Pesquisadores descobrem fator molecular que permitiria à pele adulta se regenerar como a de um bebê

DO TEXTO: Fator genético recém-identificado permitiria que a pele adulta se reparasse como a de um recém-nascido (sem cicatrizes).

Um fator genético recém-identificado permitiria que a pele adulta se reparasse como a pele de um recém-nascido. O estudo Lef1 expression in fibroblasts maintains developmental potential in adult skin to regenerate wounds foi feito por pesquisadores da Washington State University e publicado em setembro de 2020 na revista científica eLife Science.

 

Fator genético recém-identificado permitiria que a pele adulta se reparasse como a de um recém-nascido (sem cicatrizes). A descoberta tem implicações no tratamento de feridas, pós-cirúrgico e na prevenção de parte do processo de envelhecimento da pele. Estudo foi publicado em setembro de 2020


São Paulo – março 2021 - Um fator genético recém-identificado permitiria que a pele adulta se reparasse como a pele de um recém-nascido. O estudo Lef1 expression in fibroblasts maintains developmental potential in adult skin to regenerate wounds foi feito por pesquisadores da Washington State University e publicado em setembro de 2020 na revista científica eLife Science. “A descoberta tem implicações no tratamento de feridas, no pós-cirúrgico e na prevenção de parte do processo de envelhecimento da pele. Os pesquisadores identificaram um fator na pele de camundongos bebês que controla a formação do folículo capilar. Quando foi ativado em ratos adultos, sua pele foi capaz de curar feridas sem deixar cicatrizes. A pele regenerada incluía até pelos e podia causar arrepios”, diz o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).


De acordo com o estudo, os pesquisadores identificaram um fator que atua como um interruptor molecular na pele de camundongos bebês. “Esse interruptor controla a formação de folículos pilosos conforme eles se desenvolvem durante a primeira semana de vida. Essa chave é desligada principalmente após a formação de pele e permanece desligada no tecido adulto. Quando foi reativado em células especializadas em ratos adultos, observou-se uma habilidade gigantesca de reparação, sem formação de cicatrizes como a de adultos”, afirma o cirurgião plástico.


Os pesquisadores usaram uma nova técnica chamada sequenciamento de RNA de célula única para comparar genes e células na pele em desenvolvimento e na pele adulta. “No desenvolvimento da pele, eles encontraram um fator de transcrição - proteínas que se ligam ao DNA e podem influenciar a ativação ou desativação dos genes. O fator que os pesquisadores identificaram, chamado Lef1, estava associado aos fibroblastos papilares, que são células em desenvolvimento na derme papilar, uma camada dA pele logo abaixo da superfície que dá à pele sua tensão e aparência jovem. Quando os pesquisadores ativaram o fator Lef1 em compartimentos especializados da pele de camundongos adultos, isso aumentou a capacidade da pele de regenerar feridas com cicatrizes reduzidas”, explica o Dr. Mário.


O grande trunfo do trabalho é conseguir transferir essa capacidade inata da pele jovem neonatal para a pele mais idosa. "O estudo mostrou que, em princípio, esse tipo de regeneração é possível."


Os mamíferos não são conhecidos por suas habilidades regenerativas em comparação com outros organismos, como as salamandras que podem regenerar membros inteiros e regenerar sua pele. O estudo sugere que o segredo da regeneração humana pode ser encontrado estudando nosso próprio desenvolvimento inicial. "Ainda podemos buscar inspiração em outros organismos, mas também podemos aprender sobre a regeneração olhando para nós mesmos. Nós geramos novos tecidos, uma vez em nossas vidas, conforme estamos crescendo", afirma o médico. A ideia do estudo partiu da observação de cirurgias de emergência para salvar vidas no útero, no qual observou-se que, quando esses bebês nasceram, eles não tinham nenhuma cicatriz da cirurgia.


O cirurgião plástico enfatiza, no entanto, que muito trabalho ainda precisa ser feito antes que esta última descoberta em ratos possa ser aplicada à pele humana. “Mas este é um avanço fundamental e que poderá ter implicações importantes no cuidado após procedimentos, feridas e tratamento do envelhecimento”, finaliza o médico.


FONTE:

*DR. MÁRIO FARINAZZO: Cirurgião plástico, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o médico é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor de Trauma da Face e Rinoplastia da UNIFESP e Cirurgião Instrutor do Dallas Rinoplasthy™ e Dallas Cosmetic Surgery and Medicine™ Annual Meetings. Opera nos Hospitais Sírio, Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz, entre outros. www.mariofarinazzo.com.br

LINK do estudo: https://elifesciences.org/articles/60066


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