O Baú do Carlos Alves (5)

DO TEXTO:



Por: Carlos Alberto Alves



Foi nos juniores do Benfica, aquando da presidência de João Santos, velha dedicação ao clube da Luz, que conheci Mário Prata, que fez parte de uma equipa célebre, tri-campeã no referido escalão de juniores. Nomes sonantes que saíram daquela fornada, sumamente acarinhada por João Santos e seus


mais diretos colaboradores. Mário Prata, nesse sentido, não foi exceção, mas procurou, mais tarde, após ter contraído matrimónio, rumar para os Estados Unidos, tentando a sua sorte com o estatuto de diretor (manager) na Swart Soccer Internacional, associação que, na zona de Massachusets, movimenta o maior número de jovens na Soccer Camps Clinics Tournaments, alguns deles, inclusive, chamados à seleção dos Estados Unidos onde foram observados.

Foi em Lowell, cidade que recolheu muitos emigrantes portugueses, que, um belo dia, reencontramos Mário Prata, sempre afável e mantendo aquele dinamismo que sempre o caracterizou. Mas, claro, que este reencontro, apesar de saudável, verificou-se num dia em que eu, inesperadamente, apareci em Lowell, levado por uma notícia da Rádio Ponte, com sede em Fall River, que dava conta da entrada do FBI nas instalações do Lowell United, apreendendo larga quantidade de cocaína e, ainda, todas as slots machines que lá se encontravam ilegalmente. Uma operação rápida e eficaz, mas que, para os mais atentos, era de todo esperada, uma vez que o clube investia muito forte na contratação de jogadores estrangeiros.

Ora, Mário Prata, que fala um inglês fluente, acompanhou-me até à zona permitida pelo FBI para os jornalistas. Escusado será dizer que muitos ali se deslocaram, mormente as estações de televisão (Canal 20 e outras) das zonas limítrofes, incluindo Boston, atendendo a que Lowell fica ali perto.

Com Mário Prata fui acompanhando, a par e passo, todas as movimentações do FBI, incluindo algumas detenções de dirigentes do Lwoell United, um clube carismático da LASA - Liga Americana Soccer Assocition -. E, realmente, se não fosse a preciosa ajuda do Mário Prata jamais teria conseguido as informações que pretendia sobre um caso que, naquela mesma manhã, abalou o Estado de Massachusets, tendo em linha de conta o envolvimento de pessoas consideradas figuras públicas. Algumas delas não tiveram tempo de encetar uma fuga, na exata medida em que o FBI agiu com todo o secretismo e, como é óbvio, possuidor de todos os elementos necessários para deter os presumíveis suspeitos do tráfego de droga e o uso ilegal das slots machines.

Mas, para além de tudo isto, ainda tive tempo suficiente para cavaquear com Mário Prata no que concerne aos seus próprios projetos pessoais, ficando ainda mais convicto de que Mário Prata, aquele "menino" que vi despontar na formação do Sport Lisboa e Benfica, acertou na muge, isto é, deu o salto qualitativo quando, em boa hora, decidiu rumar para os Estados Unidos. Um Prata que, para a Swart Soccer Internacional, se transformou em Ouro.
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