Escritora do Mês na Biblioteca Camões - Sophia de Mello Breyner Andresen - Luanda 5 e 19/03

DO TEXTO:

ESCRITORA DO MÊS na BIBLIOTECA CAMÕES
2.ª Edição - Março de 2018 (10H00)
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

O CAMÕES - CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS (Av. de Portugal nº 50), no quadro do seu objectivo de promoção das letras e da língua portuguesa, vai promover a divulgação de autores de língua portuguesa na sua BIBLIOTECA, através da leitura colectiva de extractos de obras e de biografias. Haverá momentos interactivos com os utentes da Biblioteca, na sua maioria, estudantes universitários e pré-universitários.

Em cada mês, será identificado um(a) escritor(a), cuja obra será revisitada, no formato referido, em dois dias ao longo de cada mês. 

Na 2ª Edição de Março de 2018, nos dias 5 (2ª feira), e 19 (2ª feira), entre as 10H00 e as 11H30, será revisitada a obra da escritora e poetisa portuguesa SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN. Na vertente poética da sua obra, SOPHIA DE MELLO tem no tempo, no existencialismo, na água, representada pelo mar, as suas principais fontes de inspiração. Na 3.ª edição da sua OBRA POÉTICA, publicada em 2015, constata-se uma ousada viagem em torno destes temas, aflorados em várias perspectivas. Integra esta obra o poema:

MAR
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
Cheiro a terra as árvores e o vento
Que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
A selvagem exalação das ondas
Subindo para os astros como um grito puro”.

SOBRE A AUTORA

SE
Se tanto me dói que as coisas passem/É porque cada instante em mim foi vivo/Na luta por um bem definitivo/Em que as coisas de amor se eternizassem”.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN nasceu a 6 de novembro de 1919 no Porto, onde passou a infância. Em 1939-1940 estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Na sequência do seu casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, passou a viver em Lisboa. Foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Além da literatura infantil, Sophia escreveu também contos, artigos, ensaios e teatro. Traduziu Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses.

Em termos cívicos, a escritora caracterizou-se por uma atitude interventiva, tendo denunciado ativamente o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos contra o regime, tendo sido uma das subscritoras da “Carta dos 101 Católicos” contra a guerra colonial e o apoio da Igreja Católica à política de Salazar. Foi ainda fundadora e membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Após o 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto, numa lista do Partido Socialista. Foi também público o seu apoio à independência de Timor-Leste, consagrada em 2002.

A sua obra está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões, 1999, o Prémio de Poesia Max Jacob, 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – foi a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão. Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objectos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias.

Faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram transladados para o Panteão Nacional.

Se tanto me dói - Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen


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