O grande exemplo do Zeca Pagodinho

DO TEXTO:




Por: Carlos Alberto Alves
jornalistaalves@hotmail.com

Não sou apenas e só um fã do Rei Roberto Carlos. Sou isso sim mais fervoroso em paralelo com outros cantores brasileiros. E, neste país, para além do futebol (muito naturalmente, porque foi a modalidade que me catapultou para os conhecimentos que hoje tenho), também fui caindo (sem empurrão de ninguém) na “onda do samba”. Se me perguntarem se sei sambar, apenas posso argumentar com o seguinte: vou mexendo com os pés!

De cantores do samba, Zeca Pagodinho é daqueles que mais admiro, não só pelo seu talento, mas, também, pela sua forma de estar na vida. E tive o privilégio, há três anos atrás, de ter sido convidado para assistir no Rio de Janeiro a um show do Zeca Pagodinho, show esse integrado nas comemorações do X aniversário do jornal Extra. Escusado será dizer que fiquei mais “pagodinho” e consequentemente subindo mais uns furos na “escala do samba”, isto porque, ao longo do espetáculo, fui mexendo com os pés e um copo de coca-cola na mão. Não molhei a indumentária que levei porque, na verdade, os meus balanços foram sempre coordenados de forma a que o líquido não entornasse. Aqui, no meio de tanta confusão e de empurra-empurra, fui malabarista, isto é, não fiz bagunça. Mas querem saber a melhor, quando comecei com o “meu sambar” o copo estava vazio. Pudera...

Hoje, esse enorme cantor do samba a que me tenho referido, deu mais um grande exemplo de solidariedade para com os seus amigos e conterrâneos de Xerém, ajudando-os na hora do desespero, tudo isto na sequência do mau tempo que se fez sentir e que, mais uma vez, inevitavelmente, provocou inundações de tragédia. E o nosso homem, Zeca Pagodinho, demonstrou que nestas horas nada mais humano do que dar as mãos aos desprotegidos pela força da intempérie. Conhecemos muitos outros artistas com dinheiro que não são capazes de trilhar esta notável atitude do Zeca Pagodinho. E assim se escreveu:

O cantor Zeca Pagodinho percorreu ruas de Xerém, no município de Duque de Caxias, na manhã desta quinta-feira (3), para ajudar as vítimas da chuva que atinge várias regiões do estado desde a noite de quarta (2). Por volta das 10h, o cantor andava com a filha pelas ruas de Xerém. Em entrevista à TV Globo, Zeca disse que sua casa foi "mais ou menos afetada" pela chuva.

"Estou aqui há quase 20 anos. Adoro isso aqui, meus filhos foram criados aqui. Nunca vi algo parecido. Está triste. Lá em cima a situação está muito ruim. Tem criança desaparecida, tem família soterrada. Tem casa que desceu rio abaixo. A gente está aí, desde as 6h da manhã, ajudando, mas está triste", contou o cantor, que emocionado, pede para que o socorro seja voltado para a parte mais atingida de Xerém.

O sambista, que tem um sítio e uma casa em Xerém, abrigou o casal vizinho Leonardo Oliveira, de 30 anos, e Raylua Cardoso, de 24 anos, e os dois filhos, uma menina de 1 ano e 2 meses e um menino de 5 anos.  A família perdeu a casa após o temporal que atingiu o município na madrugada desta quinta-feira (3).  “A minha filha menor Maria Eduarda está chorando muito porque está preocupada com as amiguinhas que moram aqui e também perderam as casas. Eu ajudo como posso. Abriguei este casal de amigos aqui e tem várias crianças na minha sala”, contou o sambista em entrevista ao G1.

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