O ano era 1965 e foi por meio de uma conversa, em
São Paulo, que o empresário blumenauense Samuel August contratou o jovem cantor
Roberto Carlos, 24 anos, para um show comemorativo ao Dia das Mães, no campo do
Grêmio Esportivo Olímpico, em Blumenau. Esta foi a primeira vez que o rei –
ainda não consagrado – colocou os pés na cidade. Depois disto, Roberto passou
outras cinco vezes por aqui. A última apresentação foi há seis anos, em maio de
2007.
– Era 9 de maio de 1965. Ele era um menino, veio apenas com uma
guitarra embaixo dos braços, sem banda. Na época, ainda estava começando a
carreira e O Calhambeque era a música mais conhecida. Lembro que antes do
Roberto vir para Blumenau, o Tremendão (Erasmo Carlos) e a Wanderléa queriam vir
junto – revela August.
A ideia de trazer o jovem que um dia se tornaria o
Rei da música brasileira foi justamente uma forma de ajudar o músico iniciante,
que desejava lançar um LP e se apresentar em diferentes cidades brasileiras.
Outro fator que influenciou na escolha foi a simplicidade do artista e o valor
do show – na época, August pagou 500 cruzeiros. Apesar de o show ter tido apenas
490 pagantes, o espaço lotou – na época, quem fazia compras por meio de carnês
na Loja August, de propriedade da família de Samuel, concorria a prêmios durante
o ano e não precisava pagar o ingresso para o show.
Quem se recorda da
vinda de Roberto Carlos a Blumenau naquele ano é o historiador e blogueiro,
Adalberto Day, ainda fã do cantor. Ele relembra a apresentação no campo do
Olímpico:
– Não fui ao show, mas me recordo da vinda dele. Fui anos mais
tarde, quando mais de 6 mil pessoas foram vê-lo.
Na época, em 1965, nem
blumenauenses nem o próprio Roberto não podiam imaginar o sucesso que ele faria
anos mais tarde. Tanto que o futuro Rei aceitou desfilar com carro de som aberto
na Rua XV de Novembro.
– Emprestei o carro de um amigo, um Ford A-28,
colocamos uma caixa de som e passeamos para anunciar o show produzido pela loja.
Imagina, passamos pela cidade sem seguranças, sem nada, ao ar livre – recorda
August.
Mulheres ensandecidas
Mesmo que ainda não tivesse
sido coroado, Roberto Carlos era uma atração e tanto para a cidade, em especial
pela relação que tinha com a Jovem Guarda. August, por exemplo, revela que
várias mulheres, durante o show, saíram de seus lugares na arquibancada e
atacaram o cantor:
– Elas começaram a tirar a roupa dele. Ficaram
enlouquecidas, tivemos que sair correndo. Foi inesquecível – ressalta o
empresário que também passou pela experiência de ver a própria esposa paralisada
ao ver o Rei de perto.
O empresário, que há 20 anos mora em Bombinhas,
conta que, anos mais tarde, quando fazia uma viagem a trabalho, em Novo
Hamburgo, no Rio Grande do Sul, escutou comentários de um show do Roberto em
Tramandaí. Não perdeu tempo, encheu o carro de fãs e foi até o show. Lá,
conseguiu entrar no camarim. Como contraste à passagem por Blumenau, na ocasião,
RC estava cercado de seguranças e relembrou os momentos que passaram juntos em
1965.
PAMYLE BRUGNAGO
Serviço:
Roberto Carlos - No Parque Vila Germânica, Rua Alberto Stein, 199, Bairro
da Velha, Blumenau. Ingressos restantes: entre R$ 250 a R$ 350
(www.ingressorapido.com.br, nas Lojas Havan e nas Farmácias Nissei). Dia 4 de
abril, 21h.
– Era 9 de maio de 1965. Ele era um menino, veio apenas com uma guitarra embaixo dos braços, sem banda. Na época, ainda estava começando a carreira e O Calhambeque era a música mais conhecida. Lembro que antes do Roberto vir para Blumenau, o Tremendão (Erasmo Carlos) e a Wanderléa queriam vir junto – revela August.
A ideia de trazer o jovem que um dia se tornaria o Rei da música brasileira foi justamente uma forma de ajudar o músico iniciante, que desejava lançar um LP e se apresentar em diferentes cidades brasileiras. Outro fator que influenciou na escolha foi a simplicidade do artista e o valor do show – na época, August pagou 500 cruzeiros. Apesar de o show ter tido apenas 490 pagantes, o espaço lotou – na época, quem fazia compras por meio de carnês na Loja August, de propriedade da família de Samuel, concorria a prêmios durante o ano e não precisava pagar o ingresso para o show.
Quem se recorda da vinda de Roberto Carlos a Blumenau naquele ano é o historiador e blogueiro, Adalberto Day, ainda fã do cantor. Ele relembra a apresentação no campo do Olímpico:
– Não fui ao show, mas me recordo da vinda dele. Fui anos mais tarde, quando mais de 6 mil pessoas foram vê-lo.
Na época, em 1965, nem blumenauenses nem o próprio Roberto não podiam imaginar o sucesso que ele faria anos mais tarde. Tanto que o futuro Rei aceitou desfilar com carro de som aberto na Rua XV de Novembro.
– Emprestei o carro de um amigo, um Ford A-28, colocamos uma caixa de som e passeamos para anunciar o show produzido pela loja. Imagina, passamos pela cidade sem seguranças, sem nada, ao ar livre – recorda August.
Mulheres ensandecidas
Mesmo que ainda não tivesse sido coroado, Roberto Carlos era uma atração e tanto para a cidade, em especial pela relação que tinha com a Jovem Guarda. August, por exemplo, revela que várias mulheres, durante o show, saíram de seus lugares na arquibancada e atacaram o cantor:
– Elas começaram a tirar a roupa dele. Ficaram enlouquecidas, tivemos que sair correndo. Foi inesquecível – ressalta o empresário que também passou pela experiência de ver a própria esposa paralisada ao ver o Rei de perto.
O empresário, que há 20 anos mora em Bombinhas, conta que, anos mais tarde, quando fazia uma viagem a trabalho, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, escutou comentários de um show do Roberto em Tramandaí. Não perdeu tempo, encheu o carro de fãs e foi até o show. Lá, conseguiu entrar no camarim. Como contraste à passagem por Blumenau, na ocasião, RC estava cercado de seguranças e relembrou os momentos que passaram juntos em 1965.
18/03/2013
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