8 hábitos que estão prejudicando a sua ideia de ter um filho

DO TEXTO: Além da idade e das doenças que afetam o aparelho reprodutivo, alguns hábitos que praticamos no dia a dia também podem causar infertilidade, o que red

Atualmente, 48 milhões de casais sofrem com infertilidade, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). E existe uma infinidade de fatores que podem causar o problema em homens e mulheres.

Além da idade e das doenças que afetam o aparelho reprodutivo, alguns hábitos que praticamos no dia a dia também podem causar infertilidade, o que reduz as chances de um casal engravidar.

São Paulo – Janeiro/2022 - Atualmente, 48 milhões de casais sofrem com infertilidade, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). E existe uma infinidade de fatores que podem causar o problema em homens e mulheres. “Nas mulheres, a principal causa de infertilidade é a idade, pois, devido ao processo de envelhecimento, há uma diminuição natural da quantidade dos óvulos. Já nos homens, a infertilidade está relacionada principalmente à condições como varicocele, que é o alargamento das veias dos testículos, infecções urogenitais e hipogonadismo, ou seja, quando os testículos não produzem quantidades adequadas de testosterona, principal hormônio sexual masculino”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Porém, não é apenas a idade e as doenças do sistema reprodutor que causam infertilidade. Alguns hábitos que fazem parte da rotina de muitas pessoas também podem interferir nas chances de gravidez de um casal. Quer saber quais são? O especialista listou abaixo:

Tabagismo: O cigarro é um dos principais causadores da infertilidade, pois os componentes tóxicos presentes no produto, como a nicotina e o alcatrão, pioram severamente a qualidade reprodutiva. “Nas mulheres, o tabagismo é capaz de favorecer a deterioração dos óvulos, envelhecendo-os em até dez anos e acelerando o início da menopausa, o que é especialmente prejudicial hoje em dia, quando as mulheres estão querendo engravidar cada vez mais velhas. Já nos homens o hábito de fumar diminui a quantidade de espermatozoides e fragmenta o DNA do esperma, reduzindo assim a capacidade de fecundação, além de também contribuir para a perda do apetite sexual e a disfunção erétil”, alerta o especialista.

Consumo de bebidas alcoólicas: Segundo o Dr. Rodrigo, assim como o cigarro, a ingestão excessiva de álcool também pode interferir na fertilidade, causando, nos homens, a diminuição dos níveis de testosterona com consequente redução na produção e quantidade de esperma, podendo levar também à disfunção erétil. “Já nas mulheres, os efeitos do álcool sobre a fertilidade são pouco esclarecidos, mas sabe-se que, além de reduzir as chances de gravidez, a substância pode permanecer por um certo período no organismo após o consumo e causar problemas durante a gestação, como malformação do feto e síndrome de abstinência no recém-nascido”, completa.

Alimentação desbalanceada: A alimentação influencia a maioria dos processos do organismo, afinal, é ela a responsável por fornecer os nutrientes necessários para que as células funcionem corretamente. E isso também vale quando o assunto é fertilidade. “A falta de vitaminas e minerais, provenientes principalmente de frutas, vegetais e legumes, comprometem o bom funcionamento do organismo e, consequentemente, a fertilidade. Mas, para os casais que desejam engravidar, existem alimentos que auxiliam na produção de hormônios envolvidos na fertilidade, como peixes, ovos e sementes, já que, por serem ricos em nutrientes como ômega-3 e selênio, contam com ácidos graxos responsáveis pelo funcionamento adequado dos órgãos reprodutores”, explica o médico.

Estresse: “Altos níveis de estresse podem tornar as chances de um casal engravidar menores. Isso porque o estresse causa processos fisiológicos que podem interferir na produção de hormônios reprodutivos importantes, além de, no homem, favorecer o surgimento de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do esperma.”

Uso de certos medicamentos: Alguns medicamentos, como antidepressivos, podem causar o desequilíbrio dos níveis hormonais, levando assim à diminuição da fertilidade, o que geralmente é resolvido simplesmente pela suspensão do uso do remédio. “Porém, em alguns casos, o dano pode ser irreversível, como em pacientes que passaram por quimio e radioterapia, já que algumas substâncias utilizadas nesses tratamentos podem levar à perda da função das gônadas, como os ovários e os testículos, o que, consequentemente, causa infertilidade, que pode ser permanente ou temporária”, diz o médico.

Peso inadequado: Além de favorecer o surgimento de doenças como diabetes e hipertensão, que podem causar problemas durante a gestação, a obesidade também possui influência direta sobre a fertilidade. “Nos homens, o excesso de gordura corporal prejudica a produção de testosterona, o que, além de reduzir o apetite sexual e causar dificuldades de ereção, também interfere na qualidade e quantidade de espermas. No geral, quanto maior o sobrepeso, menor é a qualidade, concentração e mobilidade do esperma”, ressalta o especialista. “Já nas mulheres, o peso inadequado também interfere na produção dos hormônios sexuais femininos, principalmente o estrogênio, o que, consequentemente, atrapalha o processo de ovulação. E, nesse caso, não se trata apenas da obesidade, já que mulheres excessivamente magras, como quem sofre de anorexia, também têm menor chance de engravidar, além de possuírem um risco maior de entrar na menopausa precocemente.”

Falta de sono: “O sono é fundamental para o bom funcionamento da hipófise, glândula presente no cérebro que é responsável pela produção de uma série de hormônios, inclusive daqueles responsáveis pela estimulação dos ovários e dos testículos. Logo, quando o período de repouso é curto ou de pouca qualidade, essa glândula não funciona da maneira como deveria, o que, consequentemente, interfere na fertilidade.”

Exercícios físicos intensos: A prática de exercícios físicos é indispensável para a manutenção da saúde e o bom funcionamento do organismo. No entanto, tudo em excesso faz mal, o que também vale para a realização de atividade física. Isso porque o excesso de exercícios físicos também prejudica o funcionamento da hipófise e, por consequência, os níveis dos hormônios envolvidos na fertilidade. “Além disso, muitas pessoas que realizam atividade física intensiva fazem uso de medicamentos que simulam os efeitos da testosterona como forma de acelerar o ganho de massa muscular, o que pode causar impotência e perda de apetite sexual nos homens e desequilíbrios hormonais e dificuldade no crescimento do endométrio em mulheres, o que reduz as chances de gravidez e aumenta os riscos de aborto”, destaca o médico.

Por fim, basta lembrar que manter um estilo de vida saudável, adotando uma alimentação balanceada, dormindo bem e praticando exercícios físicos com regularidade, é a melhor maneira de manter o bom funcionamento do organismo e assim melhorar a fertilidade e as chances de gravidez. “No entanto, caso o casal perceba que está tendo problemas para engravidar, é importante que ambos consultem um médico especializado, já que apenas ele poderá realizar uma avaliação e identificar a real causa do problema, recomendando assim o tratamento adequado ou, quando a causa da infertilidade não pode ser revertida,  métodos de reprodução assistida”, finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.

*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários