Crónica de ficção – Dois comandantes por mares nunca dantes navegados






 







Por: Carlos Alberto Alves
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Roberto adora o mar, sexo por amor (com ou sem sorvete) e outras coisas que ele considera deliciosas.

Cheguei à praia como habitualmente entre as 8H30 e as 10, mas tive que regressar porque o vento estava muito forte e quase que me levava com a cadeira. Mas, mesmo assim, deu para vislumbrar lá no horizonte, para além do farol, um bonito veleiro que, por certo, se desviava da ventania e rumava para mares nunca dantes navegados. Mares nunca dantes navegados? Mas isso só acontecia nos tempos dos descobrimentos em que os portugueses eram os mais destemidos e, por isso mesmo, passaram por várias latitudes virgens, como foi o caso do Brasil com Pedro Álvares Cabral.

Mas, voltando ao Roberto, pensei mesmo que ele estava naquele veleiro com alguém e puxei da minha máquina fotográfica (um zoom de longo alcance) e “truca”. Fiz vários cliques, mas sempre com o receio que o vento me levasse pelo extenso areal e consequentemente fosse encalhar no bar mais próximo.

Chegado a casa, vi as fotos ao pormenor e o meu espanto foi total quando vejo o Armindo Guimarães e o Roberto Carlos. O Roberto, pela sua experiência, ao leme e o Armindo atento às velas, ele que tem uma enorme força de braços, corolário do muito teclar no computador.

A verdade nua e crua, é que os dois seguiam em busca de novos horizontes. Mas a minha curiosidade não se ficou apenas no clicar para as fotos pretendidas. Liguei de novo o zoom, acionando o gravador. Tive que engendrar uma forma para o vento não prejudicar a gravação. Coloquei os auscultadores e fui ouvindo as conversas de ambos.

O Roberto dizia para o Armindo: “sabes, amigo, para o almoço ia bem uma bacalhoada com batatas ao murro, aquele bacalhau que comeste no Porto com o Eduardo, mas sei que pescar aqui bacalhau não é possível”. O Armindo, todo espertinho, disse ao rei, calma Roberto, eu vim preparado com bacalhau, vamos sim saborear ao almoço, feito à minha moda”. E iam conversando sobre isto e aquilo. Porém, a dado momento o Roberto perguntou ao Armindo: “trouxeste as célebres castanholas?”. Armindinho, todo sorridente, como é sem timbre, foi rápido na resposta: “sim, estão na minha bolsa”. Roberto então sugeriu que lançassem a âncora ao lado de João Pessoa e, acompanhado pelas  famosas castanholas, cantaria uma canção do seu repertório. Armindo concordou, esfregou as mãos de contentamento, mas, sabedor como é, disse ao Roberto que gostava da canção ESSE CARA SOU EU. Roberto, olhos-nos-olhos, atalhou: “pois, as meninas no facebook promoveram uma tua página com ARMINDO ESSE GAJO É O CARA. Agora entendo. Mas será satisfeito o teu pedido, és um gajo do carago, o meu maior fã em Portugal". E já agora, para sobremesa, depois da bacalhoada, queres sorvete? Gostava muito que fosse sorvete com sexo, atalhou o Armindo. Roberto riu que se fartou e terminou com este comentário: “a minha receita está a ser muito usada. É sinal que estão a gostar”.

E assim foi: canção Esse Cara Sou Eu com castanholas do Armindo, bacalhoada à moda do Porto preparada pelo próprio e sobremesa sorvete sem sexo, na medida em que as mulheres ficaram a ver navios, perdão a ver a caravela sair com os dois valorosos marinheiros.
1 Comentários

Comentários

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  1. eheheheheh Recordo-me desse dia como se fosse hoje e por isso foi bom recordar, mas o que me espanta é a tecnologia sempre em constante evolução e o nosso amigo Carlos Alberto Alves,sempre na vanguarda, valeu-se da sua última aquisição para captar imagens e som a uma distância que há uns meses ninguém lograria obter. Mas jornalista é assim mesmo, sempre em cima do acontecimento, quando não está em cima de outra coisa qualquer. Parabéns!

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