O poeta Carlos Drummond de Andrade é homenageado na próxima edição da Festa Literária de Minas Gerais (Fliminas), que abre na quinta-feira, 17 de agosto, quando passam 30 anos sobre a morte do escritor.
Lusa
Debates, lançamentos de livros e conversas com autores, na sua maioria a remeterem para a vida e obra do poeta, cronista e jornalista, que nasceu em Minas Gerais, marcam a programação da festa, com o lema "Tem poesia no meio do caminho", que conta também com oficinas de artes plásticas e de literatura, exposições, espetáculos de teatro e concertos.
Na abertura da Fliminas, será apresentada a "Edição Carlos Drummond de Andrade", com o autor Francisco Gregório Filho e outros escritores. No dia seguinte abre ao público a Tenda Drummond, que irá expor várias edições das obras do autor de "As Impurezas do Branco".
No sábado, na tenda dedicada ao poeta, será apresentado o Projeto Drummonzinhos, de Itabira, Minas Gerais, promovido pela Fundação Carlos Drummond de Andrade, para a formação de jovens guias da localidade de origem do escritor.
A noite contará com concertos das bandas Rastro Roots, Guerreiras de Clara e Capivara endiabrada.
No último dia da Fliminas, domingo, 20 de agosto, a tenda Drummond acolhe o cortejo do Grupo Ingoma, coletivo mineiro de tambores, num reforço do laço do escritor com a terra natal, "uma constante no homem, [a] fixação sentimental" com o lugar de origem, como destaca a programação.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) iniciou a sua vida académica em Belo Horizonte onde se licenciou em Farmácia, ocupação que nunca exerceu, acabando por se mudar para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à atividade literária, afirmando-se como um dos principais nomes do Modernismo Brasileiro.
A obra de estreia, como poeta, "Alguma Poesia" (1930), foi considerada polémica pela crítica, mas continha já elementos que viriam a ser recorrentes na sua escrita, como o lirismo, humor e ironia, a par da franqueza dos factos que debatia e de reflexões marcadas sobre temas abstratos como o amor ou a morte.
Também merecedora de destaque é "A Rosa do povo" (1945), uma compilação de 55 poemas do autor, feita durante a Segunda Guerra Mundial (1943-1945), com ênfase no conflito, em afetos, no passado familiar e nos tempos sombrios, que foi publicada pela primeira vez em Portugal, no passado mês de fevereiro, pela Companhia das Letras.
A obra de Drummond de Andrade explora o "olhar do poeta brasileiro mais importante de sempre, sobre um momento de transformação profunda", destacou a editora.
Num percurso literário de mais de 60 anos, contam-se títulos como "Os Ombros Suportam o Mundo", "Claro Enigma", "Lição de Coisas", "Esquecer para Lembrar" ou "Futebol, a arte".
Em 1965, 35 anos após a publicação do primeiro livro, a produção literária de Drummond foi reunida pela primeira vez em "Obras Completas", confirmando-se como baluarte de uma poesia séria e pensada, entendida também pelo seu sentido trágico, característico do Modernismo Brasileiro, segundo a casa editora.
Surgiriam depois títulos como "Menino Antigo", "A Paixão de Medida", "Amar se aprende amando", "Poesia Errante".
No campo da prosa, celebrizou-se com "Contos de Aprendiz" e, na sua ótica de cronista e crítico, escreveu "Confissões de Mimas", "O Gerente", "Passeios na Ilha" e "Fal, Amendoeira". O seu estilo pauta-se pelo uso da ironia, ao tratar da natureza humana.
Carlos Drummond de Andrade morreu em 1987, no Rio de Janeiro, aos 84 anos.
Em Portugal, Drummond de Andrade encontra-se publicado pela Companhia das Letras ("A Rosa do povo", "Amor natural" e "Contos de aprendiz"), Livros Cotovia ("Claro Enigma"), Relógio D'Água e Dom Quixote, que publicaram antologias poéticas, além do volume de contos "Antes da meia-noite" e das glosas sobre "D. Quixote", com ilustrações de Cândido Portinari, presentes no catálogo da editora do grupo LeYa.
Nos anos de 1980/1990, as Publicações Europa-América reuniram a "Obra Poética" de Drummond de Andrade, a editora do antigo semanário O Jornal publicou as antologias "60 anos de poesia" e "65 anos de poesia", organizadas e prefaciadas pelo professor Arnaldo Saraiva, e "Farwell" surgiu na editora Campo das Letras.
Lusa
Na abertura da Fliminas, será apresentada a "Edição Carlos Drummond de Andrade", com o autor Francisco Gregório Filho e outros escritores. No dia seguinte abre ao público a Tenda Drummond, que irá expor várias edições das obras do autor de "As Impurezas do Branco".
No sábado, na tenda dedicada ao poeta, será apresentado o Projeto Drummonzinhos, de Itabira, Minas Gerais, promovido pela Fundação Carlos Drummond de Andrade, para a formação de jovens guias da localidade de origem do escritor.
No último dia da Fliminas, domingo, 20 de agosto, a tenda Drummond acolhe o cortejo do Grupo Ingoma, coletivo mineiro de tambores, num reforço do laço do escritor com a terra natal, "uma constante no homem, [a] fixação sentimental" com o lugar de origem, como destaca a programação.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) iniciou a sua vida académica em Belo Horizonte onde se licenciou em Farmácia, ocupação que nunca exerceu, acabando por se mudar para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à atividade literária, afirmando-se como um dos principais nomes do Modernismo Brasileiro.
Também merecedora de destaque é "A Rosa do povo" (1945), uma compilação de 55 poemas do autor, feita durante a Segunda Guerra Mundial (1943-1945), com ênfase no conflito, em afetos, no passado familiar e nos tempos sombrios, que foi publicada pela primeira vez em Portugal, no passado mês de fevereiro, pela Companhia das Letras.
A obra de Drummond de Andrade explora o "olhar do poeta brasileiro mais importante de sempre, sobre um momento de transformação profunda", destacou a editora.
Num percurso literário de mais de 60 anos, contam-se títulos como "Os Ombros Suportam o Mundo", "Claro Enigma", "Lição de Coisas", "Esquecer para Lembrar" ou "Futebol, a arte".
Surgiriam depois títulos como "Menino Antigo", "A Paixão de Medida", "Amar se aprende amando", "Poesia Errante".
Carlos Drummond de Andrade morreu em 1987, no Rio de Janeiro, aos 84 anos.
Em Portugal, Drummond de Andrade encontra-se publicado pela Companhia das Letras ("A Rosa do povo", "Amor natural" e "Contos de aprendiz"), Livros Cotovia ("Claro Enigma"), Relógio D'Água e Dom Quixote, que publicaram antologias poéticas, além do volume de contos "Antes da meia-noite" e das glosas sobre "D. Quixote", com ilustrações de Cândido Portinari, presentes no catálogo da editora do grupo LeYa.
Nos anos de 1980/1990, as Publicações Europa-América reuniram a "Obra Poética" de Drummond de Andrade, a editora do antigo semanário O Jornal publicou as antologias "60 anos de poesia" e "65 anos de poesia", organizadas e prefaciadas pelo professor Arnaldo Saraiva, e "Farwell" surgiu na editora Campo das Letras.
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