Alunos do ensino médio fazem atividade em escola de Jaboatão dos Guararapes, em PE - Leo Caldas - Folhapress
Érica Fraga
SÃO
PAULO
Avaliar os resultados de políticas públicas é fundamental, mas os pesquisadores que se dedicam a isso devem
estar atentos a questões sociais complexas que podem não caber em seus modelos
estatísticos.
Para o
economista Ernesto Martins Faria, 30, que faz esse alerta, um estudo de
pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que avaliou o
impacto da inclusão obrigatória de filosofia e sociologia em todos os anos do
ensino médio, tropeçou em limites dessa natureza que afetam suas conclusões.
A pesquisa
de Adolfo Sachsida e Thais Waideman Niquito, que deverá ser publicada em breve,
concluiu que a reorganização curricular provocada, a partir de 2009, por essa
legislação levou a uma piora no desempenho dos alunos—principalmente os de
baixa renda— em matemática.
O trabalho,
cujos resultados foram noticiados pela Folha, analisou os resultados de
formados antes e depois da mudança, no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de
2009 e 2012.
Ernesto Martins Faria, 30, pesquisador e economista - Erik Kuro
Na opinião de Faria, um dos problemas é que mudanças no Enem em
2009 e novidades surgidas no período —como a ampliação do Fies (Fundo de
Financiamento Estudantil)— podem ter causado impacto no desempenho dos alunos. Sachsida afirma
que o debate é bem-vindo, mas que as limitações apontadas por Faria foram
contempladas pelas metodologias usadas: “Fizemos testes que tentaram levar
essas variáveis em conta e usamos métodos adotados mundialmente para
avaliar o efeito de políticas públicas”. “Nada
impede, porém, que essa questão e outras —como o ponto de que filosofia e
sociologia podem trazer conhecimentos não capturados pela nota
do Enem— sejam avaliadas por outros pesquisadores”,
afirma Sachsida. Faria, que
faz doutorado em educação na Universidade de Coimbra e comanda
o Iede (Portal Interdisciplinaridade e Evidências no Debate
Educacional), deu entrevista à Folha sobre essas ponderações e prepara uma
análise sobre o assunto com a pesquisadora Raquel Guimarães, da Universidade
Federal do Paraná. In:https://www1.folha.uol.com.br
Alunos do ensino médio fazem atividade em escola de Jaboatão dos Guararapes, em PE - Leo Caldas - Folhapress
Sachsida afirma que o debate é bem-vindo, mas que as limitações apontadas por Faria foram contempladas pelas metodologias usadas: “Fizemos testes que tentaram levar essas variáveis em conta e usamos métodos adotados mundialmente para avaliar o efeito de políticas públicas”.
“Nada impede, porém, que essa questão e outras —como o ponto de que filosofia e sociologia podem trazer conhecimentos não capturados pela nota do Enem— sejam avaliadas por outros pesquisadores”, afirma Sachsida.
Faria, que faz doutorado em educação na Universidade de Coimbra e comanda o Iede (Portal Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), deu entrevista à Folha sobre essas ponderações e prepara uma análise sobre o assunto com a pesquisadora Raquel Guimarães, da Universidade Federal do Paraná.
In:https://www1.folha.uol.com.br
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