Foi com estas palavras que Victor Hugo pressagiou a forma como a Comuna de Paris terminaria num banho de sangue. A insurreição popular francesa arrasou Paris há precisamente 150 anos. Durante 54 dias, os excessos de violência e a repressão impiedosa instalaram-se na capital francesa, depois do povo parisiense ter procurado um modelo de sociedade progressista e popular, inspirado nos ideais da Revolução Francesa.
O fim da Comuna de Paris coincidiu com a semana do lançamento em Lisboa das Conferências Democráticas do Casino. À época, Antero de Quental e Eça de Queiroz eram jovens de 29 anos e de 25 anos de idade, respetivamente, assistindo de longe à hecatombe da Comuna de Paris. Nessas conferências, figuras ilustres estabeleciam equações entre o estado da política e da sociedade portuguesas e a insurreição francesa que incendiou uma série de símbolos do poder e do prestígio.
A jornalista e investigadora Ana Rocha propõe em duas sessões revisitar estes importantes acontecimentos históricos, que nos farão também refletir sobre o nosso presente.