Loop da rotina e da guitarra conversam em clipe do Neptunea

DO TEXTO: “Desde pequeno penso sobre as situações nas quais agi ou reagi de forma automática, anestesiado, sem, de fato, pensar no que estava fazendo.

Em seu segundo clipe, Neptunea, o projeto solo de Rafael Bulleto (BIKE, Antiprisma), fala sobre o processo de criação dentro de casa durante a quarentena. Em “Infinito Espiral”, a rotina inspira o padrão cíclico e o loop sem fim da canção instrumental. O single sucede “AUM”, lançado em 2019 com clipe gravado na Antártica. O vídeo gravado no celular e dirigido por Ana Zumpano e Rafael Bulleto é acompanhado do single, que antecipa o clima do disco de estreia do Neptunea. A música é um lançamento Alcalina Records.

O single surge de uma reflexão sobre os ciclos que acontecem na vida. Situações que se repetem e as oportunidades para um amadurecimento que passam sem percebemos.  Mas que, curiosamente, nos revisitam quando menos esperamos. Como se fosse uma prova sendo repetida até que a lição seja aprendida, um “Feitiço do Tempo” da vida real.

“Desde pequeno penso sobre as situações nas quais agi ou reagi de forma automática, anestesiado, sem, de fato, pensar no que estava fazendo. Isso se deve, talvez à rotina ou à força do hábito. Eu só percebia que estava nesse modo depois que tudo havia acontecido, como se tivesse acabado de acordar de um sonho em que não estava no controle.”, explica Rafael Bulleto (guitarra, programações).

A partir de um dedilhado de guitarra que é repetido incansavelmente, com o evoluir da música, aos poucos, baixo, bateria e sintetizador vão surgindo. A cada loop, aumenta a complexidade e no fim, todos elementos unem-se para uma nova fase, com mais sons e mais cor. O clipe gravado no celular mostra a realidade atual de Rafael Bulleto, como funciona o processo de criação e produção da música, em casa, sozinho. Também aparecem no clipe pinturas que fez nesse período de quarentena e objetos que o inspiram.

“Como vivemos esse momento de distanciamento social e confinamento, rotina repetitiva e que já parece infinita, pensei em retratar essa realidade em um videoclipe. A gente deu esse aspecto de sonho ao vídeo pensando sobre o momento em que a gente acorda do modo automático e parece ter vivido um sonho. Eu fico pensando que, depois que a pandemia e o isolamento acabarem, talvez toda essa história pareça um grande delírio coletivo. Como a gente vai se lembrar disso?”, questiona Rafael.

Para afastar as energias negativas, é com uma mandala que Neptunea mergulha em “Infinito Espiral. O criador da figura, Diego Alves, do coletivo Camaleão Rec, explica que a mandala tem o sol como elemento central, representando o fogo e a transformação. O terceiro olho é a porta de acesso para a evolução. Ao redor do sol, o mantra tibetano “OM MANI PADME HUM” fala sobre a unidade entre corpo, mente e espírito. Acima do sol estão pétalas azuis, que são a cor do infinito e simbolizam a água, elemento que remete a mutação e flexibilidade. Por fim, as espirais em formas de brotos refletem à natureza e a superação de determinado espiral da vida e o início do próximo.

A faixa instrumental “Infinito Espiral” é uma composição de Rafael Bulleto, também produzida pelo mesmo. Já a mixagem e masterização ficaram por conta de Felipe Magrinelli e Estúdio Tabuleiro, respectivamente. O videoclipe para a canção foi dirigido e editado por Ana Zumpano e Rafael Bulleto. A imagem da capa do single é de autoria de Diego Alves, do coletivo Camaleão Rec. O single é um lançamento Alcalina Records.

Assista NEPTUNEA - Infinito Espiral (Videoclipe):


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