Avanços na medicina ampliam qualidade de vida de pacientes com Mal de Parkinson

DO TEXTO: Parkinson é uma doença progressiva do sistema neurológico que afeta principalmente o cérebro.

Lentidão nos movimentos, tremores e rigidez muscular estão entre os sintomas mais conhecidos do Mal de Parkinson, doença que afeta principalmente idosos, mas que também pode atingir a população mais jovem.

 

Cirurgia com neuroestimulador pode ajudar a reduzir cerca de 80% da medicação, além de adiar a evolução da doença

Lentidão nos movimentos, tremores e rigidez muscular estão entre os sintomas mais conhecidos do Mal de Parkinson, doença que afeta principalmente idosos, mas que também pode atingir a população mais jovem.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial com mais de 65 anos é portadora da doença, indicando que mais de 4 milhões de pessoas vivem com o Mal de Parkinson no mundo atualmente.

“Com o aumento da expectativa de vida da população, a estimativa é de que esse número dobre pelos próximos 20 anos”, destaca o Dr. Nilton Lara, neurocirurgião da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Parkinson é uma doença progressiva do sistema neurológico que afeta principalmente o cérebro. Com a evolução do quadro, alterações cognitivas e comportamentais tendem a impactar severamente o dia a dia dos pacientes.

O médico ressalta que, embora o Parkinson não tenha cura, atualmente a medicina conta com diversos recursos que contribuem para diminuir sintomas significativos da doença.

“Com o tratamento adequado, é possível devolver ao paciente mais autonomia, fazendo com que ele tenha qualidade de vida por mais tempo”, explica.

De acordo com o Dr. Nilton, o tratamento com medicamentos costuma trazer ótimos resultados em pacientes por um período de 5 a 10 anos.

No entanto, ao longo do tempo, os remédios começam a causar efeitos colaterais que podem ser mais prejudiciais que os próprios sintomas da doença. “Esse é o melhor momento para realizar a cirurgia”, afirma.

Como funciona a cirurgia

A cirurgia consiste no implante de eletrodos em pontos específicos do cérebro, conectados a um neuroestimulador. “Ele funciona como um marca-passo, trata-se de um equipamento muito pequeno implantado sob a pele na região abdominal ou abaixo da clavícula”, explica o médico.

Ele destaca que o procedimento é pouco invasivo e pode ser executado sob sedação, permitindo rápida recuperação. A partir daí, o implante é regulado progressivamente e leva cerca de 3 meses para chegar ao ponto de estimulação máximo.

“A estimulação diminui os sintomas motores, o tremor, a rigidez e os movimentos involuntários, além de reduzir os problemas com equilíbrio, a marcha e a fala, levando o paciente a adquirir mais independência para se locomover e se comunicar”, complementa.

Esses foram alguns dos benefícios obtidos pelo paciente do Dr. Nilton, Lucas, 57, que realizou a cirurgia quando já apresentava sintomas altamente incapacitantes.

Diagnosticado aos 42 anos de idade, a doença evoluiu muito ao longo dos anos, comprometendo suas funções motoras e cognitivas. “Ele tinha muitos tremores, rigidez, marcha comprometida e perda da qualidade vocal, além de sofrer com insônia e depressão”, conta Josiane, esposa de Lucas.

Depois de realizar o implante com o neuroestimulador, o paciente afirma ter percebido melhoras importantes logo nos primeiros dias. “Voltei a ter mais qualidade de vida, consigo ser mais independente e tenho minha capacidade intelectual preservada. Se não tivesse feito a cirurgia, estaria fisicamente dependendo de um cuidador.”

O médico ressalta que o apoio de uma equipe multidisciplinar também é muito importante para a melhora na qualidade de vida do paciente, como no caso de Lucas, que faz acompanhamento com especialistas, como fonoaudiólogos e fisioterapeutas.

“Esse suporte faz toda a diferença, pois as terapias de reabilitação ajudam a potencializar os resultados e, principalmente, ampliar o bem-estar do paciente”, destaca o especialista. “Hoje sou uma pessoa muito grata pela oportunidade de ter feito essa cirurgia. O meu único desejo é ter uma vida longa com essa atual qualidade de vida. Tenho muitos planos e sonhos, e agora sei que consigo realizá-los”, finaliza o paciente.

Sobre a Rede de Hospitais São Camilo

Especializada na assistência em saúde baseada em valor, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 5 unidades, que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade e transplantes de medula óssea. São 3 unidades de hospital geral, 1 especializada em oncologia e 1 em reabilitação e cuidados paliativos. A Rede conta também com um Núcleo de Pesquisa Clínica que é referência no país, sendo considerado Top Recruitment - o maior recrutador de pacientes com mais de 40 estudos patrocinados na área de Oncologia.

Os hospitais privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela Sociedade Beneficente São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros.

No Brasil desde 1922, a Sociedade Beneficente São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários. Hospital São Camilo no Instagram: @hospitalsaocamilosp


POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários