10 hábitos considerados saudáveis que podem ter um efeito contrário

DO TEXTO: Conheça 10 hábitos considerados saudáveis que podem ter um efeito contrário. Na tentativa de melhorar o estilo de vida é normal que algumas pessoas ad
Atualmente, a busca por um estilo de vida mais saudável é o foco de grande parte das pessoas, principalmente devido à pandemia, que nos deu uma nova perspectiva sobre a importância da manutenção da saúde do organismo. O problema é que, na procura por uma vida saudável, acabamos adotando hábitos que, apesar de parecerem saudáveis, podem, na verdade, ter o efeito oposto e prejudicar o organismo por serem infundados, realizados excessivamente ou até mesmo da maneira errada. Então, para te ajudar a conquistar um estilo de vida saudável de maneira segura, consultamos um time de especialistas para apontar hábitos “saudáveis” que podem acabar saindo  pela culatra.


Na tentativa de melhorar o estilo de vida é normal que algumas pessoas adotem hábitos que, apesar de parecerem saudáveis à primeira vista, podem, na verdade, prejudicar a saúde do organismo.


Atualmente, a busca por um estilo de vida mais saudável é o foco de grande parte das pessoas, principalmente devido à pandemia, que nos deu uma nova perspectiva sobre a importância da manutenção da saúde do organismo. O problema é que, na procura por uma vida saudável, acabamos adotando hábitos que, apesar de parecerem saudáveis, podem, na verdade, ter o efeito oposto e prejudicar o organismo por serem infundados, realizados excessivamente ou até mesmo da maneira errada. Então, para te ajudar a conquistar um estilo de vida saudável de maneira segura, consultamos um time de especialistas para apontar hábitos “saudáveis” que podem acabar saindo  pela culatra. Confira:


Consumir produtos diet, light e zero: Ser ‘fit’, ‘light’, ‘zero’ e ‘diet’ não torna um alimento mais saudável, já que, apesar de terem menos calorias, geralmente possuem um maior teor de produtos químicos adicionados. “Você pode reparar, por exemplo, que todo produto que é light, diet, zero tem mais sódio do que as versões regulares. Isso porque, quando alimentos não levam açúcar e sim adoçante, a indústria alimentícia acrescenta sódio para mascarar aquele sabor desagradável do adoçante”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.


Beber vinho em excesso: Já é de conhecimento geral que tomar uma taça de vinho tinto por dia é muito benéfico à saúde, já que a bebida é fermentada e rica em polifenóis, como o resveratrol, que são substâncias com grande poder antioxidante. Mas é importante limitar o consumo diário a, no máximo, uma taça de até 150ml, pois a ingestão excessiva de álcool é extremamente prejudicial ao organismo. “O álcool é uma substância tóxica que pode provocar doenças mentais, cânceres, problemas hepáticos como a cirrose, alterações cardiovasculares, com risco de infarto e acidente vascular cerebral, e a diminuição de imunidade, além de favorecer a desidratação, a inflamação e o acúmulo de líquidos”, diz a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.


Prender-se demais à rotina: Criar uma rotina diária é uma das maneiras mais eficazes de adotar um novo hábito saudável e mantê-lo. E não há nada de errado nisso, afinal, os humanos são criaturas de hábitos. Mas fugir da rotina às vezes, mesmo que uma vez por semana, é importante para manter o cérebro saudável. “Uma mudança na rotina aumenta a capacidade do cérebro de aprender novas informações e mantê-las. Por isso, de vez em quando tente, por exemplo, experimentar uma nova receita ou explorar uma parte diferente da sua cidade”, destaca o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA).


Consumir alimentos que você não gosta por serem saudáveis: A alimentação balanceada é um dos pilares para manutenção da saúde e prevenção de doenças, devendo ser rica principalmente em frutas, verduras e legumes. Mas tenha certeza de comer o que te dá prazer. “Se você não gostar de comer, dificilmente vai conseguir manter as mudanças de hábitos. Então, encontre um estilo de alimentação saudável que você adore e que corresponda ao que você gosta. Existem muitas opções saborosas e saudáveis demais para se contentar com alimentos que você não gosta”, afirma o médico nutrólogo e cardiologista Dr. Juliano Burckhardt, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).


Colocar o sono em dia: Quando chega o final de semana, o dia de folga ou mesmo o período de férias é muito comum que as pessoas aproveitem para colocar o sono atrasado em dia. No entanto, esse hábito não compensa pelas horas de sono perdidas, além de poder desregular ainda mais seu relógio interno e atrapalhar na realização das tarefas diárias. “O ideal é ter entre sete a oito horas de sono por dia de forma consistente. Fugir desses valores é colocar a saúde em risco. Temos evidências extensas de que dormir cinco horas ou menos por dia aumenta consistentemente o risco de condições adversas à saúde, como doenças cardiovasculares e até longevidade", alerta a Dra. Aline Lamaita.


Eliminar completamente os carboidratos da dieta: Cortar totalmente os carboidratos faz parte de algumas das dietas mais populares. Mas, de acordo a Dra. Marcella Garcez, isso não é totalmente recomendado. “Os carboidratos são um nutriente importante e há muitos conceitos errados sobre quando e como comer carboidratos quando sua meta é perder peso. Além disso, cortar carboidratos pode ser muito difícil e atrapalhar uma série de questões no organismo, pois eles são responsáveis pelo fornecimento de energia. E a maioria das pessoas pode perder peso sem cortar drasticamente os carboidratos”, esclarece a médica. “Mais importante do que a grande quantidade de carboidratos é o tipo de carboidrato que você ingere. Substituir carboidratos simples, como grãos refinados e açúcar, por carboidratos complexos, como carboidratos de vegetais e legumes, pode ter muitos dos mesmos benefícios do baixo teor de carboidratos”, aconselha.


Consumir alimentos que se dizem saudáveis: Não é porque um alimento traz a palavra “saudável” ou “feito com ingredientes naturais” em seu rótulo que ele é, necessariamente, bom para sua saúde, afinal, não existe uma definição exata para o uso desses termos. Então, para ter certeza do que você está consumindo, fique atento à composição do produto. “Tome cuidado, por exemplo, com as gorduras e açúcares escondidos, que podem aumentar seu peso e piorar o perfil lipídico. Seja um comedor informado, conheça os ingredientes e leia atentamente os rótulos nutricionais. Fique longe de alimentos que contenham altos níveis de gordura saturada, colesterol e fontes ocultas de açúcar, como xarope de milho com alto teor de frutose e algumas dextrinas”, afirma o Dr. Juliano Burckhardt.


Usar álcool em gel e lavar as mãos em excesso: Com a pandemia do Coronavírus, a higiene frequente das mãos virou um dos hábitos mais importantes para manutenção da saúde. Mas é preciso tomar cuidado com os excessos. “As lavagens frequentes das mãos e o uso constante de álcool em gel podem facilmente desidratar o tecido cutâneo das mãos, contribuindo assim para o envelhecimento acelerado da pele e o surgimento de irritação na região”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.  É claro que não podemos parar de jeito nenhum de higienizar as mãos, mas podemos acrescentar o uso do hidratante logo após como forma de prevenir o problema. “Para uma hidratação eficaz, aplique um cosmético específico para as mãos, que deve ser formulado com ativos de alta propriedade hidratante, como ureia e ácido hialurônico, e utilizado várias vezes ao dia. Se possível, opte por um produto à prova d’agua para que o hidratante não saia após a lavagem”, recomenda.


Apostar em dietas radicais: Dietas restritivas, para muitos, é sinônimo de saúde, mas isso não é verdade. “A alimentação possui um papel fundamental na manutenção e fortalecimento do organismo, pois é responsável por fornecer nutrientes essenciais para as funções orgânicas. Por isso, qualquer mudança drástica nos hábitos alimentares sem acompanhamento médico, como restrição de grupos alimentares e diminuição de calorias e refeições, pode oferecer riscos à saúde, principalmente em pessoas que já apresentam algum tipo de carência nutricional prévia”, alerta a Dra Marcella Garcez.


Ficar obcecado com comer saudavelmente: Uma alimentação limpa e saudável tem inúmeras vantagens para a saúde geral. Mas também tem seu lado sombrio, que ocorre quando essa alimentação saudável e limpa torna-se o foco de sua vida. “O diagnóstico emergente de ortorexia nervosa mostra como o conceito de comer comida de verdade pode ficar fora de controle nas mãos de uma pessoa que é obsessiva, insegura e tenta ganhar autoestima e controle sobre a vida por meio da adesão estrita às normas criadas por ela mesma”, explica o Dr Juliano Burckhardt. Segundo o nutrólogo, enfatizar demais esse aspecto da vida pode levar ao estresse, isolamento social, espírito crítico, relacionamentos rompidos e até desnutrição. “Uma adoração tão rígida de certos tipos de alimentos como alimentos puros ou curativos é desnecessária. A alimentação limpa visa a saúde da pessoa, mas é apenas uma parte a ser considerada, devendo ser acompanhada também de relacionamentos, habilidades pessoais e desenvolvimento de talentos, crescimento emocional e espiritual, busca de hobbies e interesses e um amor pela vida que abrange o que está legalmente disponível e compatível com o bem de cada um. Isso é fundamental para a saúde, bem-estar e longevidade”, finaliza.


FONTES:

*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557 http://www.alinelamaita.com.br/

*DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Cardiologista, Geriatra e Nutrólogo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Especialista também em Clínica Médica, Medicina de Urgência e Ergometria. É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal. Atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. É diretor médico do V'naia Institute. Diretor Científico Brasil da European Academy of Personalized Medicine. Membro do Corpo Clínico do Hospital Sírio Libanês.

*DR. GABRIEL NOVAES DE REZENDE BATISTELLA: Médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). Formado em Neurologia e Neuro-oncologia pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, hoje é assistente de Neuro-Oncologia Clínica na mesma instituição. O médico é o representante brasileiro do International Outreach Committee da Society for Neuro-Oncology (IOC-SNO).

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

*DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. http://www.drapaola.me/ 


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