Sem serem exceções à regra no que concerne a ciúmes e invejas (será que as há?), em praticamente tudo se formam grandes famílias de amizades. E um dos mais paradigmáticos tem a ver com o staff do rei Roberto Carlos. Todos por um e um por todos, velha máxima dos “Três Mosqueteiros” que foi entrando de porta-em-porta – jornais, clubes, empresas e por aí fora.
Quando passei algum tempo na Barra da Tijuca, ali bem pertinho do PROJAC (estúdios de gravação da Globo), almocei com um amigo que é ator e ligado à Globo. Até um dia me convidou para ser figurante de uma novela, o que não aceitei e disse-lhe por brincadeira que não queria ser concorrente do meu sósia Mauro Mendonça. Deste papo, acompanhado de boa comida e regrado com um bom vinho português, o meu amigo confidenciou-me que os atores da Globo, que são muitos, em cada novela em que participam formam uma família. E uns vão chamando outros de novela-em-novela. Gravei esta interessante confidência, agora corroborada com a fatídica morte do ator Domingos Montagner, figura principal da novela Velho Chico. Uma morte que enlutou o próprio país e, fundamentalmente, o seio da Globo.
E essa grande família de atores da Globo tem passado por várias gerações de artistas. A essência dos mais antigos acompanhada pelos mais novos. E de resto nota-se, artisticamente falando, um equilíbrio de valores. Por exemplo, o tridente Lima Duarte, Tony Ramos e Regina Duarte, passaram por épocas áureas das novelas. Hoje, com o aparecimento dessa enorme fornada de atores valorizados, esse mesmo tridente bate palmas pelo facto da sequência que a classe tem tido, ou seja, uma família de valores que se manterá por várias gerações. E neste aspecto, quer queiram quer não, a Globo, sem pontinha de exagero, manter-se-á em posição cimeira paralelamente ao que se passa em torno da concorrência, agora muito mais próxima com os lançamentos das suas próprias novelas. Uma verdade muito comezinha de se atentar. Mas também para a Rede Globo foi importante sentir que não pode adormecer com os louros conseguidos na época do orgulhosamente só, com a soberba performance da atriz Fernanda Montenegro, por exemplo.
jornalistaalves@bol.com.br
Facebook
https://www.facebook.com/carlosalberto.alvessilva.9
Comentários
Enviar um comentário