Relações sexuais podem retardar início da menopausa, aponta estudo

DO TEXTO: Apesar do assunto ser ainda um grande tabu, a prática sexual vai muito além do prazer e é extremamente benéfica para o organismo.

De acordo com pesquisa publicada em janeiro na revista médica Royal Society Open Science, mulheres que participam de práticas sexuais com regularidade possuem um risco menor de sofrerem com o surgimento precoce da menopausa.


De acordo com pesquisa publicada em janeiro na revista médica Royal Society Open Science, mulheres que participam de práticas sexuais com regularidade possuem um risco menor de sofrerem com o surgimento precoce da menopausa.


São Paulo – Abril/2021 - Apesar do assunto ser ainda um grande tabu, a prática sexual vai muito além do prazer e é extremamente benéfica para o organismo. “O sexo, por exemplo, é capaz de melhorar o humor, aliviar o estresse e a ansiedade, tornar o sono mais proveitoso, auxiliar na queima de calorias e diminuir dores, inclusive aquelas causadas pelas cólicas menstruais”, explica a Dra. Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU. E os benefícios do sexo não param por aí, já que, de acordo com um estudo publicado em janeiro na revista médica Royal Society Open Science, mulheres que fazem sexo semanal ou mensalmente têm um risco menor de entrar na menopausa precocemente do que aquelas que praticam relações sexuais com prazo maior que um mês.


Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores basearam-se em dados de 2936 mulheres presentes no Estudo de Saúde da Mulher entre as Nações (SWAN), que é considerado o maior e mais representativo estudo disponível para pesquisar aspectos da transição da menopausa. No estudo, as mulheres, que inicialmente possuíam 45 anos de idade e ainda não haviam entrado na menopausa, responderam uma série de questões sobre sua atividade e frequência sexual, sendo que 64% das participantes afirmaram ter relações sexuais semanalmente. As entrevistas continuaram por um período de dez anos, durante o qual 45% das mulheres entraram na menopausa na idade média de 52 anos. Então, ao compararem a frequência sexual das mulheres com a idade em que entraram na menopausa, os pesquisadores descobriram que as participantes que faziam sexo semanal e mensalmente apresentaram, respectivamente, 28% e 19% menos chances de experimentarem a menopausa precocemente em comparação com aquelas que faziam sexo menos do que uma vez ao mês. “As descobertas do estudo parecem sugerir que o organismo, ao notar que a mulher não está fazendo sexo e, logo, que não há chances de gravidez, deixa de investir na ovulação, dando assim início a menopausa”, diz a Dra. Eloisa Pinho.


É claro que isso não significa que a prática sexual diária fará com que você nunca entre na menopausa. “Não há intervenção comportamental que impeça a menopausa, afinal, esse é um processo inevitável que ocorre naturalmente devido ao envelhecimento e afetará todas as mulheres em algum momento da vida”, afirma a ginecologista. Além disso, já ter entrado na menopausa também não quer dizer que você deve deixar de fazer sexo, pois manter relações sexuais nesse período, além de conferir os benefícios já citados, também faz com que a atrofia da vagina causada pela menopausa seja menor. “Como resultado, a mulher sofre menos com desconfortos característicos da atrofia vaginal, como falta de lubrificação, irritação e infecções recorrentes e dores durante a relação sexual e ao urinar”, destaca a médica.


Mas fique tranquila caso você não sinta o desejo de ter relações sexuais diariamente. É natural que, em alguns dias, as mulheres não sintam essa necessidade devido a fatores como cansaço e estresse. No entanto, caso sua libido permaneça baixa por muito tempo a ponto de te afetar física, mental e amorosamente, pode ser interessante visitar um ginecologista, já que a falta de apetite sexual também pode ser sinal de algo mais sério. “A perda ou diminuição da libido é um problema muito frequente, acometendo de 15 a 35% das mulheres, e as causas são diversas, podendo incluir desde o uso de pílulas anticoncepcionais até doenças como vaginismo, depressão e transtorno do desejo sexual hipoativo. Nesses casos, apenas o médico especializado poderá diagnosticar a real causa do problema e indicar o tratamento mais adequado, que vai variar de acordo com cada caso e pode incluir terapia de reposição hormonal, acompanhamento psicológico, substituição dos métodos contraceptivos e outros medicamentos ou simplesmente a adoção de um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação balanceada, a prática regular de exercícios físicos e boas noites de sono”, finaliza a Dra. Eloisa Pinho.


FONTE: DRA. ELOISA PINHO - Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.

Estudo: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsos.191020

 


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