, de maneira geral, menos realizada do que os outros métodos disponíveis atualmente. “Isso porque a rinoplastia redutora consiste, como diz o nome, na redução das estruturas do nariz, como ossos e cartilagens, para conquistar um nariz menor e mais delicado. O problema é que, nessa técnica, não há grande preocupação com a estruturação, o que faz com que o nariz, com o passar do tempo, sofra um estresse maior devido a fatores como a respiração e o processo de envelhecimento. Como resultado, o nariz pode apresentar alterações em suas estruturas, levando a deformações no resultado da cirurgia e até mesmo dificuldades respiratórias”, alerta o especialista. 

Rinoplastia estruturada: Figurando entre um dos métodos mais realizados atualmente, a rinoplastia estruturada surgiu justamente como um contraponto à rinoplastia redutora e outras técnicas cirúrgicas que não se preocupavam tanto com a estruturação do nariz. “O grande diferencial da rinoplastia estruturada está justamente no fato de utilizar cartilagens do próprio paciente para conferir maior sustentação ao nariz e permitir que seja moldado para conquistar um resultado mais harmônico, natural e duradouro”, destaca o cirurgião plástico. “Recomendada para a grande maioria dos casos, a rinoplastia estruturada é geralmente realizada por meio da metodologia aberta, na qual o cirurgião realiza incisões que permitem que a pele do nariz seja erguida para expor completamente as estruturas internas, o que facilita a visualização dos pontos que precisam ser corrigidos, garantindo resultados mais previsíveis e satisfatórios.”

Rinoplastia preservadora: A rinoplastia preservadora é a técnica cirúrgica que mais vem sendo estudada ao redor do mundo nos últimos anos, segundo o cirurgião plástico. O principal objetivo dessa técnica é manter ao máximo as estruturas originais do nariz durante a cirurgia, como ligamentos e cartilagens, para que ele sofra com um menor processo cicatricial, apresentando menos inchaço e uma recuperação mais rápida. “Na rinoplastia preservadora o tempo de cirurgia tende a ser menor e usa-se menos cartilagem para os chamados enxertos, o que resulta em menor trauma e, consequentemente, uma cicatrização mais rápida e previsível”, diz o Dr. Paolo. “Apesar de ser interessante para aqueles que realizarão a cirurgia pela primeira vez, já que manipula menos as estruturas do nariz, assim facilitando uma segunda intervenção caso seja necessária, a rinoplastia preservadora não possui uma aplicação tão ampla e, muitas vezes, é utilizada em associação com a rinoplastia estruturada. Nestes casos, realizamos a rinoplastia preservadora em algumas partes do nariz e a técnica estruturada em outras, sobretudo na ponta nasal”, diz o médico.

Rinoplastia ultrassônica: Indicada para qualquer paciente que tenha necessidade de tratar a parte óssea do nariz, a rinoplastia ultrassônica é outra técnica recente que, de acordo com o cirurgião plástico, consiste no uso de um aparelho que emite vibrações ultrassônicas para tratar a parte óssea do nariz de forma menos traumática. “Essa técnica tem como vantagem o fato de ser mais precisa e preservar estruturas importantes do nariz, como cartilagem, mucosa e vasos sanguíneos presentes na região, resultando em menos inchaço, sangramento, hematoma e inflamação no período pós-operatório. Isso faz com que o processo de recuperação do procedimento seja mais rápido e mais tranquilo, permitindo ao paciente retornar às atividades rotineiras mais rapidamente”, destaca o Dr. Paolo. De acordo com o médico, por ser mais precisa, os resultados da rinoplastia ultrassônica são mais previsíveis, além de ocasionar cicatrizes menos aparentes, já que, nesse procedimento, não há necessidade de incisões na parte externa do nariz.  “Geralmente, o resultado definitivo da rinoplastia estruturada é alcançado em 6 a 12 meses. Mas na rinoplastia ultrassônica esse período tende a ser menor, justamente por causar menos inchaço”, afirma.

Rinoplastia reparadora, secundária e funcional – Esses termos se referem, na verdade, ao emprego de alguma das técnicas já citadas acima para diferentes finalidades. De acordo com o médico, a rinoplastia funcional, por exemplo, é o procedimento que visa tratar problemas funcionais que afetam a saúde respiratória do paciente, como o desvio de septo, que é o deslocamento lateral da cartilagem e do osso que separam as narinas, e a hipertrofia dos cornetos nasais, popularmente conhecida como carne esponjosa. “Nesses casos, a rinoplastia visa o reposicionamento e a reconstrução das estruturas relacionadas diretamente com a função respiratória, como as válvulas nasais, que regulam o fluxo de ar inspirado e expirado, o septo e os cornetos”, afirma. A rinoplastia reparadora, por sua vez, é aquela que visa corrigir danos estéticos no nariz causados por acidentes e traumas, enquanto a rinoplastia secundária, ou rinoplastia de revisão, é a realização de uma segunda cirurgia plástica no nariz por problemas estéticos e funcionais relacionados ao resultado do primeiro procedimento. “Mais complexa pela alteração prévia da estrutura nasal e formação de tecido de cicatrização e fibrose na região, a cirurgia de revisão da rinoplastia pode ser indicada por fatores diversos, incluindo, por exemplo, a insatisfação do paciente com os resultados e assimetrias, deformidades, diminuição da capacidade respiratória e outras complicações causadas pela primeira rinoplastia”, completa.

E a rinomodelação? Ao pesquisar sobre a rinoplastia, muitas pessoas acabam se deparando com o termo rinomodelação, que, apesar do nome semelhante, não é uma cirurgia plástica, mas sim uma técnica que usa preenchedores como o ácido hialurônico para modificar o nariz de maneira menos invasiva. “Mas vale ressaltar que a rinomodelação não é uma substituta da rinoplastia, já que é um procedimento mais limitado, sendo geralmente indicada para pacientes com leves assimetrias e imperfeições no nariz. Além disso, pode ser uma opção interessante para pacientes que desejam ter uma ideia de como ficará o resultado na rinoplastia antes de se comprometerem com o procedimento, visto que o resultado da rinomodelação não é definitivo, com o ácido hialurônico sendo absorvido pelo organismo após cerca de um ano. Além disto, ele é indicado para narizes que precisam de aumento, na medida em que não é possível reduzir as estruturas. Outra limitação é sobre a parte funcional, que não pode ser tratada neste caso ”, ressalta o Dr Paolo.

Por fim, vale lembrar que, mais importante do que decorar os diferentes tipos de rinoplastia disponíveis hoje, é buscar um cirurgião devidamente qualificado e experiente e escutá-lo de cabeça aberta. “O médico, após uma profunda avaliação dos seus desejos e das estruturas que compõem a harmonia facial, poderá recomendar a melhor opção de procedimento com base nas suas expectativas e características”, finaliza o Dr Paolo Rubez.

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 DR. PAOLO RUBEZ- Cirurgião plástico formado pela UNIFESP, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico tem 7 Observerships com o Dr. Bahman Guyuron em Cirurgias Plásticas Faciais, em Cleveland – EUA. Instagram: @drpaolorubez

 


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