Fãs de Roberto Carlos entrevistados pelo Portal Splish Splash - Baratta Presley

DO TEXTO:


A pensar nos milhares de fãs de Roberto Carlos, espalhados pelo Mundo, o Portal Splish Splash achou por bem auscultar a alma robertocarlística que por eles perpassa, dando início a uma série de entrevistas que, cremos, poderá de algum modo contribuir para uma melhor compreensão do motivo que leva tantos a admirar a obra de um cantor/compositor Brasileiro que ao comemorar 55 anos de carreira, não só consegue manter a fidelidade dos seus fãs que o acompanham desde o início da sua trilha poética e musical, como ainda, atrair muitos jovens que não conseguiram ficar indiferentes à obra daquele que, como disse o poeta, se mais mundo houvera lá chegara.

A seleção da série de entrevistas não obedece a nenhum critério relativamente a este ou àquele fã, foram obtidas por quem as irá publicar, ou seja, Armindo Guimarães, Carmen Augusta e Derbson Frota, de acordo com os contatos que possuem. Também a publicação, que acontecerá às terças-feiras e sábados, é aleatória, ou seja, não tem qualquer ordem em relação aos fãs. Todos eles admiram o rei Roberto Carlos e por isso todos nos merecem a mesma estima e a mesma consideração, independentemente de, muito naturalmente, podermos conhecermos melhor este ou aquele fã.

A entrevista que segue é com o fã Júnior Oliveira, conhecido por todos como Baratta Presley, de São Paulo. Confira:

PORTAL SPLISH SPLASH - Como começou a gostar do NMQT Roberto Carlos?

BARATTA PRESLEY - Por volta dos 4 anos. A primeira lembrança que tenho é meu pai embrulhando o disco de 1978 e me falando que o meu amigo secreto eu tinha que entregar o disco para o meu tio (irmão dele). E os especiais que eu assistia o primeiro que eu também me lembro é o de 1978. 

PSS - Você se considera um grande fã? Por quê?

BP - Sim me considero. Porque eu gosto da sua voz, dos arranjos nos discos, da originalidade, da presença em palco, Roberto Carlos ao lado de Elvis Presley, Beatles, Tim Maia e KISS são meus grandes ídolos. 

PSS - Se estivesse numa ilha deserta com alguém especial, qual música do rei colocaria pra tocar?

BP - Olhando Estrelas do disco de 1981. 

PSS - Roberto Carlos faz parte de sua vida? Como?

BP - Ah, faz sim. Principalmente agora chegando no fim do ano, eu particularmente fico tomado pelo clima Robertêro com lançamento de disco, expectativa de especial de fim de ano, checando todo dia se aparece algum vídeo de algum show que eu não tenha, um especial se aparece com imagem e som melhor no youtube... E ouvindo no meu serviço né? Primera Fila tá tocando até furar. Além disso são anos colecionando discos, revistas, agora por exemplo estou indo atrás dos discos em espanhol e em vinil. Não tenho todos que quero ainda, mas eu chego lá. 

PSS - Cite uma história engraçada e/ou emocionante que já viveu relacionado ao rei Roberto.

BP - Ah, tentar conhecer ele no escritório dele em São Paulo. Um dia lá por 1991 eu vejo a foto do Roberto em uma página do antológico jornal Notícias Populares com a manchete: Roberto faz 50 anos de idade. Olha só o que ele ganhou. PRESENTÃO: FILHO DE 25 ANOS. A notícia era sobre o reconhecimento do seu quarto filho Rafael Braga, que mais tarde gravou um disco, sem a ajuda do pai, uma pessoa que eu gostaria de conhecer um dia pessoalmente um dia também.
O jornal está comigo até hoje como o leitor pode ver na foto. Mas esse item da minha coleção tem uma particularidade muito especial. Nesse jornal vinha uma cópia do documento onde ele reconhecia o Rafael. No documento, vinha o endereço comercial do rei. O jornal está com a data de 16 de abril de 1991. Creio que um ou dois anos depois eu revendo esse recorte novamente, o endereço ficava perto da onde eu trabalhava de Office boy. Eu embaçava, ou melhor, trabalhava andando pelas ruas de São Paulo com envelope... boné... Andava com fichas e mais fichas telefônicas para ligar para a namorada da época... lá era uma gráfica e copiadora. Eis que na rua em que eu trabalhava há o monumental hotel Sheraton Mofarrej, onde se concentravam muitas pessoas na ocasião da vinda do Michael Jackson ao Brasil. Região da avenida Paulista, tudo muito chique, carros importados, gente para lá e para cá..
Mais precisamente em 24 de dezembro de 1993 comprei a revista Caras, onde vinha a manchete: “Roberto Carlos: Casar? Por que não?” . A revista vinha com uma reportagem falando de seu namoro com Maria Rita, e descrevia uma entrevista “...num amplo escritório na Alameda Santos...” pensei, putz é aquele. Mas como ele sempre anda viajando, talvez não conseguisse ver ele. Bom lá fui eu ao longo dos meus 19 anos, boné e uma sacolinha com a minha marmita que eu sempre comprava. Cheguei à frente do prédio, local onde já tinha passado várias e várias vezes. Minhas pernas tremeram até... Dirigi-me a recepção e falei que ia entregar um almoço, numa cidade como São Paulo onde o tempo não pára, é comum as pessoas de seus locais de trabalho pedir suas refeições. Peguei o elevador e eu não estava sozinho, outras pessoas desceram andares antes de mim, até aí nada de mais. Mas quando a porta se abriu no andar que eu iria descer, o andar era diferente dos outros que eu tinha visto: carpete azul na parede do andar e metal branco do chão até o teto... Do lado esquerdo a editora musical dele, do outro lado, provavelmente o escritório dele... Lá fui eu com o coração saindo pela boca e entrei e soltei: Desculpe, estou perdido, foi daqui que pediram um comercial com bife?
A recepcionista disse que não... Ainda tentei falar que entregava marmita e estava procurando emprego de Office boy, e se podia deixar um currículo, falando isso e olhando tudo. Em uma mesa de lado, vi um envelope escrito, “documentos Maria Rita”. Aí soltei, aqui é o escritório do Roberto Carlos, né? Ela confirmou e eu: Ele está aí? Claro que a resposta foi um sonoro Não. Saí frustrado de lá, mas não me arrependo não, pelo menos eu fui.

PSS – O que você coleciona de RC?

BP - Discos (fechei a discografia nacional ano passado, fato que me deixou com sensação de dever cumprido, pra mim mesmo), especiais de fim de ano (muito eu gravei em VHS, hoje em DVD), Mp3 (na impossibilidade de ter todos os discos que quero em espanhol, italiano, francês e inglês, o MP3 quebra um galho), revistas, recortes... 

PSS – Você prefere a modernidade do CD ou ainda é adepto ao bom e velho LP? Por quê?

BP - O CD foi imposto pela indústria o consumidor quisesse ou não. Os CDs as primeiras prensagens dos discos do Roberto tem um som incompatível com o do vinil, além da parte gráfica que é anos luz inferior. Sumiram as fotos da capa interna, da contra capa, isso pra mim acaba com o disco, uma vez que vejo o disco como um todo. Ainda sou adepto do LP, pois a capa, informações técnicas, ficha técnica, selo do disco e o som eu prefiro mil vezes mais. 
SS – Acredita que os LPs ainda podem voltar à mídia e ter destaque?
Já voltaram com força total. 

PSS – Como surgiu a ideia de criar o blog “Suditos RC”(www.suditosrc.blogspot.com.br)? Qual o principal objetivo dele?

BP - Eu sempre gostei de crítica de disco, sempre li nas revistas sobre música. Por volta de 2006 no saudoso e finado Orkut comecei a ler algumas resenhas de música feita pelos amigos virtuais e tentei fazer uma ou outra e (saia o que tenha saído) acabei gostando. Uma característica que antecede as resenhas era trocar ideias sobre discos. E resolvi que (pelo menos pra mim) cada disco do Roberto merecia uma comunidade. Na descrição da comunidade eu colocava os meus comentários faixa a faixa, produção, fotos, letras e comentários referentes ao disco nos tópicos. Um dia minha conta do Orkut foi cancelada, sei lá por qual motivo e decidi fazer um blog só para o Roberto, para falar de sua obra, mas o que sua obra representa pra mim, como eu a vejo e sinto. Como eu sinto cada disco, cada trabalho, a maneira como eu vejo cada especial de fim de ano e por aí vai. Interessante é saber que textos meus estavam sendo copiados para um portal sobre a carreira do Roberto. Mas isso já foi solucionado. O blog é mais prático por eu poder falar de todos os discos, shows, especiais de fim de ano, curiosidades de discos, coleções, exposições, etc. 

PSS – Existe algum critério para sua atualização?

BP - Por muito tempo consegui manter o ritmo de uma postagem por semana, depois a gente vai largando, uma postagem por mês, uma a cada dois meses... Então decidi retomar o trabalho recentemente, pois existem muitos discos que faltam lá ainda.Quero completar a discografia nacional, para depois focar nos especiais de fim de ano. Falar sobre a obra do Roberto é um grande prazer, sempre. Eu chamo isso de Robertizar na internet. Muitas vezes quando algum amigo meu pergunta (O que tá fazendo aí? Eu respondo: Robertizando na internet.)

PSS - Uma música que você sempre põe no “repeat”:

BP - Seres Humanos, Música Suave, Tem Coisas Que A Gente Não Tira Do Coração, Amor Sem Limite, Emoções (versão de 1981), Abre Las Ventanas Al Amor, Una Casita Blanca, Amigo, O Ano Passado, Ilegal, Imoral ou Engorda (versão original de 1976 e do Primera Fila) Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo (Primera Fila), Negro Gato (versão ao vivo de 2006), Cavalgada (versão ao vivo do Pacaembú), ops era só uma? (risos) 

PSS - Muitas são as músicas do repertório do rei e muitas são aquelas que ele há muito não canta. Que música gostaria que ele voltasse a cantar?

BP - Não Adianta Nada, A Montanha, Não Há Dinheiro Que Pague, Quero Que Vá Tudo Pro Inferno (essa ele tinha que voltar a cantar especialmente agora nesses 50 anos da Jovem Guarda). 

PSS - Se fosse escolher para ouvir 10 músicas do rei, em ordem de preferência, quais seriam?

BP - Não Vou Ficar, Não É Papo Pra Mim, Você Como Vai, A montanha, Eu Só Tenho Um Caminho, O Careta, Tô Chutando Lata, Verde e Amarelo, Meu Ciúme (meu hino, rs) e Furdúncio

PSS - Se tivesse a oportunidade de falar ao vivo com o rei, o que diria?

BP - Se eu não caísse pra trás diria que sou seu fã, escuto seus discos desde que me conheço por gente e que gosto muito do seu trabalho. 

PSS - As músicas do rei não seriam a mesma coisa sem as respetivas letras. Independentemente da música, diga os títulos de três letras que mais a impressionam e porquê.

BP - Detalhes, As Flores do Jardim da Nossa Casa e O Amor É Mais

PSS - O rei possui em torno dele uma vasta equipe, desde os elementos que compõem a orquestra (RC9), aos elementos da administração, assessoria de imprensa e apoio logístico. Com certeza você simpatiza por alguns desses elementos por os conhecer ou já ouvir falar. Cite quais e por quê.

BP - Bom, eu vou falar como isso chega em mim. Eu sempre senti que na parte de promoção, marketing, exposição, Roberto some o ano inteiro e começa a aparecer para nós pobres mortais mais no fim do ano. A única coisa que eu ainda tenho em mente é que os seus shows podiam ser um pouco mais baratos. Um grande exemplo foi o show do Pacaembu em 2004, ali todo mundo pode curtir e garantir um lugar. Hoje em dia anda muito caro. A exposição na Oca do Ibirapuera em 2009 foi algo que eu gostei bastante. Sobre a banda que sempre acompanhou ele, eu penso que deveria ousar novos arranjos, pois os últimos que eu gostei e gostei muito foram Negro Gato de 2006, Força Estranha versão de 2002, Cavalgada (versão ao vivo do final dos anos 80). 

PSS - Se tivesse que escolher uma frase robertocarlistica do repertório do rei que mais se identificasse com você, que frase escolhia?

BP - Tem dias que a minha frase é: Hoje eu estou tão em paz comigo, parece até que não faz sentido, o que tenho chorado, o que tenho sofrido. (Jesus Salvador – 1994)

PSS – Cá pra nós, por que “Baratta McCartney”?(risos) 

BP - Baratta é um apelido que eu mesmo escolhi para mim, vi esse apelido uma vez mencionado em um seriado do Bill Cosby e achei legal. Pensei o dia que eu precisar de um apelido vou usar esse, e pegou rs. O McCartney é porque eu sou fã também do Paul. Hoje no virtual estou como Baratta Presley. 

PSS - Responda à pergunta que não fizemos e que gostaria que lhe tivéssemos feito.

BP - Seria sobre o que eu acho que ainda falta na carreira do Roberto. Pegando de gancho a pergunta um pouco acima sobre a preferência por CD ou LP. Por exemplo, o EP Esse Cara Sou Eu já podia ter saído um compactão de 12 polegadas ou um compacto mesmo de 7 polegadas com as 4 músicas. O meu sonho e de muitos amigos meus é que saísse discos como o de 1998, o Acústico, o Pacaembú, o Pra Sempre, o de 2005 e, claro, o Primera Fila em vinil. Todos grandes discos que acabamos tendo que nos contentar com o CD. Em CD creio que ficou faltando uma caixa com as gravações que ele fez em italiano. Outro item que a gente que é fã e colecionador sempre precisou (dar os pulos) pra conseguir são os especiais. Correr atrás de todos os especiais foi uma coisa que deu uma certa canseira. Pois alguns eu consegui gravar do VHS de um amigo meu, outros eu precisei comprar. Uns eu achei em uma loja de São Paulo, outros precisei conversar com alguns colecionadores, mesmo com o advento do you tube alguns especiais não estão na rede ainda, fica dificil. Se os especiais de fim de ano fossem lançados oficialmente a gente só teria entrevistas, apresentações em TV de outros países para correr atrás. Outra coisa que sinto falta são os shows com preço mais acessível e até os shows na praia, tive a oportunidade de assistir a dois shows na Praia Grande em São Paulo. E claro, um disco de inéditas. 
Entrevista conduzida por
Derbson Frota

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2 Comentários

Comentários

  1. Obrigado pelo convite Derbson. Sinta-se convidado a escrever qualquer texto, artigo, resenha sobre o Roberto no Súditos.
    Abraço irmão!

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  2. Valeu, amigo Baratta Presley. Nós do Splish Splash agradecemos a sua participação.

    Derbson Frota
    Tianguá CE

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