Cleonice Berardinelli faz 100 anos e comemora legado na língua portuguesa
Ocupante da cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras, Dona Cléo é uma das maiores referências no idioma em todo o mundo Frederico Goulart
Neste fim de agosto de 2016, a língua portuguesa celebra. Cleonice Seroa da Mota Berardinelli, a Dona Cléo, (hoje, dia 28/08) chega aos 100 anos orgulhosa de uma vida servindo às palavras que unem Brasil e Portugal.
Aluna, professora, acadêmica imortal. O trabalho de Cleonice fez dela uma referência mundial nos estudos de língua portuguesa, e rendeu, mesmo que a contragosto, o apelido de "divina".
Dra. h. c. Cleonice Berardinelli
Doutoramento Honoris Causa, Sala dos Capelos, Universidade de Coimbra - Portugal-2013
Ocupante da cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras, Dona Cléo tem entre seus pares nada menos do que seis ex-alunos. Entre eles,
“Ela foi tão importante na minha formação que eu não me considero um ex-aluno. Eu continuo sendo um aluno da divina Cléo. Aquela professora com voz com voz cristalina, bonita, que mostrou para mim que a inteligência podia ser uma coisa agradável, e a erudição uma coisa realmente bonita”, diz Zuenir.
Com a cantora Maria Bethânia, outra aluna consagrada, Dona Cléo mantém uma profunda sintonia. O entusiasmo e encantamento das duas pelo poeta Fernando Pessoa foi registrado, há dois anos, e resultou no filme “O vento lá fora”.
Em plena atividade, mesmo com as limitações que a idade impõe, Cleonice não para de produzir. Sua presença não é rara no chá que é servido toda quinta-feira aos imortais. Outra obra fruto de todo esse vigor foi lançada na Festa Literária de Paraty, em 2013: “Cinco séculos de sonetos portugueses - de Camões a Fernando Pessoa”.
Cleonice Berardinelli na noite de autógrafos de "Cinco Séculos de Sonetos Portugueses: de Camões a Fernando Pessoa"
Em entrevista à CBN na época, ela falou da importância de se resgatar essa modalidade literária:
“Porque é uma forma fixa, e é uma forma que vai evoluindo de momento em momento, vai se desenvolvendo ao momento em que quase desaparece e depois o momento novamente em que nós estamos em que se usa o soneto ainda, só que com parcimônia”.
De todas as suas missões, ensinar foi sempre o que mais deu prazer à dona Cléo. Professora emérita da UFRJ e da PUC, ela sempre teve a sala como palco. É o que explica a imortal Rosiska Darcy de Oliveira, colega de Cleonice no Departamento de Letras da PUC.
Homenagem da Sociedade Eça de Queiroz,
A imortal Cleonice Berardinelli feliz e exultante com o título a ela conferido
“Cleonice recebeu muitas honrarias ao longo da vida, ganhou honoris causa de várias universidades, mas, nisso tudo, eu creio que para ela, o que realmente contava era o magistério. Quer dizer, ela é, antes de mais nada, a professora Cleonice”, afirmou Rosiska.
A eleição de dona Cléo para a Academia Brasileira de Letras, em 2009, foi uma forma de agradecimento encontrada por seus alunos imortais. Entre eles, o professor e pesquisador Domício Proença Filho, atual presidente da ABL, e o poeta, ensaísta e discípulo fiel Antônio Carlos Sechin.
“A Academia precisava de Cleonice. Foi um deslumbramento a atuação e a presença dela aqui, o interesse. E sempre essa preocupação com a literatura portuguesa, com a literatura brasileira”, definiu Domício.
E em dias de festa para a língua portuguesa, a escritora e amiga Nélida Piñon também celebra: “são 100 anos augustos, benditos. E teve uma vida muito bonita. Ela serviu ao rei que ela queria: a língua portuguesa”.
Ocupante da cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras, Dona Cléo é uma das maiores referências no idioma em todo o mundo
Frederico Goulart
Neste fim de agosto de 2016, a língua portuguesa celebra. Cleonice Seroa da Mota Berardinelli, a Dona Cléo, (hoje, dia 28/08) chega aos 100 anos orgulhosa de uma vida servindo às palavras que unem Brasil e Portugal.
Aluna, professora, acadêmica imortal. O trabalho de Cleonice fez dela uma referência mundial nos estudos de língua portuguesa, e rendeu, mesmo que a contragosto, o apelido de "divina".
Ocupante da cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras, Dona Cléo tem entre seus pares nada menos do que seis ex-alunos. Entre eles,
“Ela foi tão importante na minha formação que eu não me considero um ex-aluno. Eu continuo sendo um aluno da divina Cléo. Aquela professora com voz com voz cristalina, bonita, que mostrou para mim que a inteligência podia ser uma coisa agradável, e a erudição uma coisa realmente bonita”, diz Zuenir.
Com a cantora Maria Bethânia, outra aluna consagrada, Dona Cléo mantém uma profunda sintonia. O entusiasmo e encantamento das duas pelo poeta Fernando Pessoa foi registrado, há dois anos, e resultou no filme “O vento lá fora”.
Em plena atividade, mesmo com as limitações que a idade impõe, Cleonice não para de produzir. Sua presença não é rara no chá que é servido toda quinta-feira aos imortais. Outra obra fruto de todo esse vigor foi lançada na Festa Literária de Paraty, em 2013: “Cinco séculos de sonetos portugueses - de Camões a Fernando Pessoa”.
Em entrevista à CBN na época, ela falou da importância de se resgatar essa modalidade literária:
“Porque é uma forma fixa, e é uma forma que vai evoluindo de momento em momento, vai se desenvolvendo ao momento em que quase desaparece e depois o momento novamente em que nós estamos em que se usa o soneto ainda, só que com parcimônia”.
De todas as suas missões, ensinar foi sempre o que mais deu prazer à dona Cléo. Professora emérita da UFRJ e da PUC, ela sempre teve a sala como palco. É o que explica a imortal Rosiska Darcy de Oliveira, colega de Cleonice no Departamento de Letras da PUC.
A imortal Cleonice Berardinelli feliz e exultante com o título a ela conferido
“Cleonice recebeu muitas honrarias ao longo da vida, ganhou honoris causa de várias universidades, mas, nisso tudo, eu creio que para ela, o que realmente contava era o magistério. Quer dizer, ela é, antes de mais nada, a professora Cleonice”, afirmou Rosiska.
E em dias de festa para a língua portuguesa, a escritora e amiga Nélida Piñon também celebra: “são 100 anos augustos, benditos. E teve uma vida muito bonita. Ela serviu ao rei que ela queria: a língua portuguesa”.
In globoradi
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