Erasmo Carlos apresenta 'Gigante gentil' nesta sexta em Sorocaba/SP

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Daniela Jacinto 

Um Erasmo grande, enorme aliás, e outro em tamanho menor. Um é o artista e o outro o ser humano. Ambos estão rodeados de demônios e estilhaços de bala, mas levando o barco adiante. Essa é a capa do álbum Gigante gentil, feita no estilo HQ, e que mostra logo na primeira impressão a que veio: a resposta em forma de música a comentários maldosos feitos na internet sobre a idade do Tremendão. 

Termos como "zumbi", "morto-vivo" e piadinhas como "se Erasmo levantar o braço, Deus puxa", o deixaram chateado, mas do alto de seus 75 anos e mais de 50 de carreira, depois do primeiro impacto ao ler os comentários, veio a inspiração e o "cara com fama de mau" reagiu com seu considerável rock n" roll.

Na próxima sexta-feira o público poderá conferir, a partir das 20h no Ginásio do Sesc, o resultado durante o show de divulgação de Gigante gentil, que terá ainda sucessos como Gatinha manhosa, Sentado à beira do caminho e Festa de arromba. Em entrevista ao Mais Cruzeiro, Erasmo fala sobre a composição das novas canções, faz um desabafo sobre a mágoa que sentiu e opina sobre os rumos do País. Confira:

Erasmo, poderia comentar um pouco sobre como foi o processo de composição das músicas de Gigante gentil?

Esse álbum eu lancei há uns dois anos já e surgiu porque quando comecei a trabalhar com internet fiquei assustado com a agressão das pessoas, que falavam de forma pejorativa se referindo a mim e aquilo tudo mexeu comigo, eram coisas muito cruéis, sabe, me chamavam de morto-vivo, falavam que eu tinha saído do seriado The Walking dead, então fiz a música Gigante gentil em resposta a essas pessoas, mas claro, uma resposta elegante. 

O nome "Gigante gentil" é um apelido que ganhei de uma cantora de rock amiga minha, a Lucinha Turnbull na década de 1980. O artista que fez a capa do disco foi orientado por mim. Eu quis exorcisar isso sabe. Então está lá o "Gigante gentil", que é o artista Erasmo Carlos, defendendo o Erasmo Esteves, o ser humano, dessas agressões.

Dizem que tudo o que nos acontece pode render algo positivo. Então a sua revanche foram as músicas, digamos assim?

Fiz uma revanche com elegância porque eu jamais usaria agressividade, pois estaria usando o mesmo baixo nível dos agressores, mas posso dizer que eles contribuíram para os meus momentos de inspiração. A irresponsabilidade das palavras de certas pessoas na internet é muito cruel, tanto com relação à política, como racismo, etc. As pessoas vão falando o que querem e sem freio, sem saber o que estão causando aos outros, elas abusam do anonimato, é algo em que não dão as caras.

E o Brasil, hein Erasmo?

Meu bem tem tanta gente que estuda pra ser advogado, juiz, temos grandes pensadores, se eles não chegam a uma conclusão, o que um simples compositor vai opinar? Não sei das verdades, elas ficam encobertas. As pessoas ficam desesperadas defendendo suas ideias sem saber ao certo o que está acontecendo. 

Mas eu acredito que o Brasil tem jeito, desde que haja honestidade, esperança, fé, vontade de trabalhar... Eu já vi o Brasil passar por várias crises e sempre conseguiu sair. Precisamos de pessoas conscientes e capazes de fazer essas mudanças, de retomar a nau... Eu detesto pessoas amargas, derrotistas, que fazem teorias de conspiração. Sou um cara muito positivo nas minhas análises, estou sempre do lado do sentimento.

Quais são os seus próximos projetos?

Tenho um DVD novo, que lancei depois do Gigante gentil, que se chama Meus lados B. Estou pensando em lançar um projeto só digital e estou ainda escrevendo um livro de poesias, que pretendo lançar no ano que vem. Outra novidade é que vai estrear o filme sobre a minha vida, Minha fama de mau. É isso.

Serviço

Os ingressos estão disponíveis para venda online e na Central de Atendimento do Sesc (rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade). 

Os valores variam entre R$ 40 (inteiro), R$ 20 para aposentados, pessoas com mais de 60 anos, pessoas com deficiência, estudantes e servidores da escola pública com comprovante, e R$ 12 para credenciados no Sesc e dependentes (credencial plena). 

A venda é limitada a dois ingressos por pessoa. 

Mais informações: (15) 3332-9933 ou pelo site www.sescsp.org.br/sorocaba.

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