Roberto Carlos e Gal Costa – O Grande Encontro (15)

DO TEXTO: Gal foi eleita a sétima maior voz da música brasileira pela Revista Rolling Stone Brasil em 2012.
Erasmo Carlos, Gal Costa e Roberto Carlos.


Discografia de Gal é composta por diversas canções do repertório do Roberto Carlos




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Nesta edição, a série “... O Grande Encontro” traz um dos maiores nomes da MPB e musa da tropicália, a cantora Maria da Graça Costa Penna Burgos, conhecida como Gal Costa. Nascida em Salvador, Bahia, em 26 de setembro de 1945, que faleceu na cidade de São Paulo, no dia 9 de novembro, aos 77 anos. 

Gal foi eleita a sétima maior voz da música brasileira pela Revista Rolling Stone Brasil em 2012 (edição, 73, outubro). Nesta edição especial de aniversário de seis anos, foram selecionadas as 100 maiores vozes da história da nossa música. Roberto Carlos aparece nesta lista na sexta posição.  

Além do seu talento musical e da sua personalidade, Gal foi uma mulher à frente do seu tempo: ousando nas capas dos seus CD. No álbum “Índia” (1973), mostra imagens de seus quadris em uma tanga vermelha. Na parte de trás, ela aparece com os seios à mostra (censurada na época). Em 1985, poucos meses antes de completar 40 anos, pousou nua para a revista Status (edição 127). Em 1994, o show “O sorriso do Gato de Alice”, com direção de Gerald Thomas, causou polêmica com a encenação da cantora. Gal entrava no palco quase se arrastando no chão e, ao cantar “Brasil” de Cazuza, mostrava os seios nus à plateia.

Com a sua voz inconfundível, sua afinação, seu timbre de cristal e seus agudos impossíveis para quem não possui a capacidade vocal, passou por vários estilos musicais, deixando a sua marca em cada um deles.

A discografia de Gal é composta por diversas canções do repertório do Roberto Carlos -autorais e de outros compositores ̶além das canções compostas especialmente para ela como: ”Meu Nome é Gal” (1969) e “Musa de Qualquer Estação” (1985), ambas de Roberto e Erasmo Carlos. Vale ressaltar que entre as músicas gravadas por Gal tem a canção “Baby” de Caetano Veloso, onde Roberto é citado no verso “... ouvir aquela canção do Roberto...”. Relacionamos a seguir as composições de Roberto e Erasmo Carlos gravadas por Gal: “Se você pensa”; “Vou recomeçar”; “Meu nome é Gal”; “Eu sou terrível”; “Sua estupidez”; “Olha”; “Jovens Tardes de Domingo” (trilha sonora da telenovela “Zazá” da Rede Globo); “Detalhes” (dueto com Erasmo Carlos) e “As curvas da estrada de Santos”. De outros autores destacamos as composições de Caetano Veloso: “Como dois e dois”;  e “Força estranha”, da Isolda “Outra vez”, do Silvio Cesar “Pra Você” (trilha sonora da telenovela “Torre de Babel” de Silvio de Abreu na Rede Globo. Tem também “Índia, Jose Assunción Flores, Manuel Ortiz Guerrero, Versão José Fortuna, 1973”, entre outras.

Gal Costa participou três vezes dos especiais do Roberto Carlos. Em 1983, com o rei cantou “Olha” e sozinha interpretou “Baby”. No ano de 1986, fez dueto com Roberto na canção “Aquarela do Brasil”. No ano de 1997, Roberto e Gal cantaram juntos as canções “Sua Estupidez” e “Jovens Tardes de Domingo”. 

Gal Costa é a cantora com mais gravações da canção “Sua estupidez”. A primeira foi no compacto duplo, 1969.  Seguiram-se  mais quatro regravações ao vivo, que foram incluídas nos seguintes álbuns: “Fa-Tal - Gal a Todo Vapor” (1971), “Acústico MTV” (1997), “A Pele do Futuro” (2019)” e o dueto da sua participação no especial do rei em 1997, que foi incluído no álbum “Duetos” (2006) do Roberto Carlos.   

Veja o que disse Roberto Carlos, durante seu show no dia 9 de novembro, após cantar a canção “Sua estupidez”: "Eu quero dizer uma coisa importante, triste, mas importante. Esta música, 'Sua Estupidez', fez mais sucesso na voz de Gal Costa. O sucesso realmente foi dela, e hoje é um dia muito triste porque Gal nos deixou". 
 
Ainda no show fez mais uma homenagem a Gal: "E eu não posso deixar de dizer o quanto Gal deu de alegria, de beleza, de sentimento, enfim, de romantismo em tudo aquilo que ela fez e em tudo aquilo que ela gravou.”.
Roberto Carlos estendeu a sua homenagem a Rolando Boldrin, que morreu no mesmo dia de Gal, dizendo:"Eu não posso deixar de dizer que essas pessoas, Rolando e a Gal, são pessoas muito lindas, que enfeitaram as nossas vidas durante todo o tempo que viveram. Eu não quero pedir um minuto de silêncio, eu quero pedir um minuto de aplausos para eles.".

Revejam nos vídeos abaixo os encontros inesquecíveis desses grandes ícones da música brasileira.  

Clique no título para assistir ao respetivo vídeo. 

 

Olha - Gal e RC (Especial 1983)
Aquarela do Brasil - Gal e RC (Especial 1986)
Sua estupidez – RC e Gal (Especial 1997)
Jovens tardes de domingo - RC e Gal (Especial 1997)



*Carlos Marley, nasceu na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará – Brasil, onde reside. Formado em Ciências Contábeis, pela Universidade Federal do Ceará, com especialização em Auditoria. Auditor Fiscal aposentado da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará. Leia Mais sobre o autor...

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2 Comentários

Comentários

  1. Marley, só mesmo tu para escreveres tão magnifico texto sobre a Gal Costa, da qual sempre fui fã. Esta tua frase "a sua voz inconfundível, sua afinação, seu timbre de cristal e seus agudos impossíveis", é uma verdade e na minha opinião nada melhor do que ouvirmos a minha preferida cantada por ela "Índia", na qual tais características estão bem patentes e a mim causa arrepios ao ouvi-la. Não resisti e coloquei "Índia" no player que se encontra na lateral direita do blogue. Obrigado, Marley, por mais este excelente artigo. Abraço.

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    1. Nobre colega Armindo, obrigado por seu comentário. Gal vai deixar uma lacuna impreenchível na música brasileira.

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