Vi um RR no computador e lembrei-me de uma estória do futebolista Rui Rodrigues

DO TEXTO:

Enquanto me deliciava a ouvir House Of The Rising Sun (a Casa do Sol Nascente), deparei com um RR no computador, um anúncio que por aqui apareceu, do qual nada percebi. Mas, por outro lado, o RR serviu-me de ideia para escrever mais este artigo (matéria para os brasileiros), desta feita uma estória relacionada com o Rui Rodrigues, antigo central da Académica e do Benfica. Acresce que, em Agosto de 1966, em Silva Porto (capital do Distrito do Bié - Angola), quando dirigi o encontro entre a Seleção e a "Briosa", então comandada pelo falecido Mário Wilson, o Rui Rodrigues fez parte dessa notável equipa, ao lado de Maló, Rocha, Celestino, Gervásio, Crispim, Serafim, Mário e Vítor Campos (falecido recentemente), entre outros. Mas quem brilhou nesse referido jogo foi Eduardo Laurindo da Silva que, mais tarde, veio para Os Belenenses, exactamente pela mão de Mário Wilson. Ora, Rui Rodrigues ainda continuou por largo tempo na Académica e, como tal, em 1975, quando o Lusitânia dos Açores organizou um torneio quadrangular em que também participaram as equipas da Académica, Santa Clara e Nacional da Madeira, o Rui Rodrigues ainda fazia parte desse lote de jogadores, comandado por Júlio Cernadas Pereira, vulgarmente conhecido por Juca. Um torneio inolvidável, com uma final empolgante entre a Académica e o Lusitânia, este sob a orientação do carismático Elvino Bettencourt (já falecido). Um grupo de ex-estudantes de Coimbra, do qual obsequiou a comitiva da Académica com um jantar regional que decorreu nos Serviços Sociais dos Funcionários Públicos em Angra do Heroísmo. Um grande convívio entre a comitiva da Académica e antigos estudantes de Coimbra. Lá estive em representação do jornal "A Bola". Terminado o repasto, Rui Rodrigues, que se juntou à minha pessoa e ao Nuno Maciel, manifestou o desejo de tomar um digestivo. Com a permissão do Juca, por cerca de uma hora, levei-o á minha casa, até porque também prometi ao Rui oferecer-lhe uma lata de tabaco de cachimbo comprado na base dos americanos (Destacamento das Lages). Assim foi. Em minha casa, a dada altura, interpelei o RR com uma foto do já referido jogo entre a Seleção do distrito do Bié e a Académica, foto essa que documentava a expulsão do Bernardo e, na sequência, os protestos do Rocha, do Serafim e do próprio Rui Rodrigues. O Rui delirou (não por força do digestivo, sublinho) quando eu exibi mais fotos desse mesmo jogo. É verdade: o mundo é mesmo pequeno. Pela cabeça do Rui Rodrigues jamais lhe passou que, um dia (neste caso, numa bela noite), encontrasse o árbitro que não se intimidou com as pressões dos "doutores" de Coimbra, isto para que Bernardo não fosse expulso. Só que, nessa altura, em minha casa, já não era árbitro e sim jornalista. Penso que, desta feita, não me chamaram nomes feios, porque, "in A Bola", até falei bem da Académica, por quem hoje tenho enorme simpatia. E, em 2001 e 2002, quando passei por Coimbra (João Alves era o técnico da "Briosa"), várias foram as vezes que visitei o restaurante do macaísta Rocha, isto porque, em 1982, a caminho do Mundial de Espanha, fiz uma paragem de três dias em Portalegre onde participei numa ação de futebol jovem (era eu coordenador da Delegação dos Desportos de Angra) e mantive contatos com essa malta de Coimbra, inclusive o Rocha. Em Portalegre estive na companhia dos professores Rui Silva e João Barnabé, com os quais fui para Espanha (Sevilha). Mas foi inevitável que, em Portalegre, não falasse com o Rocha sobre esse jogo de Angola. Ele perguntou-me: chamei-lhe muitos nomes feios? Respondi com à-vontade: e o que você acha? Rocha, Brassard (pai) e os outros de Coimbra que ali estavam, desataram a rir. Claro que me chamou nomes feios. Ainda sobre o Rui Rodrigues, tem esta outra estória, que não sei se devo classificar de interessante: levou dez anos para se formar em farmácia. Mas sempre chegou a farmacêutico.

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