Futebol - Recordando alguns dirigentes açorianos que se impuseram em grandes clubes nacionais e Federação Portuguesa de Futebol

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Futebol - Recordando alguns dirigentes açorianos que se impuseram em grandes clubes nacionais e Federação Portuguesa de Futebol 


Quando comecei a escrever, lembro-me de um artigo Futebol Paixão do Século XX. Hoje continuo a dizer, apesar de todas as suas vicissitudes, Futebol Paixão do Século XXI. E se muitos agentes soubessem aproveitar a força deste fenómeno desportivo, muita coisa seria diferente. E aqui falo concretamente no aspecto de índole sócio-cultural, das amizades que são granjeadas com o percurso de cada qual. O futebol tem, intrinsecamente, várias ligações. Falando de dirigentes, e visando apenas o  arquipélago açoriano, começar por referir essa grande personagem que foi presidente do Sport Lisboa e Benfica, Dr. Borges Coutinho. Já asseverei por várias vezes que, no meu entender, foi o mais carismático presidente do grémio da Luz. Lembro-me que, em 1974, quando o Benfica veio defrontar a CUF à ilha de São Miguel, num amistoso (lá estive com o meu querido amigo e companheiro de A Bola, Cruz dos Santos, já falecido), foi prometido que Eusébio faria parte da comitiva dos "encarnados". Contudo, e para frustração de muitos, Eusébio acabou por não vir. Os dois clubes estavam hospedados no Hotel Infante, na Avenida Marginal, e um dia, à noite, apareceu um grupo de manifestantes junto ao hotel em sinal de protesto pela não inclusão de Eusébio da Silva Ferreira. Vi toda a cena. De repente, aparece a figura do Dr. Borges Coutinho que, interpelando os descontentes (vou chamar assim), apenas disse: "meus amigos, Eusébio não veio por estar lesionado, mas está aqui o grande Benfica". E sabem o que aconteceu? Pelo respeito ao Dr. Borges Coutinho, os ditos cujos manifestantes aplaudiram o presidente do Benfica, ao cabo filho daquela terra. Lembro-me do Oliveira que foi dirigente do Braga (ainda continua por lá?) e que tem família na Terceira, residente no Alto das Covas. Já não me lembro o nome do sargento e das suas filhas. Foi esse dirigente que teve influência na ida do Armando Fontes para o Braga. Mas ainda há neste enquadramento (apenas citando estes), o Dr. Jose Roquette, ex-presidente do Sporting, com ligações à ilha Terceira, como muito bem referiu numa das suas visitas a convite do Sport Club Lusitânia. Depois, um faialense, José Novais (dois meses antes de vir para o Brasil estive com ele na Horta e entrevistei-o para o Tribuna das Ilhas), que passou muitos anos pela Federação Portuguesa de Futebol, representando a região açoriana. Com ele festejei o momento em que o Congresso Extraordinário da Federação Portuguesa de Futebol aprovou a entrada dos Açores no escalão terciário do futebol nacional, com o avanço do Lusitânia, então vencedor do Torneio dos Campeões Açorianos naquela época. Foi um Congresso de cortar à faca, porque algumas associações eram contra a entrada dos Açores no todo futebolístico. Valeu, circunstancialmente, a intervenção do Dr. Guilherme de Oliveira, então presidente da Associação de Futebol de Coimbra que, com toda aquela cátedra que sempre lhe foi reconhecida, originou uma mudança de 360 graus e, consequentemente, a votação favorável à entrada dos Açores nos campeonatos nacionais de futebol.

Acresce que, por ocasião de uma homenagem que foi prestada em Coimbra ao Dr. Guilherme de Oliveira, representei os Açores com um artigo publicado em A Bola em que salientei o muito que o futebol dos Açores lhe ficou a dever.



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