Considerada uma das filósofas mais importantes do século XX, Hannah Arendt desenvolveu o conceito de pluralismo político, uma das bases para a construção das democracias modernas. Com a missão de revisitar e prestigiar a vida e obra desta importante pensadora, a editora Almedina Brasil lança pelo selo Edições 70, o Dicionário Hannah Arendt.
Em formato de glossário, o livro resgata palavras, termos próprios e vocábulos fundamentais do trabalho filosófico produzido por Arendt. Os verbetes foram descritos por pesquisadores que estudam a produção literária da autora e esclarecem uma variedade de conceitos que costumam aparecer, muitas vezes sem embasamento, nas discussões políticas do nosso tempo.
Liberdade, totalitarismo, alienação, poder, revolução, direitos humanos e educação são alguns dos termos elucidados no lançamento. O ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, por exemplo, relembra em um dos capítulos um dos títulos mais conhecidas da filosofa: Origens do Totalitarismo. A obra nasceu do choque de Arent ao tomar conhecimento da existência dos campos de concentração em Auschwitz, logo que chegou à Nova York, em 1943.
Outro conceito bastante debatido atualmente é o de alienação. Conforme o doutor em filosofia, Paulo Eduardo Bodziak Junior, que analisa A Condição Humana, de Arendt, o termo representa a perda do habitat natural do ser humano, local onde todos podem pensar livremente sem qualquer amarra ou doutrina. Já a alienação seria o afastamento deste estado de liberdade.
De forma leve e didática, autores de diferentes nacionalidades expõem análises de temas abordados por Arendt há mais de 70 anos e que se mantêm atuais. Com o retorno de movimentos extremistas, a propagação de conflitos em diversas partes do mundo e a disseminação de informações falsas, este dicionário propicia ao leitor um aprofundamento e maior compreensão de escritos que inspiram reflexões significativas ainda hoje.