Diabetes na adolescência x Qualidade de vida: é possível?

DO TEXTO: Sendo um problema de saúde pública, a doença gera preocupações, ainda mais quando se trata da população mais jovem.

Colher ceia de açucar com um morango

Com a doença controlada, é possível viver bem e se alimentar de forma prazerosa; cerca de 1,1 milhão de jovens convivem com o problema no Brasil

O diabetes é uma doença crônica provocada pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue. A glicose é extremamente importante para o organismo, pois é a fonte de energia das células do corpo humano. Quando ocorre a sua elevação no sangue, decorrente da falta ou defeito na ação de insulina, o hormônio que a controla, o corpo passa a sentir de diferentes maneiras e o diagnóstico positivo passa a ser uma realidade.

Atualmente, o Ministério da Saúde estima que o diabetes afeta cerca de 250 milhões de pessoas ao redor do mundo. Só no Brasil são aproximadamente 16,8 milhões de pessoas (20 a 79 anos) com a doença.

“Existem diferentes tipos de diabetes, os mais conhecidos são do tipo 1, que é quando existe a deficiência completa de insulina, e acomete principalmente pessoas mais jovens, como crianças e adolescentes. Já o Diabetes tipo 2, que é o mais comum, afeta principalmente pessoas mais velhas e está associado à obesidade e sedentarismo. Nesse caso, a pessoa sofre com uma resistência insulínica, ou seja, a insulina tem maior dificuldade em controlar o nível de glicose”, explica Luana Ramaldes, endocrinologista da Assistência Médica Ambulatorial - Especialidades (AMA-E) Capão Redondo, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP).

Sendo um problema de saúde pública, a doença gera preocupações, ainda mais quando se trata da população mais jovem. Conforme o Ministério da Saúde, existem cerca de 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos que apresentam diabetes tipo 1 no país.

“Normalmente, o diabetes tipo 1 surge quando o organismo começa a produzir anticorpos contra a célula que produz a insulina (célula beta). Quando se trata dos jovens, é preciso controle rigoroso. É necessário ter uma boa orientação na questão alimentar, evitar o açúcar, carboidratos simples, doces e refrigerantes, e contar com a aplicação certa da insulina. Além, é claro, de realizar acompanhamento médico regular e todos os exames necessários para o controle da doença”, complementa a médica.

Se não tratado da maneira certa, o quadro pode impulsionar lesões renais, infarto, acidente vascular cerebral e risco de cegueira, além de aumentar a possibilidade de amputações não traumáticas. Normalmente, os exames de sangue, glicemia de jejum, hemoglobina glicada e curva glicêmica colaboram para um diagnóstico preciso.

Mas é possível ter diabetes e qualidade de vida?

De fato, os hábitos diários passam a mudar com a identificação da doença, mas isso não significa o fim. “Há ainda muito preconceito em relação à doença, existe também uma ligação que a pessoa com diabetes come muito doce, o que nem sempre é verdade. A causa da doença não está associada a isso. O paciente, muitas vezes, sente-se amedrontado com o tratamento. Para alguns, parece uma sentença de morte, mas não é. É algo essencial para controlar a doença e diminuir complicações”, afirma a endocrinologista.

A alimentação é o ponto-chave quando se trata dos cuidados necessários e passa por transformações. Quando se é um jovem com a doença e existe a responsabilidade do controle glicêmico, muitas dúvidas podem surgir.

Existe a ideia de que o diabético precisa fazer uma dieta rigorosa, mas, na verdade, o que se espera é um planejamento e organização dos hábitos alimentares. Assim, é possível aproveitar e comer de forma prazerosa, como qualquer pessoa.

“O cuidado para quem tem diabetes está na quantidade do alimento ingerido, principalmente os ricos em carboidratos. Pode-se comer de tudo, desde que de forma moderada, planejada e sempre que possível fazendo escolhas saudáveis”, destaca a nutricionista Marlucy Lindsey Vieira, que atende na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Nakamura, gerenciada pelo CEJAM em conjunto com a SMS-SP.

Receitas de doces como pudim, mousses, suspiro, muffins e picolé de baunilha, por exemplo, são receitas de boa aceitação entre diabéticos, mas com a inclusão do adoçante culinário no lugar do açúcar. Outra opção para adoçar receitas com boa aceitação é a fruta. Assim, é possível apreciar um ótimo bolo de caneca, adoçado com banana, ou um doce de abóbora, adoçado com coco ralado sem açúcar.

Além da alimentação, é recomendado a prática de exercícios físicos, a não ingestão de bebidas alcoólicas, não fumar e manter o acompanhamento com uma equipe de saúde multidisciplinar, contribuindo para uma vida longa e com qualidade de vida.

Ações de conscientização

Para conscientizar a população a respeito do diabetes, durante o mês de novembro, o CEJAM contará com palestras, rodas de conversas e discussões nas unidades de saúde que gerencia.

Na ocasião, serão ofertados gratuitamente testes glicêmicos, avaliação do pé diabético, pressão arterial, oferta de exames de rastreamento e aferição dos SSVV e glicemia de jejum.

Confira abaixo as datas e as unidades que desenvolverão ações em São Paulo, nas regiões do Jardim Ângela e Capão Redondo:

04/11 a 18/11 - UBS Jardim Eledy

10/11 - UBS Jardim Macedônia

10/11 - UBS Jardim Nakamura

11/11 - UBS Jardim Santa Margarida

11/11 UBS Jardim Paranapanema

14/11 Hospital Dia M' Boi Mirim II

14/11 UPA Vera Cruz

14/11 - UBS Jardim Germânia

14/11 - UBS Jardim Aracati

14/11 - UBS Jardim Caiçara

14 A 18/11 - AMA/UBS Integrada Parque Novo Santo Amaro

16/11 - UBS Jardim Lídia

16/11 - UBS Alto Da Riviera

16/11 - UBS Parque Do Engenho

16/11 - UBS Jardim Herculano

16 a 18 /11 – AMA/UBS Parque Fernanda

17/11 - UPA Jardim Ângela

17 e 24/11 - UBS Vera Cruz

22/11 - UBS Jardim Valquíria

22/11 - CAPS Adulto II Jardim Lídia

23/11 - UBS Parque Do Lago

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Sobre o CEJAM   

O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Peruíbe e Itapevi.

Com a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde, o CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.


 


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