CORTES DE JÚPITER > Gil Vicente | CCB Lisboa 5 e 6/2

DO TEXTO: A propósito dos 500 anos das Cortes de Júpiter, o CCB desafiou o encenador Ricardo Neves-Neves a adaptar esta tragicomédia de Gil Vicente.
Cortes de Júpiter, de Gil Vicente - Coprodução Centro Cultural de Belém, Cineteatro Louletano, Academia Portuguesa de Artes Musicais, Teatro do Eléctrico e Culturproject


Cortes de Júpiter, de Gil Vicente
Coordenação artística e musicológica do Laboratório de Ópera Portuguesa Jenny Silvestre
Coordenação científica do Laboratório de Ópera Portuguesa Luísa Cymbron
Encenação e adaptação dramatúrgica Ricardo Neves-Neves
Composição de música nova Filipe Raposo
Ensemble La Nave Va
Direção Musical António Carrilho
Solistas Alma Ensemble
Coordenação vocal: Filipa Palhares
Coprodução Centro Cultural de Belém, Cineteatro Louletano, Academia Portuguesa de Artes Musicais,
Teatro do Eléctrico e Culturproject

CB | 5 e 6 fevereiro | sábado e domingo | 19h00 | Pequeno Auditório

Ensaio de imprensa do espetáculo CORTES DE JÚPITER:

Terça-feira, 25 janeiro / sexta-feira, dia 28 janeiro, no Museu da Marinha
19h00: Ensaio /  20h00: entrevistas com Jenny Silvestre, Ricardo Neves-Neves e Filipe Raposo

A propósito dos 500 anos das Cortes de Júpiter, o Centro Cultural de Belém desafiou o encenador Ricardo Neves-Neves a adaptar esta tragicomédia de Gil Vicente. Para esta reconstrução, fomos buscar ao mundo do jazz o compositor e pianista Filipe Raposo, que terá como missão dar uma estrutura de ópera à peça e à música de Gil Vicente. Com a participação do ensemble La Nave Va e direção musical de António Carrilho. Participa ainda o Alma Ensemble, com coordenação vocal de Filipa Palhares.

Esta é a primeira obra a sair do Laboratório de Ópera Portuguesa, criado pelo CCB em parceria com o CESEM e a APARM.

Laboratório de Ópera Portuguesa

A criação de um laboratório de ópera portuguesa especialmente vocacionado para a recuperação de obras escritas por compositores portugueses ou residentes em Portugal é um sonho antigo que começa agora a ganhar contornos concretos.

Efetivamente, há muito que sentíamos a necessidade da criação de uma estrutura que potencializasse a apresentação obras oriundas da produção dramática que tantos investigadores têm retirado, ao longo dos anos, das profundezas dos inúmeros arquivos e bibliotecas nacionais e estrangeiras, com o objetivo máximo de aproximar o grande público da produção dramática musical que encheu os palácios, casas senhoriais e teatros do nosso país ao longo dos séculos.

Para além de um trabalho de recuperação historicamente informada, o Laboratório de Ópera Portuguesa prossegue um outro e incontornável objetivo: considerando que o género operático não é apenas um género musical, mas, acima de tudo, um género teatral, pretendemos assumir a estrutura como um fórum de desenvolvimento de um trabalho profundo, no âmbito do qual as exigências técnicas vocais de cada obra não se sobreponham à dramaticidade do discurso global, permitindo às novas gerações de cantores desenvolver aptidões dramáticas ainda hoje relativamente subdesenvolvidas.

Sinopse das Cortes de Júpiter

Garcia de Resende, testemunha presencial da representação das Cortes de Júpiter, avança com o dia 4 de agosto de 1521, domingo, como a data de apresentação da obra na corte de D. Manuel I.

Trata-se de uma tragicomédia idealizada para o casamento e partida da Infanta D. Beatriz para Sabóia, à razão do seu casamento com o duque daquela cidade.

Nesta obra vicentina, a última a ser apresentada ainda em vida de «o venturoso», que faleceria no mesmo ano, a Providência, incumbida por Deus, ordena a Júpiter, rei dos elementos, que faça concertar bons planetas e signos para a viagem ao longo do Atlântico, pelo estreito de Gibraltar e Mediterrâneo, até Sabóia.

O mar, os ventos, o Sol (Febo) e a Lua (Diana) são informados da empreitada.

Os diferentes elementos da Corte, que partiram num pomposo cortejo encabeçado pelo próprio Rei, seguido pela Rainha, o Príncipe e os Infantes, em direção à Sé e, de lá, para a casa da Rainha viúva, D. Leonor, para dela se despedirem, acompanham a frota de D. Beatriz até à foz do Tejo, nadando, metamorfoseados em peixes, umas vinte léguas, até ouvirem do mar alto o canto ameaçador de trinta mil sereias.

Perante a ameaça, Marte é chamado e recebe a ordem de proteger a esplendorosa armada de dezoito naus.

Como amigo e admirador dos feitos portugueses, Marte recita louvores entusiastas a Portugal. No fim, uma Moura encantada, evocada aos sons de um romance, traz e entrega à Duquesa de Sabóia prendas de condão: um anel, um dedal e um terçado.

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