Quando o menos é mais

DO TEXTO: Toda a ação, por menor que seja, traz transformações individuais e coletivas
Pequenas ações podem trazer grandes mudanças em nossas vidas


Toda a ação, por menor que seja, traz transformações individuais e coletivas


Por: Prof. Paulo Lopes*

Ser otimista perante situações difíceis é uma característica que venho buscando desenvolver. Vejo o otimismo como a capacidade de destacar o lado positivo de tudo o que vivenciamos e, também, buscar uma solução favorável, por mais difícil que seja a situação. E neste período de Isolamento Social não está sendo diferente. Entender que este afastamento pode salvar a vida das pessoas com quem convivo, sentir que estou dispondo de mais tempo para programas em família, como assistir filmes, séries ou LIVES são o foco para manter a minha saúde mental.

E por falar em LIVE... o que foi a da Ivete Sangalo? Um exemplo de empatia! Assim como a maioria dos seus espectadores, ela estava em casa, vestindo pijama e acompanhada da sua família que, na cozinha dançaram, cantaram, cozinharam, lavaram louça divertiram-se durante a transmissão. O sucesso foi confirmado nos dias seguintes através de milhares de postagens em redes sociais com comentários positivos, comparando esta com tantas outras LIVES que utilizaram grandes produções de luz, som, cenários em sítios e beira de piscinas, sem conseguirem a empatia do público.

Reportando este fato para uma reflexão de âmbito profissional questionei-me:

Quantas vezes preocupei-me em elaborar aulas complexas quanto a composição e variação de exercícios, quanto a variação de movimentos dentro de um aquecimento rítmico, quanto a quantidade de técnicas a serem desenvolvidas em um treino esportivo, sem levar em conta a satisfação do aluno no momento da aula?

Quantas vezes deixei de estimular os questionamentos dos participantes em minhas palestras ou cursos para que eu pudesse desenvolver todo o conteúdo programado?

Quantas vezes deixei de dispensar a atenção necessária àquele aluno que tentava desenvolver um diálogo durante o treino dizendo que não poderia exceder o intervalo de 30 segundos entre as séries, pois isso iria prejudicar o rendimento?

Quantas vezes idealizei grandes projetos e, na ausência de recursos necessários, deixei de executar, enquanto outros pequenos projetos estavam ali prontos para serem executados e nem percebi?

Quantas vezes deixei de participar de cursos de aprimoramento acadêmico (pós graduação ou mestrado) por não dispor de tempo ou de recursos financeiros, enquanto vários cursos de capacitação, com pequena carga horária, me foram oferecidos e eu recusei?

Por quantas vezes esperei “o mais” e não percebi que “o menos” estava ali à minha disposição e que este menos poderia ser o necessário para minha satisfação e das pessoas que convivo?

O meteorologista e matemático norte americano Edward Lorenz desenvolveu, em 1968, a “Teoria do Caos” ou “Efeito Borboleta”, afirmando que pequenas ações podem trazer grandes mudanças em nossas vidas: “O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo”. Contextualizando esta teoria em nossa rotina profissional e atento aos questionamentos acima, percebemos que toda a ação, por menor que seja, traz transformações individuais e coletivas e que, se essas transformações proporcionarem crescimento mútuo não precisaremos dividi-las entre grandes e pequenas.

*Professor Esp. Paulo Lopes
- CREF:3080 G/RS
- Graduado em Educação Física (UFRGS 2001)
- MBA em Gerenciamento de Projetos (UNILASALLE 2015)
- Pós MBA em Inteligência Emocional nas Organizações (UNILASALLE 2019). Leia Mais sobre o autor...

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3 Comentários

Comentários

  1. Parabéns, meu irmão! Bela reflexão! Te admiro muito! 💗😍😘

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  2. Nobre colega Alba, grande verdade "Por quantas vezes esperei “o mais” e não percebi que “o menos” estava ali à minha disposição e que este menos poderia ser o necessário para minha satisfação e das pessoas que convivo?"

    Um forte abraço

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    1. É, amigo Marley, este foi um tema muito bem abordado pelo professor Paulo Lopes, que também me fez refletir.
      Abraços!

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