Estudo sobre saúde gera impacto e publicação internacional

DO TEXTO: Tratamento da imunodeficiência primária representa redução de gastos, o que sugere investimentos do Estado

              Pesquisadores: Giovana Marioto Pelisari, Lívia Souza Primo, Luiz Euribel Prestes Carneiro,
                                                                Denise Boton Pereira e Edilson Flores
                                                              Foto: Bianca Santos/AI Hospital Regional

Tratamento da imunodeficiência primária representa redução de gastos, o que sugere investimentos do Estado

Implantado há seis anos no Hospital Regional (HR) Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, em parceria com a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) através da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp), o Ambulatório de Imunodeficiência e Infectologia tem gerado impacto social, econômico e científico. O social está na qualidade de vida. O econômico é sustentado em alguns fatores que representam menos gastos. O científico acaba de ser corroborado por publicação de artigo na revista britânica Frontiers of Immunology, da Sociedade Internacional de Imunologia, que possui elevado fator de impacto na comunidade científica internacional.

O diagnóstico precoce sobre imunodeficiências, que tem resultado da busca ativa e permitido rápida intervenção por equipe multidisciplinar, representa a redução de taxa de internação hospitalar por infecções e do uso de medicamentos antimicrobianos, além de menor prevalência de comorbidades, ou seja: paciente com duas doenças ou mais. Os dados produzidos em Prudente são compartilhados em rede de cooperação científica envolvendo o Grupo Brasileiro de Imunodeficiências (Bragig) e ao Grupo Latino-americano de Imunodeficiências (Lagid); conforme o responsável pelo laboratório Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, médico infectologista.

Pelos excelentes resultados obtidos desde que implantado em fevereiro de 2014 e comprovados por estudos científicos como o recém-publicado no Reino Unido, o laboratório atende usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) na área do Departamento Regional de Saúde (DRS-11), órgão estadual com sede em Prudente e abrangência em 45 municípios com mais de 750 mil habitantes, a maioria usuários do serviço público. Na condição de cientista, Euribel entende que o estado deveria investir na ampliação desse atendimento regional especializado no HR que é hospital de referência e parceiro da Unoeste, uma das mais importantes universidades do Brasil.

ENTRE INSTITUIÇÕES

O estudo de impacto internacional foi desenvolvido junto ao Programa de Mestrado em Saúde da Unoeste pela farmacêutica bioquímica e médica Denise Helena Boton Pereira, com orientação de Euribel e participações da estudante de Medicina Lívia Souza Primo, que foi presidente da Liga Acadêmica de Imunologia Reumatologia e Infectologia da Famepp, e da professora especialista em UTI Neonatal Giovana Marioto Pelizari. Uma produção de caráter interinstitucional que, além de professores e estudantes da Unoeste e da residência em Infectologia do HR, envolveu pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Júlio de Mesquista Filho e pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

Pelo campus da Unesp em Prudente, o envolvimento é do bioestatístico Dr. Edilson Ferreira Flores, vinculado ao Departamento de Estatística da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT). Pela USP, o Dr. Dewton de Moraes Vasconcelos, médico responsável pelo Ambulatório das Manifestações Dermatológica das Imunodeficiências do Hospital das Clínicas, e o Dr. Antonio Condino Neto, do Departamento de Imonologia, do Instituto de Ciências Biomédicas. O estudo esteve voltado em diagnosticar doenças raras resultantes de imunodeficiências, o que tem sido um desafio para os médicos, numa área de escassa literatura.

O artigo com publicação internacional apresenta o diagnóstico, tratamento e evolução de 39 pacientes que apresentaram doenças genéticas raras e classificadas como imunodeficiências primárias, pouco diagnosticadas pelos seguintes motivos: falta de conhecimento pelos médicos generalistas, escassez de especialistas em cidades do interior e dificuldade de diagnóstico ambulatorial, em decorrência de exames especializados e dos altos custos. O estudo foi o primeiro a ser levado à defesa pública no Programa de Mestrado em Ciências da Saúde, em fevereiro do ano passado.

SERVIÇO: O artigo pode ser acessado neste link.

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Implantado em 2017, o mestrado em Ciências da Saúde está entre os seis ofertados pela Unoeste. Os demais são de Odontologia, Ciência Animal, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, Agronomia e Educação, sendo que os quatro últimos também oferecem doutorado.

O Programa de Ciências da Saúde recebe profissionais de medicina, enfermagem, biologia, biomedicina, farmácia, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia e educação física, dentre outros com formação superior em áreas correlatas e que tenham interesse na qualificação profissional.

As linhas de pesquisa são sobre doenças infecciosas e parasitárias; doenças crônicas e agravo à saúde. A coordenação é da Dra. Lizziane Kretli Winkelstroter Eller e o corpo docente é excelente. As pesquisas feitas pelo programa também envolvem alunos dos cursos de graduação, inseridos em iniciação científica.

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