Projeto da UFRJ debate a inclusão de alunos com Síndrome de Down

DO TEXTO: Pessoas com T21 - nome científico dado à síndrome - apresentam deficiência intelectual e, por isso, necessitam da interação presencial com os profess

A pandemia de Covid-19 ampliou a exclusão de crianças e jovens com Síndrome de Down nas atividades escolares. Fatores como o isolamento, o ensino remoto e a imunidade reduzida dificultaram a participação dos alunos. A retomada do ensino presencial aponta a urgência do debate no Dia Internacional da Síndrome de Down. .

Exclusão se agravou com a pandemia. Além de curso, ação de extensão universitária vai desenvolver aplicativo de tecnologia assistiva para uso nas escolas

A pandemia de Covid-19 ampliou a exclusão de crianças e jovens com Síndrome de Down nas atividades escolares. Fatores como o isolamento, o ensino remoto e a imunidade reduzida dificultaram a participação dos alunos. A retomada do ensino presencial aponta a urgência do debate no Dia Internacional da Síndrome de Down. 

Pensando nisso, o Laboratório de Inclusão, Mediação Simbólica, Desenvolvimento e Aprendizagem (Limda), da UFRJ, tem debatido com professores da rede municipal de Piraí, no Vale do Paraíba Fluminense, entre outros temas, a inclusão de crianças e jovens com Síndrome de Down nas escolas da rede pública de ensino.

Segundo a professora Marinalva Oliveira, uma das coordenadoras do projeto, mesmo antes da pandemia, as escolas já tinham problemas para incluir esses grupos. “Com o isolamento e a necessidade de aulas remotas, isso piorou e muito”, afirma a pesquisadora, que também é mãe de um jovem de 16 anos com Síndrome de Down.

Pessoas com T21 - nome científico dado à síndrome - apresentam deficiência intelectual e, por isso, necessitam da interação presencial com os professores. “O contato face a face é importante tanto para o aluno quanto para o educador, que pode compreender melhor o que o estudante está comunicando. Pela internet, esse processo muitas vezes fica dificultado”, explica.   

Apesar da necessidade de estimulação constante, crianças e jovens com T21  tiveram que se afastar de suas atividades terapêuticas presenciais. Isso porque apresentam maior vulnerabilidade imunológica. “Muitas famílias não têm condições para trabalhar corretamente essa estimulação diária, e o papel das escolas e educadores é fundamental nesse ponto”. 

Falta de condições adequadas 

Muitas escolas não têm oferecido condições adequadas para as pessoas com Síndrome de Down retornarem com segurança às atividades presenciais. “A deficiência não pode ser fator de exclusão e impedimento. As escolas devem garantir a formação continuada dos professores, preparando-os para as novas dinâmicas do pós-pandemia, com a indicação face a face do uso de máscaras, por exemplo", destaca a pesquisadora. 

Com a perda de familiares e amigos para a Covid-19, o suporte emocional também é decisivo. “Os professores precisam entender e acolher essas experiências que podem ter ficado confusas para essas crianças e jovens. Caso contrário, muitos não permanecerão na escola ou nem sequer retornarão”, explica Oliveira. 

Aplicativo Comjuntos

Além do curso, o projeto está criando um aplicativo para ser utilizado por professores nas escolas. A ação acontece em parceria com a rede municipal de educação de Piraí. Chamada de Comjuntos, a ferramenta de tecnologia assistiva conta com a elaboração de perfis personalizados de professores e alunos, registro de atividades e planos de aula e ainda um mapa das unidades escolares locais, com informações das turmas

Extensão universitária da UFRJ

A extensão universitária é o setor responsável por conectar a universidade aos demais setores da sociedade. Na UFRJ, as ações são desenvolvidas por 50 mil alunos, envolvidos em 3 mil iniciativas de diferentes áreas. As ações beneficiam um público de mais de 2 milhões de pessoas por ano, no Rio e em outros estados, com pesquisas, eventos, cursos, oficinas e capacitações.


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