DO TEXTO:
O fumo de terceira mão refere-se aos resíduos deixados pelo fumo que se instalam em superfícies como roupa, cabelo, pele, móveis e carros.
29 de Agosto é Dia Nacional
de Combate ao Fumo
O fumo de terceira mão refere-se aos resíduos deixados pelo fumo que se instalam em superfícies como roupa, cabelo, pele, móveis e carros
Além de todos os problemas já amplamente conhecidos sobre fumar (ativa e passivamente), o cigarro ainda é capaz de causar problemas mesmo quando já foi apagado e a fumaça já se dissipou no ambiente. Os cientistas começaram a chamar os resquícios deixados pelo cigarro, nicotina e outros resíduos do tabaco, como "fumo de terceira mão". Agora, um novo estudo da Universidade da Califórnia (Estados Unidos) publicado no começo de junho no periódico Atmosphere destaca que o fumo de terceira mão (THS - thirdhand smoke) pode prejudicar a saúde da pele através dos resíduos deixados pela fumaça, que se instalam em superfícies como roupa, cabelo, pele, móveis e interior dos carros. "O trabalho mostrou que o contato da pele com a nicotina pode prejudicar a cicatrização de feridas, aumentar a suscetibilidade a infecções da pele devido à diminuição da resposta imune e causar estresse oxidativo nas células, o que é responsável por acelerar o envelhecimento", explica a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro da Associação Brasileira de Medicina Estética. O estudo demonstrou também que, ao recarregar os cigarros eletrônicos, tanto consumidores quanto fornecedores podem acidentalmente entrar em contato com o líquido, e sofrer os mesmos danos ao tocar na pele.
O estudo foi realizado usando um modelo 3D da epiderme humana e queratinócitos humanos cultivados. "Os queratinócitos são células epidérmicas que produzem queratina, proteína também encontrada no cabelo e nas unhas. Os pesquisadores expuseram o modelo 3D por 24 horas a diferentes concentrações de nicotina normalmente encontradas em ambientes com fumo de terceira mão e derramamentos de cigarros eletrônicos. Os pesquisadores passaram então a identificar os danos. Eles investigaram o efeito da nicotina em organelas celulares, mitocôndrias e peroxissomos – organelas contendo enzimas envolvidas em muitas reações metabólicas", explica a dermatologista. A médica destaca que os indivíduos mais suscetíveis a esses efeitos do THS e do cigarro eletrônico incluem aqueles com problemas de integridade da pele, como úlceras, dermatites e psoríase e portadores de pele mais sensível, como idosos e crianças.
Felizmente, as alterações nos queratinócitos humanos expostos à nicotina por 24 horas são reversíveis, mas é necessário pontuar que a exposição contínua da pele a ambientes contaminados com THS e líquido de cigarros eletrônicos é altamente danosa. "A gravidade dos danos à pele depende tanto da duração da exposição quanto da concentração de nicotina" afirma a médica. Tanto o THS quanto os derramamentos e vazamentos de cigarros eletrônicos podem ser prejudiciais. "A exposição ao THS pode ser crônica para alguém que vive com alguém que fuma, em uma casa contaminada, o que pode levar à exposição persistente. Vendedores e consumidores que manuseiam ou usam cigarros eletrônicos que contêm altas concentrações de nicotina também podem ficar altamente expostos". Os autores do estudo alertam que consumidores e vendedores que lidam com cigarros eletrônicos devem minimizar o contato usando equipamentos de proteção adequados e limpando adequadamente as áreas contaminadas. Restrições ao fumo e vaping em ambientes fechados e políticas para remediar ambientes contaminados precisam ser implementadas, segundo os autores. "Por fim, é importante enfatizar que os fumantes e os fumantes passivos ainda sofrem muito mais danos pela fumaça inalada. Esse conjunto de fatores torna-se ainda mais prejudicial à pele. Buscar meios de eliminar esse vício é o mais indicado" finaliza a médica.
💢💢💢
FONTE: *DRA. JAQUELINE ZMIJEVSKI: Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pós-graduada em Medicina Estética e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB). A médica também é membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e da Associação Brasileira de Medicina Estética. Instagram: @dermato.jaqueline
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O fumo de terceira mão refere-se aos resíduos deixados pelo fumo que se instalam em superfícies como roupa, cabelo, pele, móveis e carros
Além de todos os problemas já amplamente conhecidos sobre fumar (ativa e passivamente), o cigarro ainda é capaz de causar problemas mesmo quando já foi apagado e a fumaça já se dissipou no ambiente. Os cientistas começaram a chamar os resquícios deixados pelo cigarro, nicotina e outros resíduos do tabaco, como "fumo de terceira mão". Agora, um novo estudo da Universidade da Califórnia (Estados Unidos) publicado no começo de junho no periódico Atmosphere destaca que o fumo de terceira mão (THS - thirdhand smoke) pode prejudicar a saúde da pele através dos resíduos deixados pela fumaça, que se instalam em superfícies como roupa, cabelo, pele, móveis e interior dos carros. "O trabalho mostrou que o contato da pele com a nicotina pode prejudicar a cicatrização de feridas, aumentar a suscetibilidade a infecções da pele devido à diminuição da resposta imune e causar estresse oxidativo nas células, o que é responsável por acelerar o envelhecimento", explica a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro da Associação Brasileira de Medicina Estética. O estudo demonstrou também que, ao recarregar os cigarros eletrônicos, tanto consumidores quanto fornecedores podem acidentalmente entrar em contato com o líquido, e sofrer os mesmos danos ao tocar na pele.
O estudo foi realizado usando um modelo 3D da epiderme humana e queratinócitos humanos cultivados. "Os queratinócitos são células epidérmicas que produzem queratina, proteína também encontrada no cabelo e nas unhas. Os pesquisadores expuseram o modelo 3D por 24 horas a diferentes concentrações de nicotina normalmente encontradas em ambientes com fumo de terceira mão e derramamentos de cigarros eletrônicos. Os pesquisadores passaram então a identificar os danos. Eles investigaram o efeito da nicotina em organelas celulares, mitocôndrias e peroxissomos – organelas contendo enzimas envolvidas em muitas reações metabólicas", explica a dermatologista. A médica destaca que os indivíduos mais suscetíveis a esses efeitos do THS e do cigarro eletrônico incluem aqueles com problemas de integridade da pele, como úlceras, dermatites e psoríase e portadores de pele mais sensível, como idosos e crianças.
Felizmente, as alterações nos queratinócitos humanos expostos à nicotina por 24 horas são reversíveis, mas é necessário pontuar que a exposição contínua da pele a ambientes contaminados com THS e líquido de cigarros eletrônicos é altamente danosa. "A gravidade dos danos à pele depende tanto da duração da exposição quanto da concentração de nicotina" afirma a médica. Tanto o THS quanto os derramamentos e vazamentos de cigarros eletrônicos podem ser prejudiciais. "A exposição ao THS pode ser crônica para alguém que vive com alguém que fuma, em uma casa contaminada, o que pode levar à exposição persistente. Vendedores e consumidores que manuseiam ou usam cigarros eletrônicos que contêm altas concentrações de nicotina também podem ficar altamente expostos". Os autores do estudo alertam que consumidores e vendedores que lidam com cigarros eletrônicos devem minimizar o contato usando equipamentos de proteção adequados e limpando adequadamente as áreas contaminadas. Restrições ao fumo e vaping em ambientes fechados e políticas para remediar ambientes contaminados precisam ser implementadas, segundo os autores. "Por fim, é importante enfatizar que os fumantes e os fumantes passivos ainda sofrem muito mais danos pela fumaça inalada. Esse conjunto de fatores torna-se ainda mais prejudicial à pele. Buscar meios de eliminar esse vício é o mais indicado" finaliza a médica.
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FONTE: *DRA. JAQUELINE ZMIJEVSKI: Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pós-graduada em Medicina Estética e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB). A médica também é membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e da Associação Brasileira de Medicina Estética. Instagram: @dermato.jaqueline
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