"Canção Portuguesa" com André Baleiro & João Paulo Santos - CCB 29/10

DO TEXTO: Concertos Nómadas - Recital da Canção Portuguesa no CCB.
Cartaz alusivo ao recital da Canção Portuguesa no CCB.



Concertos Nómadas
André Baleiro & João Paulo Santos
Canção Portuguesa


CCB . 28 outubro . sexta-feira . 19h00 . Centro de Congressos e Reuniões

Programa

José Vianna da Motta (1868-1948) Über den Wolken (poema de W. Raabe)
José Vianna da Motta Canção Perdida (poema de Guerra Junqueiro)
António Fragoso (1897-1818) Sérénade (poema de Paul Verlaine)
Fernando Lopes-Graça (1906-1994) Primavera (poema de Afonso Duarte)
Fernando Lopes-Graça O menino da sua mãe (poema de Fernando Pessoa)
Fernando Lopes-Graça Ó, ó, menino ó (poema popular – Trás-os-Montes)

– Intervalo –

Berta Alves de Sousa (1906-1997) Canção Marinha (poema de Teixeira de Pascoaes)
Francine Benoît (1894-1990) Partindo-se (poema de João Roiz de Castelo-Branco)
Joly Braga Santos (1924-1988) Acordando (poema de Antero de Quental)
Luís de Freitas Branco (1890-1955) Conquista pois sozinho o teu futuro (poema de Antero de Quental)
Luís de Freitas Branco Idílio (poema de Antero de Quental)
Joly Braga Santos Delgadas, claras águas do Mondego (poema de Luís Vaz de Camões)
Luís de Freitas Branco Cá nesta Babilónia (poema de Luís Vaz de Camões)

Este recital de Canção Portuguesa inicia-se com Vianna da Motta e termina com Freitas Branco, os expoentes de referência na reinvenção da arte musical no início do século XX em Portugal. Na sua actividade criativa coexistem claras influências das estéticas alemã e francesa, onde estes compositores estudaram, uma aproximação a conceitos de universalidade na linguagem musical e uma procura de elementos de identidade portuguesa, de que a canção, pela sua relação com o texto poético, é o género por excelência.

Um dos maiores legados de Vianna da Motta e Freitas Branco foi pedagógico, e é justamente nessa partilha de valores estéticos que florescem os seus discípulos mais prodigiosos, Joly Braga Santos, Fernando Lopes-Graça e António Fragoso, este último um compositor de enorme talento e genialidade, cuja actividade foi interrompida por uma trágica morte precoce.

Inclui-se uma breve incursão pela música das compositoras Francine Benoît e Berta Alves de Sousa, ambas nascidas fora (França e Bélgica, respectivamente), mas desde cedo residentes em Portugal. Francine Benoît é descrita como uma personalidade inconformada, antifascista militante e feminista, com um percurso musical várias vezes constrangido. Teve intensa actividade como professora, pedagoga e conferencista, e o seu papel tem vindo a ser justamente incluído na narrativa histórica e musicológica do seu tempo. Berta Alves de Sousa, pianista e compositora portuense, teve uma actividade musical diversificada, dividida entre a performance em recitais a solo e em formações de câmara, a composição e a direcção de orquestra.

A poesia deste programa percorre várias épocas, desde o século XV ao século XX, e estão presentes temáticas relacionadas com o mar, a saudade, a partida, a morte e o amor maternal, destacando-se textos de Camões, Antero de Quental e Fernando Pessoa. Noutras línguas apresentam-se dois poemas de Verlaine e W. Raabe que tocam nos extremos — do macabro vindo das profundezas do túmulo em Sérénade, à elevação e plenitude em Über den Wolken.

André Baleiro

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PRÓXIMOS CONCERTOS NÓMADAS:

4 novembro: Kurt Weill – entre dois mundos
Nuno Vieira de Almeida, Ricardo Panela, Susana Gaspar

18 novembro: Alma Ensemble 

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