21ª Edição do Escritor do Mês na Biblioteca Camões - Revisitando JOSÉ RÉGIO | CCP Luanda 6 e 28/10

DO TEXTO: José Régio "Escritor do Mês" CCP Luanda 7 e 28/10

“ESCRITOR DO MÊS NA BIBLIOTECA CAMÕES”
21ª Edição – OUTUBRO 2019 

dias 7 e 28/10 a partir das 10H00
JOSÉ RÉGIO

“Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes (…)”
(Poema do Silêncio,  José Régio)

O CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS, no quadro do desígnio de promoção da leitura e divulgação de autores de língua portuguesa, criou na sua BIBLIOTECA um Núcleo de Leitura, que revisita autores consagrados de língua portuguesa, através da leitura colectiva de extractos das respectivas obras e biografias. Este Núcleo de Leitura, com momentos interactivos, conta com a participação activa de jovens, sobretudo, estudantes universitários e pré-universitários, utentes da Biblioteca. 

Em dois dias de cada mês, a obra e a biografia do autor escolhido são revisitadas e analisadas.   

Na 21ª Edição/Outubro de 2019 do “Escritor do Mês na Biblioteca Camões”, nos dias 7 (2ª feira) e 28 de Outubro (2ª feira), a partir das 10H00, será revisitada a obra de JOSÉ RÉGIO, que, para além da poesia e do romance, tem na sua vasta obra outros géneros literários, como teatro,  crítica literária, ensaio e múltiplos artigos publicados na Revista Presença e em noutras Revistas com que colaborou.  Na obra de JOSÉ RÉGIO  há  uma diversidade de estruturas, temas, alegorias, mitos, símbolos e motivos, através dos quais o autor procura exprimir a sua dimensão pessoal, mas também a condição humana, nos seus abismos, nas suas condições labirínticas, nas aspirações de Eternidade e Absoluto, nas suas impossibilidades, nos seus limites, nas suas esperanças, nos seus desesperos, nas suas vulgaridades e nas suas elevações.

A personalidade e obra de JOSÉ RÉGIO ocupam um importante espaço no panorama literário português, no Século XX. Religioso, artista, filósofo, foi um homem realizado em todas as dimensões a que aspirou. Procurou ser um espírito religioso, não no sentido passivo que a religião representa para os seus míticos, mas no sentido positivo que a religião se apresenta para os seus representantes proféticos, os seus apóstolos e os seus evangelizadores.

JOSÉ RÉGIO, pseudónimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde, a 17 de Setembro de 1901. Três lugares marcaram a sua vida e o seu percurso literário. Vila do Conde e o seu mar. Coimbra e a sua tradição. Portalegre e o mundo largo e ancestral.
Aos doze anos de idade, escreveu o seu primeiro caderno de poesia, a que chamou “Violetas”. Aos quinze anos, descobre António Nobre, cuja obra “Só”, o impressiona profundamente. Para ele, ler é um acto crítico, que se pratica em profundidade, um modo de ir dentro, que se consegue pela qualidade e não pela quantidade. Flaubert foi uma referência para o seu labor literário, sendo perceptível um mundo de encontros e coincidências entre ambos: a solidão, a neurose criadora, a descoberta do trabalho como forma de salvação, a aversão a escolas, a consciência profissional e a recusa doa vida superficial da cidade. 
Concluiu o ensino secundário em Vila do Conde e a Licenciatura em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Em 1925, publicou a sua primeira obra literária de poesia “Poemas de Deus e do Diabo”. Em 1927, funda, juntamente com Branquinho da Fonseca, a Revista Presença, que pretendia promover um movimento de revitalização das letras e artes em Portugal.
Em 1928, JOSÉ RÉGIO fixou-se em Portalegre como professor do ensino secundário, função que exerceu durante 30 anos. Paralelamente, inicia uma obra literária notável pela profundidade, pelo volume e pela variedade.
Em 1962, reforma-se e regressa a Vila do Conde, onde residiu até falecer, em 1969.

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