Festival de Teatro Virtual da Funarte apresenta ‘Museu dos Meninos’ e ‘Ombela’

DO TEXTO: Espetáculos do Rio de Janeiro e de Pernambuco abordam a visibilidade de diferentes corpos e a poesia da ancestralidade africana

A Fundação Nacional de Artes – Funarte, na terceira semana do Festival de Teatro Virtual da instituição, exibe as montagens Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro e Ombela. A primeira, do Rio de Janeiro, oferece uma reflexão sobre quais corpos são vistos e considerados na atualidade. A segunda, de Pernambuco, faz uma busca poética a partir da ancestralidade africana, com base no mito de Ombela, que significa chuva na língua umbundo angolana.


Espetáculos do Rio de Janeiro e de Pernambuco abordam a visibilidade de diferentes corpos e a poesia da ancestralidade africana


A Fundação Nacional de Artes – Funarte, na terceira semana do Festival de Teatro Virtual da instituição, exibe as montagens Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro e Ombela. A primeira, do Rio de Janeiro, oferece uma reflexão sobre quais corpos são vistos e considerados na atualidade. A segunda, de Pernambuco, faz uma busca poética a partir da ancestralidade africana, com base no mito de Ombela, que significa chuva na língua umbundo angolana. As sessões serão publicadas no canal da Fundação no YouTube, nos dias 19 e 20 de agosto, às 18h30.


A agenda do festival tem 25 apresentações teatrais, de grupos e companhias das cinco regiões do País, voltadas ao público adulto e infantil. Um novo espetáculo será divulgado on-line todas as quintas e sextas, até o final de outubro, sempre no mesmo horário. Os vídeos ficam disponíveis para acesso posterior e podem ser acessados em: bit.ly/FestivaldeTeatroVirtual.


Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro


Nesta quinta-feira, dia 19, o espetáculo-performance Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro, de Maurício Lima, será liberado na plataforma de vídeos. Na obra, Maurício faz uma “arqueologia afetiva” de “artefatos” recolhidos na pesquisa para criação do Museu dos Meninos (www.museudosmeninos.com.br), projeto autoral do performer. A partir de desenhos, grafismos, memórias vividas e inventadas, ele chama o público a refletir sobre quais corpos são vistos e ouvidos, sobre quem tem o direito de narrar a própria história.


De acordo com Maurício Lima, o trabalho foi construído durante a pandemia, pela “urgência desses tempos”. “Diante da impossibilidade do encontro e de todas as violências advindas e potencializadas pela pandemia, nos colocamos o exercício de criar espaços de encontros, afetos e reflexão, subvertendo plataformas e dispositivos que não foram criados para o fazer teatral, e a partir dessa subversão criar uma obra que mobilize o espectador do outro lado da tela para juntos imaginarmos outras possibilidades de futuro”, explica o performer.


Para Maurício Lima, o teatro, como arte viva, atravessa tempos por meio “de um comprometido diálogo com o tempo presente, carregando o passado e tateando futuros”. Apesar de ganhar força neste momento, o teatro on-line não é algo novo, pois já era experimentado por diversos artistas. Agora, contudo, prossegue o performer, essa possibilidade é experienciada de uma forma coletiva.


“É uma honra poder participar deste Festival que traça um panorama nacional de espetáculos e experimentos teatrais, escrevendo um documento importante para a história do teatro no Brasil, com uma diversidade de olhares, abordagens e experiências artísticas”, reforça Maurício Lima.


Ombela


Já na sexta-feira, dia 20, será exibida a versão em vídeo do espetáculo Ombela, encenado pela primeira vez em 2014. A companhia O Poste Soluções Luminosas realiza um trabalho de busca da ancestralidade africana, com base no texto/poema épico do escritor africano Manuel Rui, Ombela, inspirado no mito de mesmo nome. Na língua umbundo angolana, ombela significa chuva. Indicado a maiores de 18 anos, o espetáculo fala sobre duas gotas que se transformam em entidades, personificando o corpo e a voz da chuva.


"Essa(s) Ombela(s) inventa(m) nascentes e desdobra(m) rios ao som do vento e a cada gota faz nascer ou morrer coisas, gente e sentimentos", diz o grupo. O espetáculo representa os arquétipos do universo feminino e convida a refletir sobre quem somos e para onde vamos.


Além de ser interpretada em português, a obra também é falada e cantada em umbundo. "É uma satisfação participar deste festival com Ombela, porque ele vem trazendo um ineditismo em sua encenação e na sua composição", declara Samuel Santos, diretor do grupo, chamando a atenção para os dois idiomas utilizados, no contexto da cultura afro-indígena.


Com direção musical da cantora Isaar França, encenação de Samuel Santos e interpretação de Agrinez Melo e Naná Sodré, o espetáculo ganhou prêmio especial pela pesquisa em Matriz Africana no Festival Internacional Janeiro de Grandes Espetáculos 2015.


Sobre o Festival de Teatro Virtual da Funarte


A programação é resultado do edital Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual 2020, lançado em agosto daquele ano. O objetivo era incentivar montagens para apresentação virtual e contribuir para a manutenção de coletivos, grupos e companhias. “Ele foi elaborado em meio a pandemia como uma saída, uma alternativa de fomento à classe artística, contemplando não apenas os artistas, mas também os técnicos”, declara Renata Januzzi, coordenadora de Teatro e Ópera da Funarte. Com o festival, a Fundação busca ainda estimular a democratização e acessibilidade à linguagem artística.


O Teatro Virtual faz referência e homenagem a outro projeto da Funarte, a Série Seis e Meia, que promovia shows de música sempre às 18h30. A ideia é manter o compromisso de levar arte ao público com assiduidade, em um horário acessível, mesmo que à distância. Os vídeos, previamente gravados, ficam disponíveis gratuitamente para o público após a exibição.


Renata Januzzi ressalta a força histórica do teatro, que hoje enfrenta mais um desafio para se manter presente. “O teatro é uma arte milenar e vem sobrevivendo a diversas ameaças de extinção. Dentre elas, a tecnologia, que já foi uma dessas ameaças, surge agora como uma solução de fomento a uma linguagem tão artesanal.”


Programação do Teatro Virtual


O festival teve início em 5 de agosto com O Homem e a Mancha (SP), encenado pelo ator, professor, produtor e diretor Marcos Breda, em texto de Caio Fernando Abreu, com direção de Aimar Labaki e fotografia de Jacob Solitrenick. No dia seguinte, foi a vez de Zapato busca Sapato, da Trupe de Truões (MG), história para todas as idades sobre um “sapato recém-nascido” à procura de seu par. Na semana seguinte, foram exibidos A Casa de Farinha do Gonzagão e A Cripta de Poe, inspirados, respectivamente, no instrumentista, compositor e cantor Luiz Gonzaga e no escritor estadunidense Edgar Allan Poe.


Os vídeos ficam disponíveis para acesso posterior e podem ser acessados em: bit.ly/FestivaldeTeatroVirtual. Na semana que vem, o festival dá continuidade à agenda da região Nordeste, seguida por grupos do Norte, Sul e Centro-Oeste do País.


Espetáculos desta semana:


Dia 19 de agosto | Quinta-feira

Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro | RJ

Espetáculo-performance de Mauricio Lima

Ficha técnica:

Performance: Maurício Lima | Direção e dramaturgia sampleada: Fabiano de Freitas e Maurício Lima | Direção de arte: Evee Ávila | Direção de produção: Nely Coelho | Direção técnica: Juracy de Oliveira | Trilha sonora: Edgar | Edição e cor : Nina Fachinello | Design Gráfico Arqueologias do Futuro: Rodrigo Rosm  | Vídeo Homem-Bola: Diogo Nascimento | Câmera e som: Matheus Brandão | Intérprete de Libras: Jhonatas Narciso | Audiodescrição: Nara Monteiro | Consultoria em audiodescrição: Moira Braga | Coprodução: Pandêmica - Coletivo Temporário de Criação | Produção: Ginja Filmes & Produções.


Dia 20 de agosto | Sexta-feira

Ombela | PE

O Poste Soluções Luminosas

Classificação: 18 anos

Ficha técnica:

Texto: Manuel Rui | Encenação Cenografia e plano de luz: Samuel Santos | Desenho de cenografia: Douglas Duan | Atrizes: Agrinez Melo e Naná Sodré | Consultoria/Estudos em Antropologia: Daniele Perin Rocha Pitta | Composição de trilha sonora: Isaar França | Preparação musical: Surama Ramos | Preparação Dança do Jarro: Sylvya Olyveyra | Concepção de figurino e execução: Agrinez Melo | Contra- regra: Talles Ribeiro | Identidade Visual: Curinga Comuniquê e Vicente Simas | Plano de Maquiagem: Naná Sodré | Coordenação Acessibilidade Comunicacional: VouSer Acessibilidade | Produção: O Poste Soluções Luminosas | Ombela em vídeo – Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual 2020 | Coordenação Acessibilidade Comunicacional: VouSer Acessibilidade | Câmeras: Talles Ribeiro e Anderson Serafim | Áudio: Anderson Serafim | Edição: Talles Ribeiro | Produção: O Poste Soluções Luminosas.


Espetáculos já disponíveis:

bit.ly/FestivaldeTeatroVirtual

Monólogo O Homem e a Mancha: 24 anos-luz | SP

Com o ator Marcos Breda e texto de Caio Fernando Abreu

Classificação: 12 anos


Espetáculo infantil Zapato busca Sapato | MG

Com a Trupe dos Truões

Classificação Livre


Espetáculo A Casa de Farinha do Gonzagão | SP

Teatro-Baile Produções

Classificação: 10 anos


A Cripta de Poe | SP

Companhia Nova de Teatro


Próximos lançamentos:


Nordeste


Dia 26 de agosto | Salto | PE

Janela Gestão de Projetos / Bote de Teatro


Dia 27 de agosto | Suelen, Nara, Ian| CE

Grupo Pavilhão da Magnólia


Dia 2 de setembro | Maria Firmina dos Reis, uma voz além do tempo | MA

Núcleo Atmosfera de Dança-Teatro


Dia 3 de setembro | Épico – Casa Tomada | BA

Território Sirius Produções


Norte


Dia 9 de setembro | Mar Acá | RR

Ass. Cult. Art. Locômbia Teatro de Andanças


Dia 10 de setembro | A Borracheira | RO

Associação Cultural O Imaginário


Dia 16 de setembro | Marília Gabriela não vai mais morrer sozinha | AM

H Produções e Artes Cênicas Ltda


Dia 17 de setembro | Gibi | TO

Lamira Artes Cênicas


Dia 23 de setembro | Vestido Queimado | AM

Soufflé De Bodó Company


Sul


Dia 24 de setembro | 2068 | RS

Máscara Encena


Dia 30 de setembro | Manual para náufragos | RS

Tainah Dadda


Dia 1º de outubro | Pa Pe Lê – uma aventura de papel | SC

Téspis Cia. de Teatro, Música e Artes


Dia 7 de outubro | Habite-me teatro de máscaras, bonecos e dança | RS

CIA 4


Dia 8 de outubro | Limita-ações: as coisas que guardamos | SC

Dionísos Teatro


Centro-Oeste


Dia 14 de outubro | Bodas de Sangue | DF

Merun Filmes/Estupenda Trupe


Dia 15 de outubro | À Espera de Godot | DF

Diego Pereira Borges


Dia 21 de outubro | Estranhas | DF

Dephot Fotografia e Projetos Culturais


Dia 22 de outubro | A Moscou! Um Palimpsesto | DF

Roberto Felipe de Oliveira


Dia 28 de outubro | As 12 caixas de Hércules | DF

Voar Arte para Infância e Juventude


Mais informações sobre os espetáculos das próximas semanas serão divulgadas em breve


Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual


Acesso gratuito, no canal: bit.ly/FestivaldeTeatroVirtual


Realização

Fundação Nacional de Artes – Funarte | Centro de Artes Cênicas | Coordenação de Teatro

Secretaria Especial da Cultura | Ministério do Turismo | Governo Federal


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