[Circo] Com duas últimas apresentações esta semana, show gratuito tem direção de Chacovachi e Adriano Mauriz e Rafael de Barros em cena

DO TEXTO:
Mundano-Crédito-Divulgação Ricardo Avellar

Palhaços criam show gratuito
para buscar o encontro 
das ruas Esperança e Alegria
São parte deste projeto grandes referências da arte latino-americana, 
como o diretor payaso Chacovachi e o figurinista Carlos Gardin

“Mundano” apresenta dois soldados a caminho de sua cidade natal após uma experiência bélica. Perdidos, têm como única referência o lugar onde as ruas Esperança e Alegria se encontram. Então, entram numa caça às esquinas e necessitam pedir ajuda de quem está pelas ruas, mas não sabem como agir e se questionam se conseguem fazer outra coisa além de lutar e resistir, e encontram no riso o sentido para seguir. 

O espetáculo tem uma ficha técnica extensa, que conta, entre tantos talentos do circo contemporâneo, com os palhaços Adriano Mauriz e Rafael de Barros em cena, com a produção da trupe Exército Contra Nada e com alguns conhecidos nomes dos palcos e das ruas, como o diretor argentino payaso Chacovachi, uma das principais referências do circo latino-americano, e o figurinista Carlos Gardin, que tem na bagagem a criação de figurinos como do Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, por exemplo. 

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Esse processo de criação coletivo, que soma um ano e meio desde o primeiro encontro, continua em um jogo com o público durante as apresentações. 

O projeto circense foi contemplado pelo Edital de Fomento ao Circo da Cidade de São Paulo e, logo após a boa notícia, veio a ideia de criar um espetáculo de palhaçaria para crianças, em um formato de circo tradicional. Só que depois de alguns encontros entre palhaços, da atuação e da direção, “o que era mais verdadeiro para nós, era falar do mundo de hoje, com um humor mais crítico, mais adulto, mais de rua”, conta Rafael sobre os bastidores do processo de criação.   

Para Adriano, isso se deu também porque “em sociedade, estamos num momento de desesperança e intolerância, com um tanto de pessoas deprimidas. Diante desse cenário, escolhemos pelo discurso da cultura de paz vinda da cultura de rua. Quando falamos por procurar pela esperança e pela alegria é pedir por um encontro presencial, é criar possibilidades de encontro para rirmos juntos e criarmos forças para buscar pelas felicidades, no plural, pois são diversas as formas. É também para juntos refletirmos e dialogarmos sobre como avançar diante de tanta adversidade”.

“Mundano” (re)pertence e trafega pelas bordas imaginárias criadas para dividir nações. Sem precisar de passaporte, o show circense quase sem falas não é localizável e poderia se passar em qualquer lugar. “É essa coisa de ser terreno, de ser igual a todo mundo. É o que acreditamos do palhaço, do artista e de não estar acima do povo. Não é que vamos fazer para o povo, o povo somos nós”, enfatiza Rafael. 


O espetáculo traz também em seu histórico uma ressignificação do show “El general”, do Exército Contra Nada, em cartaz desde 2010. Se trata de um soldado perdido, talvez dos tempos de Philip Astley (1742 – 1814), quando este capitão transformou seu exército em circo. “Só que agora o soldado está voltando da guerra sem saber onde está. Só sabe que ele não está mais em guerra. Então, estaria em paz?! Na rua, ele enfrenta um outro tipo de guerra e briga para estar em paz. Faz sentido brigar para ter paz?!”, continua o palhaço.  

Ainda em seu repertório, estão entre as influências do projeto o número circense de uma bicicleta que desmonta de Joe Jackson, um palhaço tradicional tramp vagabundo, e o próprio diretor do espetáculo, Chacovachi, com uma palhaçaria bem diferente da do circo tradicional de Joe. 

Em “Mundano” talvez não seja possível nomear: se é palhaço, se é teatro, se é circo, se não é circo, mas é possível afirmar a aposta no riso e na alegria. Com isso, Adriano comenta sobre dividir a roda com Rafael. “Nossa mistura no palco se dá no gosto do circo como linguagem, porém nossa reflexão sobre o fazer está muito ligada ao processo do teatro de grupo e ao teatro de rua. Reverenciamos o circo, mas em um novo lugar”, comemora.                    

SERVIÇO:
"Mundano”
50 minutos. Classificação: Livre. Entrada gratuita.
11/7 (quinta) – 15h30, Casa de Cultura M’Boi Mirim, Avenida Inácio Dias da Silva, s/nº,  Piraporinha 
12/7 (sexta) – 16h, Casa de Cultura Raul Seixas, Rua Murmúrios da tarde, 211, Itaquera 


Ficha técnica 
Atuação e concepção: Adriano Mauriz e Rafael de Barros
Direção: Chacovachi
Figurino: Carlos Gardin
Cenário e design: Rafael Marquetto
Bicicleta: Alfredo Munhoz
Buzinas: Marcelo Nobre e Richard Righetti
Administração de projeto: Andréa Mauriz 
Produção: Exército Contra Nada
Fotografias da circulação: Ricardo Avellar
Fotografias de divulgação: Ricardo Muniz Big
Assessoria de imprensa: Carolina Stella

Sobre os palhaços
Adriano Mauriz é fundador do Instituto Pombas Urbanas com atuação em todos os espetáculos do grupo desde 1989, com apresentações pelo Brasil e demais países da América Latina durante este período. É um dos coordenadores do Centro Cultural Arte em Construção, do mesmo Instituto, que realiza projetos como: Encontro Comunitário de Teatro Jovem da Cidade de São Paulo, Projeto Semear Asas, Canto das Letras e Somos do Circo. Dirigiu os espetáculos: “Uma arriscada trama de picadeiro e asfalto” e “A novidade é milenar”, ambos do Circo Teatro Palombar, e “Cidade desterrada”, do Pombas Urbanas. Foi representante do Movimento dos Pontos de Cultura do Estado de São Paulo na Comissão Nacional dos Pontos de Cultura e recebeu do MinC (Ministério da Cultura) o Prêmio Tuxaua Cultura Viva por sua atuação.

Rafael de Barros é mestrando em artes cênicas pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo) e participa do CEPECA (Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator). Graduado em artes cênicas pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), já esteve em residência artística na CalClown (Escola de Palhaços de Barcelona). É articulador da RBTR (Rede Brasileira de Teatro de Rua) e integra o grupo Palhaços Sem Fronteiras Brasil. Fundador do Exército Contra Nada, ministra a oficina-laboratório “Jogos do Riso – uma experiência de palhaçaria de rua” e dirige e atua em espetáculos como: “El general”, também contemplado pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura), e “Chorinho de uma roda só”, já contemplado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural). 

Sobre o Exército Contra Nada 
O Exército Contra Nada é um circo nômade fundado em 2010 que apresenta uma comicidade de linguagem universal e que já percorreu com shows de palhaçaria, contação de história e oficinas-laboratório as ruas de mais de 90 cidades no Brasil e também esteve na Argentina, Peru, Portugal, Espanha, França e Grécia. Na mala do processo de criação estão desde desenhos e filmes infantis até referências do cinema, como as comédias mudas de Charlie Chaplin e Buster Keaton, que dialogam com palhaços contemporâneos que não utilizam a fala como o principal meio de linguagem, como o argentino Tomate, o russo Jigalov, o espanhol Leandre Ribera, os alemães da Familie Flöz e o estadunidense Avner, auxiliando na construção de personagens e roteiros. Outra referência é a série de televisão mexicana Chaves (El Chavo del Ocho).

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