Pesquisa aponta que 47% dos pacientes de asma não fazem uso regular de medicamentos para prevenir crises

DO TEXTO:

O levantamento realizado pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca mostrou ainda que grande parte dos brasileiros desconhece os sintomas, causas e tratamentos da doença, que mata três pessoas por dia no Brasil¹

Apesar de ser uma das doenças respiratórias que mais acomete os brasileiros, a asma ainda desperta diversas dúvidas na população, mesmo entre pacientes. A falta de conscientização sobre os riscos da doença e da importância do tratamento crônico para prevenção das crises foi apontada na pesquisa “A asma na visão e na vida dos brasileiros”², realizada pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca, da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) e GINA (Global Initiative for Asthma) by Fundação ProAr.

O desconhecimento sobre quais são os sintomas, causas e tratamentos da doença é grande entre quem não tem a doença, e até mesmo entre os portadores de asma. Entre os não asmáticos, 49% afirmaram sentir algum sintoma associado ao diagnóstico da asma, mas mesmo assim não procuraram um médico².

Diante de uma crise, 70% dos que não tem asma afirmaram não saber o que fazer com um paciente no caso de uma crise, número que passa para 32% entre os portadores da doença. Além disso, apesar de 31% dos pacientes afirmarem que consideram estar com a doença totalmente controlada, grande parte segue relatando sintomas persistentes e característicos de uma crise, como dificuldade para respirar, tosse e chiado².

A asma é uma doença caracterizada por uma inflamação crônica das vias aéreas, tendo a falta de ar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida como principais sintomas, que costumam ser piores à noite ou pela manhã, e são desencadeados, com frequência, pela prática de exercícios físicos, exposição a alérgenos, poluição ambiental e mudanças climáticas². 

Confusão de sintomas com outras doenças é comum

Apesar da asma ser uma doença considerada comum por grande parte da população, o conhecimento sobre os diferentes tipos de asma e os impactos da doença na qualidade de vida ainda é restrito. Segundo a pesquisa, apenas 26% dos que não têm asma consideram a doença muito grave, percentual que sobe para 48% entre os portadores de asma².

Para a Dra. Angela Honda, Diretora Médica da Área Respiratória da AstraZeneca Brasil, o desconhecimento sobre a doença é um dos fatores para a negligência do tratamento crônico, o que impacta diretamente em menor qualidade de vida, mais visitas ao pronto socorro e mais consultas médicas, acompanhado de absenteísmo em 11,5% dos casos, e de presenteísmo em 30,4% dos pacientes asmáticos, segundo um estudo brasileiro³. “O presenteísmo é um conceito muito utilizado para avaliar um paciente que vai ao trabalho, mas não consegue ser tão produtivo quanto um trabalhador que não possui a doença, causando, portanto, um grande impacto econômico”.

Outros dados, como internação em UTI e demora no diagnóstico correto também reforçam o grande impacto nos custos ao sistema público. Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 20% dos pacientes que já foram internados por conta da asma, passaram pela UTI nos últimos doze meses. Antes de receber o diagnóstico da asma, 54% receberam o diagnóstico de bronquite, e 20% de bronquite crônica. Ainda no momento do diagnóstico, 40% dos pacientes não fizeram a espirometria, um exame que confirma o diagnóstico da asma².

Para Angela, os principais desafios para médicos e pacientes estão principalmente no diagnóstico do tipo de asma, e na conscientização sobre a importância da qualidade de vida do paciente. “Eu sempre digo que sou uma paciente privilegiada, pois sou portadora de asma, e consequentemente, conheço as abordagens de tratamentos e como elas mudaram ao longo dos anos. O tratamento dos diferentes tipos de asma vem passando por uma grande mudança de paradigmas, onde o cuidado com as crises de emergência está dando espaço a um tratamento personalizado e focado principalmente na prevenção das crises, com medicamentos que agem na causa da doença”, destaca Angela.

A especialista considera que o paciente que não está com a asma controlada tem a qualidade de vida bastante prejudicada e acaba vivendo com muitas limitações em sua rotina. “Na prática clínica, procurei mudar um pouco minha abordagem, partindo do pressuposto de que o paciente não está tomando a medicação da forma correta, o que, curiosamente, ajuda os pacientes a se abrirem mais durante a consulta e comentarem quais as principais dificuldades da adesão ao tratamento. Em vez de perguntar: ‘Está tudo bem com a medicação?’, procuro perguntar ‘Nos dias em que você não usa a medicação, você sente alguma diferença?’ ou até mesmo ‘Se você não tivesse asma, existe algo que você faria, mas que hoje você não faz?’. É uma pequena mudança na forma de perguntar, mas que traz uma nova abordagem, e considero esse um dos maiores desafios da classe médica”.

Um exemplo de como a asma controlada deixa de ser uma limitação na vida dos pacientes é a história de Breno Correia, nadador profissional que só descobriu a asma aos 16 anos, quando passou a treinar com mais frequência para os campeonatos nacionais da modalidade. “Minha família sempre acompanhou de perto a minha saúde, e quando meus pais perceberam que meu rendimento nas piscinas estava caindo consideravelmente, procuraram um pneumologista. Com o acompanhamento de um especialista, fiz o exame de espirometria, onde fui diagnosticado com broncoespasmo induzido por exercício, ou seja, um tipo de asma desencadeada por esforço físico, como nadar, correr e malhar, por exemplo”, explica o nadador.

Segundo Breno, ser diagnosticado corretamente e seguir com o tratamento certo foi essencial para manter sua qualidade de vida. “O tratamento me possibilitou ter muito mais segurança no dia a dia, e além disso, permite que eu consiga alcançar meus objetivos no esporte. É muito importante que quem convive com algum sintoma relacionado à asma procure um médico, pois, além de ser uma doença totalmente tratável, a asma possui diversos graus, da mais leve à mais grave, e com o tratamento correto é possível manter uma vida normal, sem privações e limitações”, destaca Breno.

A pesquisa “A asma na visão e na vida dos brasileiros” foi realizada de forma online nas cinco regiões brasileiras, entre outubro e novembro de 2018, com participação de 1810 entrevistados, sendo 1.600 não asmáticos e 210 asmáticos, contemplando as classes A, B e C².

Destaques da pesquisa

Conhecimento da doença
. 70% dos entrevistados que não têm asma não sabem o que fazer com um paciente no caso de uma crise
. Entre os não portadores de asma e que não conhecem ninguém com asma, 67% afirmaram não saber reconhecer uma crise de asma, porém, 88% concordam que a asma sem controle pode levar a uma hospitalização e até matar;
. Os principais termos associados ao universo da asma são: falta de ar, cansaço, dificuldade de respirar, sufocamento, “bombinha”, que são os dispositivos inalatórios utilizados no tratamento;
. O termo “chiado” não recebeu tanto destaque, ainda que seja um dos principais sinais que podem identificar a doença;
. Falta de ar é o principal sintoma considerado entre portadores de asma e pessoas que não têm a doença e não asmáticos;
. 49% dos que não tem asma sentem algum sintoma associado ao diagnóstico de asma, porém não procuram um médico, e esse percentual sobe para 63% dos entrevistados que não conhecem nenhum portador da doença;
. 27% dos portadores de asma têm medo da morte, porém a asma é considerada uma doença muito grave por apenas ¼ dos entrevistados;

Hábitos e impacto na qualidade de vida
. 47% dos portadores de asma não fazem uso regular de medicamentos para prevenir as crises, o que mostra falta de conscientização sobre os riscos da doença e da importância do tratamento crônico para prevenção das crises;
. 49% dos que não tem a doença sentem algum sintoma associado ao diagnóstico de asma, porém não procuram um médico;
. 20% dos pacientes que já foram internados por conta da asma foram internados na UTI nos últimos doze meses;
. 42% dos portadores de asma consideram o preço dos medicamentos a principal barreira para o tratamento.

Referências:
(Acesso em 01/02/1019)
2. Pesquisa quantitativa: “A asma na visão e na vida dos brasileiros” realizada pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca entre outubro e novembro de 2018. Coleta de dados via web com 1810 respondentes, 1.600 não asmáticos e 210 asmáticos.
3. Cançado JED et al. Respira project: Humanistic and economic burden of asthma in Brazil. J Asthma. 2018 Mar 29:1-8.

Sobre a AstraZeneca
A AstraZeneca é uma empresa biofarmacêutica global, voltada para inovação, com foco principal na descoberta, desenvolvimento e na comercialização de medicamentos de prescrição, principalmente para o tratamento de doenças em três principais linhas terapêuticas - Oncologia, Doenças Cardiovasculares, Renais & Metabólicas e Respiratória. A companhia também atua nas áreas autoimunidade e neurociência. A AstraZeneca opera em mais de 100 países e seus medicamentos inovadores são usados por milhões de pacientes em todo o mundo. Para mais informações acesse: www.astrazeneca.com.br

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