Guerra do Ultramar | Uma guerra sem razão

DO TEXTO: A Guerra do Ultramar foi um conflito armado entre as Forças Armadas Portuguesas e os movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas.

Guerra Colonial Portuguesa




O início deste negro episódio da história militar portuguesa ocorreu em Angola

 

Por: Andrea K
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A Guerra do Ultramar ou Guerra Colonial, que durou entre 1961 e 1974, foi um conflito armado entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas em África — Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, as quais desejavam a independência em relação a Portugal.

O início deste negro episódio da história militar portuguesa ocorreu em Angola, a 15 de Março de 1961, aquando de uma sublevação no noroeste de Angola realizada pela União das Populações de Angola (UPA). Esta sublevação causou milhares de mortos e foi usada como justificação pelo Estado Português para enviar as primeiras tropas portuguesas para África.

Por sua vez, na Guiné-Bissau, os confrontos foram iniciados em Julho de 1961, quando as povoações de S. Domingos, Suzana e Varela foram atacadas por guerrilheiros do Movimento de Libertação da Guiné (MLG). Estes ataques rapidamente se estenderam a quase todo o território guineense, crescendo continuamente de intensidade, sendo considerado por muitos peritos como o palco mais perigoso da investida militar portuguesa em terras africanas.

Em Moçambique, nos dias 24 e 25 de Setembro de 1964, Chai, na província de Cabo Delgado, foi atacada pelo movimento de libertação moçambicano denominado Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Os ataques estenderam-se posteriormente a grande parte do território e a 16 de Novembro do mesmo ano, as tropas portuguesas sofriam as primeiras baixas no Norte de Moçambique.

No entanto, em Portugal, como o Estado Português, mais conhecido por Estado Novo, nunca reconheceu a existência de uma guerra, grande parte da população portuguesa, iludida pela ora vigente censura à imprensa, viveu sob a ilusão de que, em África, não havia uma guerra, mas apenas alguns ataques de terroristas e de potências estrangeiras.

1974 foi o ano em que os conflitos terminaram e hoje sabe-se que 90% por cento da população jovem masculina do país da época foi mobilizada para esta Guerra, a qual causou cerca de 10 mil mortos e 20 mil inválidos entre os soldados e mais de 100 mil vítimas entre os civis que viviam nas colónias.

E mais uma guerra acabava como todas as guerras acabam: só com vencidos.

 

Guerra do Ultramar 



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7 Comentários

Comentários

  1. Muito bom, interessante uma triste realidade do nosso passado, que tantas vidas ceifou e marcou. M S

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    1. Obrigada pelo feedback. Passado triste, sem dúvida, e que devia ter sido evitado, mas já que existiu ao menos que nos lembremos com respeito de todas as vítimas inocentes de todas as facções, nacionalidades, raças,...

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  2. Uma homenagem aos ex-combatentes Portugueses e dos países lusófonos que participaram numa guerra que nunca devia ter acontecido.
    Pena que obtida a independência, outros países se tivessem substituído a Portugal e que se calhar por causa disso a guerra ainda tivesse continuado internamente nesses países por longos anos, com as consequências que ainda se refletem nos dias de hoje.
    Mas isso é outra história.
    Parabéns pelo artigo.

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    1. Obrigada pelo feedback. Uma guerra sem razão, como todas, e que nunca deveria ter acontecido. E realmente é outra história tudo o que se passou depois e as consequências que ainda hoje vemos, como bem afirmou.

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  3. Concordo em absoluto. Estive em Angola no período de 1965 a 1967 e vi coisas que me fizeram meditar sobre essa guerra, desnecessária e que ceifou milhares de vidas, não esquecendo os mutilado, muitos dos quais reencontrei na velha Lisboa.

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    1. 10,000 ?
      100,000 ?
      Nao compreendi bem o artigo acima...

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    2. Olá, menina Fraga!
      Segundo percebi, o artigo refere 10 mil mortos e 20 mil inválidos entre os soldados e ainda 100 mil vítimas civis que viviam nas colónias.
      Beijinho.

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