Em Belém (PA), fórum reúne empresários, poder público e sociedade civil para discutir empregabilidade de indígenas Warao refugiados

DO TEXTO: Empregabilidade de indígenas Warao refugiados
Na última quinta-feira (4), foi realizado, em Belém (PA), o primeiro Fórum Empresarial de Empregabilidade para Refugiados e Migrantes, promovido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). O encontro reuniu representantes de migrantes refugiados indígenas do povo Warao, que vivem em Belém e Ananindeua, empresários e representantes do poder público local.

Evento lideranças Warao, Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Ministério Público, empresários, governo estadual, prefeitura de Belém e organizações da sociedade civil

Na última quinta-feira (4), foi realizado, em Belém (PA), o primeiro Fórum Empresarial de Empregabilidade para Refugiados e Migrantes, promovido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). O encontro reuniu representantes de migrantes refugiados indígenas do povo Warao, que vivem em Belém e Ananindeua, empresários e representantes do poder público local.

Logo após a abertura, o oficial de meios de vida Paulo Sérgio de Almeida, apresentou as ações do Acnur para empregabilidade e empreendedorismo, destacando a plataforma Empresas com Refugiados. Em seguida, um painel reuniu alguns empresários e pequenos empreendedores para falar sobre boas práticas empresariais na inclusão de refugiados e migrantes. Artesã e mobilizadora social, Gardênia Cooper Queiroz, indígena do povo Warao, ficou otimista com a novidade no debate sobre os refugiados em Belém: “Eu vi que essas pessoas querem ajudar, dar uma oportunidade a essa gente que há tantos anos não tem tido. Eu penso que, se eles têm essa gana, essa força, tudo vai dar certo. Eu espero com muita alegria essa oportunidade ao povo Warao”.

Perfil socioeconômico – Um levantamento sobre o perfil socioeconômico das pessoas refugiadas em idade ativa para o trabalho, elaborado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), também foi apresentado no evento. O IEB implementa em Belém, com apoio do Acnur, o projeto “Povo das águas: trabalho, participação e meios de vida”, que busca contribuir com a inserção laboral de migrantes refugiados Warao por meio de um diagnóstico sobre as habilidades laborais e ações de formação.

O levantamento, que ouviu 142 pessoas, revelou que existem cerca de 605 indígenas Warao vivendo em oito comunidades entre os municípios de Belém e Ananindeua (PA). Desta população total, 46% são adultos em idade ativa para o trabalho, dos quais 53,26% são homens e 46,74% são mulheres. Há concentração principalmente entre as faixas de 20 a 24 anos (31, 21,8%) e 35 a 39 anos (30 pessoas, 21,1%). Em relação ao domínio de idiomas, a pesquisa constatou que 98,6% têm domínio da língua warao, 76% são fluentes em espanhol e 22,5% falam fluentemente em português.

Apesar da baixa escolaridade e dos baixos índices de capacitações e cursos profissionalizantes, o mapeamento revelou alta variedade de atividades laborais desenvolvidas pelos participantes na Venezuela e no Brasil, além de expectativa de inserção no mercado de trabalho em pelo menos 22 segmentos, assim como o interesse por capacitações profissionais. Lanna Peixoto, analista socioambiental do IEB, que coordena o projeto Povo das Águas, destacou os desafios e as potencialidades para inserção produtiva de indígenas Warao em Belém e Ananindeua. “Entre os desafios, a gente vê, por exemplo, o baixo domínio do idioma local, as diferenças culturais no mercado de trabalho do Brasil e da Venezuela, a baixa escolaridade, a xenofobia e o racismo. Mas também vemos muitas potencialidades, como a diversidade cultural e de experiências de trabalho, as semelhanças geográficas entre o Brasil e a Venezuela que podem gerar uma fácil adaptação em trabalhos no campo, sem falar na abertura que essas pessoas têm para diferentes possibilidades de emprego”, afirmou Peixoto.

Clique aqui para ler o texto completo no site do ACNUR

Projeto "Povo das águas: trabalho, participação e meios de vida"


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