Autor reflete sobre questões sociais da atualidade a partir de um contexto histórico que culminou na maior revolta de escravizados do Brasil
Em busca de trazer para a ficção as discussões mais profundas da sociedade, Corisco Moura, pseudônimo de Rodrigo de Novaes Lima, aborda em Dois levados numa jangada as dificuldades da população negra que habitava a antiga capital brasileira – Salvador – no século XIX.
Ao mergulhar em raízes, credos, línguas, particularidades e costumes dos povos antigos da capital baiana, as histórias dos amigos africanos Bomani, Akin e da brasileira Tereza cruzam-se com a de Joshua, tenente da marinha da Inglaterra. O leitor viajará pelas paisagens de Salvador e encontrará estes personagens que quebram as barreiras dos idiomas, partilham culturas e dividem os próprios anseios e conflitos internos.
A narrativa tem como cenário a Revolta dos Malês, o maior combate popular social de escravizados do Brasil, em 1835. Ciente dos inúmeros debates políticos e sociais que ferem os direitos das minorias no mundo atual, o autor mostra comprometimento com os eventos históricos retratados e faz questão de explicar os termos utilizados. Para isso, entre outros consultados, contou com a ajuda de Tatiana Tozzi, especialista em religiões de matriz africana.
Na capital da Bahia os arranjos eram outros. Um quarto da população era de brancos. A mesma medida era composta por forros, tanto negros quanto crioulos. Todo o restante, metade ou mais das pessoas, era de escravos. Nos clandestinos navios negreiros, já pelo caminho, viam-se despidos das disposições sociais que guardavam na África(Dois levados numa jangada, p. 28)
Romancista estreante, Corisco Moura mescla experiências do seu cotidiano na assistência de saúde pública, como o fato de já ter trabalhado como médico em comunidades indígenas em Roraima. É diante desta conjunção que Dois levados numa jangada, por meio das conversas entre os amigos, das cerimônias religiosas, das rodas de capoeira, dos amores e dos encontros na mata, embala um fio de esperança pela libertação dos escravizados e levanta dúvidas sobre um futuro incerto para esse povo que – até os dias atuais – luta contra o preconceito e a indiferença de toda sociedade.
Sobre o autor:Corisco Moura é o pseudônimo de Rodrigo de Novaes Lima. Rodrigoé médico de família e mestre em saúde coletiva pela UFSC. Paulistano, radicado há 8 anos em Florianópolis, por alguns anos colaborou com como ensaísta do Jornal Empoderado, periódico que trata de causas sociais de das bandeiras da população negra. Site: https://coriscomoura.com - Redes Sociais: Facebook | Instagram
Em busca de trazer para a ficção as discussões mais profundas da sociedade, Corisco Moura, pseudônimo de Rodrigo de Novaes Lima, aborda em Dois levados numa jangada as dificuldades da população negra que habitava a antiga capital brasileira – Salvador – no século XIX.
Ao mergulhar em raízes, credos, línguas, particularidades e costumes dos povos antigos da capital baiana, as histórias dos amigos africanos Bomani, Akin e da brasileira Tereza cruzam-se com a de Joshua, tenente da marinha da Inglaterra. O leitor viajará pelas paisagens de Salvador e encontrará estes personagens que quebram as barreiras dos idiomas, partilham culturas e dividem os próprios anseios e conflitos internos.
A narrativa tem como cenário a Revolta dos Malês, o maior combate popular social de escravizados do Brasil, em 1835. Ciente dos inúmeros debates políticos e sociais que ferem os direitos das minorias no mundo atual, o autor mostra comprometimento com os eventos históricos retratados e faz questão de explicar os termos utilizados. Para isso, entre outros consultados, contou com a ajuda de Tatiana Tozzi, especialista em religiões de matriz africana.
Romancista estreante, Corisco Moura mescla experiências do seu cotidiano na assistência de saúde pública, como o fato de já ter trabalhado como médico em comunidades indígenas em Roraima. É diante desta conjunção que Dois levados numa jangada, por meio das conversas entre os amigos, das cerimônias religiosas, das rodas de capoeira, dos amores e dos encontros na mata, embala um fio de esperança pela libertação dos escravizados e levanta dúvidas sobre um futuro incerto para esse povo que – até os dias atuais – luta contra o preconceito e a indiferença de toda sociedade.
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