Cidade portuguesa quer ser 'vila literária' e superar Flip

DO TEXTO:
Gregório Duvivier na Tenda de Autores da primeira edição do Folio, 
festival internacional de literatura realizado em Óbidos, Portugal

ELIANE TRINDADE
ENVIADA ESPECIAL A ÓBIDOS (PORTUGAL)

Uma aprazível cidade histórica vira ponto de encontro de escritores e turistas em uma festa em torno dos livros. O enredo parece familiar aos brasileiros, mas é português.

Na esteira do sucesso da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que ocorre há 13 anos na cidade histórica do litoral fluminense, o Folio (Festival Internacional de Literatura) teve sua primeira edição encerrada neste domingo (25) com pretensão de superar o evento que o inspirou.

"Queremos fazer um festival parecido ou melhor que o de Paraty", diz o português José Pinho, dono da rede de livrarias Ler Devagar e um dos realizadores do Folio. "Enquanto o brasileiro é um evento anual, por aqui vamos manter esse clima de vila literária o ano inteiro."

Pinho saca outro argumento para puxar a sardinha para seu lado. "Paraty tem apenas uma livraria, antiga, enquanto em Óbidos teremos 11." Espalhar livrarias pelas ruelas medievais é uma estratégia para transformar a cidade a 84 km de Lisboa em polo de turismo literário. A outra é o próprio festival, com 30 mil visitantes, segundo a organização
Tudo parte de um projeto maior de transformar Óbidos em "vila literária", uma chancela concedida pela Unesco.

"O processo está em análise, e o resultado deve ser anunciado em novembro", diz Pinho. A inspiração é se tornar um mix de Paraty e Hay-on-Wye, cidadezinha no País de Gales que possui 30 livrarias.

Óbidos já tem dez das 11 previstas. Uma delas ocupa a antiga igreja de Santiago. "É literalmente um templo do livro", surpreendeu-se Luis Fernando Veríssimo, um dos escritores convidados.

Para atrair visitantes, o dono da rede Ler Devagar plantou obras literárias por adegas, quitandas e museus. O investimento para reocupar a igreja foi de € 300 mil, custeado em parte com fundos da Comunidade Europeia.

A cidade conta com atrativos de peso como o castelo e suas muralhas bem conservadas. "Aqui temos melhores condições para fazer um festival literário", diz o escritor José Eduardo Agualusa, um dos curadores. "Óbidos dispõe de um sem número de pequenos espaços culturais que estão sendo utilizados pelo festival."

in:http://www1.folha.uol.com.br
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