Unindo MPB, R&B e lo-fi, Moara abre o coração em íntimo EP

DO TEXTO:
Moara por Raquel Reis 

Moara faz mergulho íntimo em novo EP “Do Começo Ao Fim?”

Para além de rótulos de gêneros ou estilos, trabalho transporta ouvinte para o quarto da artista

“Do começo ao fim?” foi o questionamento que a cantora e compositora brasiliense Moara percebeu em meio a um afogamento. Usando essas emoções, ela decidiu transformar essa sensação em mergulho consciente, cuidadoso e honesto no seu novo EP.  Formado por seis composições escritas em períodos e cidades diferentes, o trabalho é minimalista e denso e está disponível em todas as plataformas de streaming de música.

Confira o faixa-a-faixa abaixo

Disposta a se perceber num momento de fragilidade, a artista se encontra do começo ao fim em novo EP. “Eu revisitei cada etapa de uma história, me percebi nela e, sem medo, falei sobre. ‘Do começo ao fim?’ pode ser ouvido de trás pra frente, do meio em diante, em qualquer ordem e, independente disso, a identificação é possível”, conta ela.

O novo trabalho nasceu de uma imersão artística e foi completamente gravado no quarto de Moara. “No meu quarto se fez, num tempo em que dele eu não saía. Com o mesmo cuidado que busquei o som, encontrei quem o construiria comigo”, revela ela, que trouxe pessoas próximas para a equipe, o que resultou em uma sintonia maior. A produção, arranjos, mixagem e masterização é assinada por Vitor Barbosa, irmão da artista, e o amigo Léo Ribeiro também assina as produções e arranjos.

“O EP como um todo surgiu de um processo súbito de entrega. Nada nele aconteceu por acaso. Gravar no meu quarto foi uma escolha, toda minha criação começa ali, onde eu durmo, acordo, escrevo, choro... antes de qualquer lugar, esse é o meu lugar. Ter meu irmão assinando produção, arranjos, mixagem e masterização foi uma escolha, ninguém me conhece como minha família, em cada momento de felicidade ou dor, na minha vida inteira, ele estava lá. Fomos poucos em todo o processo do EP, somente três além de mim, porque é exatamente assim que compartilho minha intimidade, com poucos e onde me sinto segura”, analisa ela.

Unindo em sua música uma forte intimidade e intensidade, Moara iniciou sua discografia com “Peito Aberto”, um EP que cantava a força e a busca por auto-aceitação. Considerado um dos principais lançamentos de MPB de 2018 por grandes veículos, o álbum levou Moara para palcos e espaços importantes como SIM São Paulo, Caixa Cultural São Paulo, Sonora Soma, Casa Vulva, RedBull Station, Festival CoMA, CCBB Rio de Janeiro, Móveis Convida e PicNik. 

Agora, a artista desconstrói essa imagem de força e abraça a honestidade e o poder da vulnerabilidade. “Do Começo Ao Fim?” está disponível em todas as plataformas de música digital.

Ouça “Do Começo Ao Fim?”: http://smarturl.it/DoComecoAoFimMoara

Moara por Raquel Reis 

Ficha Técnica:
Produção: Moara, Vitor Barbosa e Léo Ribeiro
Arranjos: Moara, Vitor Barbosa e Léo Ribeiro
Mix e Master: Vitor Barbosa
Capa: Raquel Reis

Faixa-a-faixa por Moara:
“Um Meio”: Essa faixa é uma provocação. Nos remete a ambiguidade de quem busca um meio para falar (e fala) e ao desespero de quem não recebe meio minuto para se expressar (e não se contém).

“A Dos Meus Olhos”: Foi a primeira música que escrevi na vida, aos 17 anos. Tanto tempo depois, é bonito olhar pra trás e revisitar essa Moara, adolescente, apaixonada. Para o EP essa música virou uma parceria com o Léo, pois refizemos juntos o arranjo inteiro e era exatamente o que eu queria. 

“Cê Sabe:” Nesse disco eu não me prendo a rótulos sonoros e mantenho o foco na história em si, cada momento tem um sentimento, uma levada, assim como na vida real. Lembro da felicidade absoluta no momento em que escrevi essa música e esse ar de diversão, deboche e medo de perder tudo que é bom, tá bem ali, é só ouvir.

“Silêncio”: Em algum momento o assunto acaba, os olhos se distanciam, os esforços são reduzidos a quase zero. Em algum momento a distância aumenta e essa solidão a dois sufoca, desespera. Essa faixa surge quando um dos lados desiste e o contexto sufoca. Ela é um grito embaixo d’água, onde ninguém pode ouvir, “machuca que passa”.

“O Melhor”: Essa faixa deixa explícita uma relação que terminou envolta em desrespeito. Expõe a sensação de impotência de quem dá tudo o que tem e ainda assim se vê sendo desconhecida por quem amou. Ela aflora a dor da decepção, do desapontamento. Uma expectativa que se quebra e a realidade que se mostra.

“Houve”: Essa música foi composta num quarto de hotel em porto alegre e veio de uma vez só no meio de muito choro, num processo intenso, denso. Era choro de alívio a paz de quem percebe que é hora de seguir e se dá conta que, sem perceber, já começou a seguir. Ela deu origem ao álbum, foi nesse momento em que tudo começou a nascer.

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