Dudu Braga, filho de Roberto Carlos, lança DVD de sua banda RC Na Veia

DO TEXTO:

Projeto mostra o grupo dividindo hits do Rei com convidados como Toni Garrido, Digão, cantor dos Raimundos e Rogério Flausino

 Por RICARDO SCHOTT

 Rio - Aos 49 anos, Dudu Braga desfruta de um status que nem o pai tem - e ele é filho de ninguém menos que Roberto Carlos. O baterista, publicitário, radialista e palestrante é famoso desde o dia em que nasceu. Maior produto pop da história do Brasil, Roberto tornou-se uma pessoa extremamente popular só depois dos 20 e poucos anos. Já Dudu - que homenageia o pai com o primeiro DVD de sua banda RC Na Veia, a ser lançado dia 14, só com releituras roqueiras de Roberto - teve até seu nascimento mostrado em jornais e revistas, em 1969.

"É bom pra burro ser filho do Roberto. Aliás, nem sei qual a diferença, sempre fui filho dele", brinca Dudu. Nem tudo é tão fácil, já que ser filho de famoso implica em situações meio bizarras. "Na época do Rock In Rio de 1985 eu estava no Rio surfando e conversei sobre música com uns caras na praia. Numa hora, eles estavam falando mal de uma banda. Aí um falou para o outro: 'Você só gosta de ouvir coisa que faz sucesso. Você tinha era que estar ouvindo Roberto Carlos!'", diz, rindo. "Até pensei: 'Será que me apresento como filho dele e reclamo que falaram mal do meu pai?'. Preferi ficar só ouvindo".

ROBERTO NO METAL

O papo sobre o primeiro Rock In Rio (o dos "metaleiros") não vem à toa. Dudu é fã de heavy metal. Sua pegada na bateria vem de bandas como AC/DC e Led Zeppelin. "Sempre tive banda, toquei em grupos de rock clássico, já fiz coisas com Wanderléa", recorda, lembrando que o som alto nunca foi motivo de discussão em casa. "Meu pai nunca teve preconceito contra qualquer tipo de música. Quando ele viu o repertório do RC Na Veia, até disse: 'Bicho, nem eu sabia que eu tinha feito tanto rock'", brinca. "As pessoas veem o repertório dele da época da Jovem Guarda e acham que aquilo é leve. É leve hoje! Na época não era, não". 

O DVD traz a banda de Dudu - que ainda inclui Alex Capela (vocal), Juninho Chrispim (baixo) e Alex Miyata (guitarra) - dividindo hits do Rei com convidados como Toni Garrido ('As Curvas da Estrada de Santos'), Digão, cantor dos Raimundos ('Esse Cara Sou Eu'), Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest (em 'Não Vou Ficar') e o próprio Roberto, em 'Se Você Pensa' e no número coletivo ao fim do show, com 'É Preciso Saber Viver'. E ainda tem Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, em 'Além do Horizonte', motivo de orgulho para Dudu. "Ele é um símbolo. Fiquei lisonjeado porque Andreas lá conhecia o trabalho do nosso guitarrista". 

Outro orgulho: o paizão, detalhista que só ele, aprovou todo o projeto. "Ele poderia me falar: 'Filho, isso aí não tá legal, não. Põe uma guitarra aqui, abaixa isso aqui...' A obra é dele", diz. 

'PALHINHA' 

Dudu é deficiente visual há 25 anos. Nasceu com glaucoma (a luta com a doença, quando bem pequeno, inspirou o hit 'As Flores do Jardim da Nossa Casa', do pai) e enxerga apenas silhuetas. 

"Eu enxergava quando comecei a tocar. Mas existem alguns bateristas cegos que nunca enxergaram. Ao contrário do que acontece com piano e violão, a bateria exige mais esforço, porque as peças ficam meio longe. Tenho que seguir sempre a mesma marcação das peças, a bateria precisa ser sempre colocada na mesma posição", conta. Mas dá para dar uma 'palhinha' em instrumento alheio? "Aí 'vamo que vamo', a gente vai pelo prazer. Mas numa gravação é difícil improvisar", diz.

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