"Bibi,
uma Vida em Musical"Lenise Pinheiro/Folhapress/Lenise
Pinheiro/Folhapress A
atriz Amanda Acosta e o ator Léo Bahia em cena do espetáculo
Rafael Gregorio
SÃO
PAULO
MENOS METAFÍSICA, MAIS LABUTA
Trabalho,
trabalho, trabalho, sempre ele: “O artista jovem tem uma vaidade, mas é preciso
aprender com Bibi que teatro não é o tapete vermelho; teatro é varrer o
palco”.
Amanda,
que adotou como um mantra o que Bibi chama de “sacralidade do
ofício”, viu a convivência ficar mais frequente após o episódio do
camarim: viram peças uma da outra, homenageou-a em um show.
Ambas calçam 35 e começaram cedo; Bibi
aos 24 dias de vida, quando substituiu uma boneca de pano em uma peça; Amanda,
um pouco mais tarde.
“Sempre
cantei, dancei, interpretei. No quintal de casa, mesmo; juntava gente.”
Juntava
mesmo, e uma dessas pessoas era um vizinho que trabalhava na televisão.
Ele sugeriu ao pai dela levar a garota, aos 4 anos e meio, para se
apresentar —ao vivo— no programa do Raul Gil.
Ela
interpretou “Ursinho Pimpão”, da banda A Turma do Balão Mágico. Do episódio,
duas lembranças dão timbre ao inconsciente da artista:
“Meu pai
me fez uma roupinha com lantejoulas, e me lembro de gostar daquele brilho.
Lembro também de chorar no palco porque errei a letra. Desde cedo me cobro
demais.”
A dois
dias da estreia em São Paulo, a artista parece embebida da personagem,
e chega a ser difícil separar atriz e ídolo na sua percepção sobre o fazer
cênico:
“O teatro
é sagrado, um momento em que se resolve questões de vida. É a salvação da
humanidade.”
Mas uma
hora acaba a temporada; e aí, o que vem?
“Retomar
meu show [de música popular], dirigir uma peça, estudar Carmem Miranda, interpretar
um clássico —“um Ibsen, um Shakespeare”— ou gravar um disco com canções do
Juninho Bill.”
Ele mesmo,
o ex-colega do Trem da Alegria, de quem é amiga desde os tempos de infância
trabalhadora.
“Um dos
grandes compositores brasileiros”, afirma, e cantarola trecho de uma canção
chamada “Mudo”.
Prestes a
completar 40 anos, Amanda tem expectativas de chegar aos 95 trabalhando, como
Bibi?
“Só espero
ficar em paz comigo, e, logo, estar em paz com o mundo. O outro é muito
importante para mim.” Longa pausa. “E o outro me machuca muito também.”
BIBI, UMA
VIDA EM MUSICAL
Teatro
Bradesco - Shopping Bourbon - r. Palestra Itália, 500. Qui., 19h, sex. e sáb.,
21h, e dom., 20h, até 1º/7. Ingr.: R$ 65 a R$ 150 (uhuu.com). 10 anos.
MENOS METAFÍSICA, MAIS LABUTA
📑 ÍNDICE DE ARTIGOS DOS AUTORES DO PORTAL
📑 ÍNDICE DAS PUBLICAÇÕES POR TEMAS
Comentários
Enviar um comentário