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De disfunções ovulatórias a maus hábitos, veja o que pode dificultar a tão sonhada gravidez para algumas mulheres
De disfunções ovulatórias a maus hábitos, veja o que pode dificultar a tão sonhada gravidez para algumas mulheres
São Paulo – Agosto/2021 - Infertilidade é o termo usado para descrever a falha do casal em conceber, apesar de ter mantido relações sexuais regulares e desprotegidas por um ano. Para cada 100 casais que tentam engravidar naturalmente, 84 terão alcançado a concepção em um ano, 92 em dois anos e 93 em três anos. Algumas mulheres engravidam rapidamente, enquanto outras podem demorar mais, mas geralmente, uma visita ao médico é recomendada se a mulher não engravidar após um ano de tentativas. “Mulheres com mais de 36 anos ou aquelas com motivos para acreditar que podem ter problemas de fertilidade precisam visitar seu médico antes disso. A infertilidade pode ser causada por vários problemas diferentes e às vezes não é possível estabelecer a causa. Pode haver uma única causa em um dos parceiros ou uma combinação de problemas que impeçam a concepção ou a continuação da gravidez. Homens e mulheres podem ter problemas de fertilidade, o que ocorre em cerca de 20% dos casais inférteis. Em cerca de 15% dos casos, nenhuma causa de infertilidade é identificada em nenhum dos parceiros e isso é referido como infertilidade ‘inexplicada’”, explica a ginecologista Dra. Eloisa Pinho, da Clínica GRU.
Segundo a médica, no entanto, quando as causas são identificadas entre as mulheres, elas mais comumente incluem ovulação irregular, endometriose e obstrução das trompas de falópio. “35 % das causas são relacionadas a alterações nas tubas (fator tubário): infecções pélvicas que podem causar obstrução das tubas, endometriose e aderências cirúrgicas. Disfunções ovulatórias (fator ovulatório), como Síndrome dos Ovários Policísticos (uma doença causada pelo desequilíbrio dos hormônios na mulher), alterações hormonais relacionadas à idade, alterações aos hormônios da tireoide e altos níveis de prolactina, também estão entre as causas. Além disso, há o fator uterino, quando a paciente tem útero septado, miomas, pólipos uterinos”, explica. Entre os homens, a causa mais comum são distúrbios do esperma. “No entanto, precisamos destacar que infertilidade não é o mesmo que esterilidade, onde não há possibilidade de concepção. Até 15% dos casais podem ser inférteis, mas apenas 1 a 2% deles são estéreis e 50% dos casais inférteis que procuram ajuda, acabam por conceber, naturalmente ou com assistência médica”, diz a ginecologista.
Fatores ambientais também explicam casos de infertilidade. A poluição do ar é um deles. “Por exemplo, homens e mulheres que trabalham ao ar livre em cidades grandes têm maior dificuldade em engravidar (agentes de trânsito, taxistas, motoristas de ônibus, etc)”, diz o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. “O excesso de exposição a produtos químicos provenientes da poluição e de agrotóxicos pode induzir a diversos tipos de danos no DNA, levando então a mutações que inviabilizam o espermatozoide, contribuindo para a infertilidade masculina. E indivíduos que são portadores de alelos que comprometem os mecanismos de defesa, como o sistema antioxidante, são ainda mais suscetíveis a esses danos”, completa o médico. “Além disso, vários produtos químicos e seus metabólitos podem alterar a expressão de genes, inibindo-os ou ativando-os em excesso. É o caso do gene SHBG, que possui alelos que estimulam a expressão e, consequentemente, a maior produção de SHBG, o que pode levar a diminuição dos níveis de testosterona”, completa o médico. O peso também é um fator a ser considerado. “Diversos estudos mostram o impacto negativo da obesidade na fertilidade do casal. Mulheres com sobrepeso têm cerca de 25% menos chances de engravidar e aquelas com obesidade apresentam queda na taxa mensal de gravidez de até 50% em relação às mulheres com a mesma idade e com peso normal. Em relação à obesidade masculina, o impacto pode ser ainda maior. Homens obesos apresentam diminuição de até 60% na fertilidade, pois a obesidade pode ocasionar baixa quantidade e qualidade do sêmen”, afirma o Dr Rodrigo Rosa. No caso das mulheres, ainda há risco de desenvolver diabetes gestacional durante a gravidez, o que pode causar problemas de saúde ao filho.
A idade também é uma inimiga da mulher quando o assunto é reprodução. Os índices de fertilidade da mulher mudam conforme a idade e a probabilidade diminui com o passar do tempo. “Em um ano, a chance de gravidez para mulheres de 25 a 30 anos é de 85%; entre 31 e 35 anos é de 80%; entre 36 e 40 é de 50%; entre 41 e 42 anos é de 20%”, explica a ginecologista.
Para diagnosticar a infertilidade nas mulheres, a ovulação é testada, seja em casa, usando meios como a temperatura corporal basal ou testes de muco cervical, ou no hospital, com um ultrassom ou exames de sangue. Se houver ovulação, os testes podem ser realizados para descartar bloqueios tubários ou uterinos e garantir a anatomia uterina normal. “Se a ovulação estiver ausente, os níveis hormonais são verificados, bem como os parâmetros metabólicos”, explica a médica.
O tratamento para infertilidade feminina inclui: medicamento para problemas óbvios, como anovulação (Síndrome do Ovários Policísticos e Insuficiência ovariana primária) ou infecção; inseminação artificial, com tecnologias de reprodução assistida, fertilização in vitro, injeção intracitoplasmática de espermatozoides ou transferência tubária intrafalópica de gametas. “Em muitos casos também os hábitos de vida estão relacionados e a mudança para um estilo de vida mais saudável aumenta as chances de concepção de um filho. No geral, é recomendado não fumar, diminuir ou evitar o consumo de álcool, controlar o estresse e melhorar a dieta, tratando a obesidade ou a desnutrição, além de fazer exercícios físicos”, finaliza a Dra. Eloisa.
FONTES: *DRA. ELOISA PINHO: Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria. *DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
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*DRA. ELOISA PINHO: Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.
*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
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