DO TEXTO: Imaginamos as agências funerárias, que até aqui vivem do negócio da venda de caixões, a dedicarem-se à venda de árvores da mais variada espécie...
Segundo consta, desde 2005 que na Suécia já se pratica o chamado enterro ecológico que consiste em congelar o corpo junto com nitrogénio líquido a uma temperatura de menos 196 graus. Congelados, são colocados para vibrar numa poderosa esteira e em poucos minutos tudo estilhaçado e virando pó, 20 kg a partir de um corpo de 70 kg, sendo que o referido pó é depois colocado numa caixa de amido de batata ou milho e enterrado. Uma árvore é plantada em cima da caixa para aproveitar os nutrientes. Entre 6 meses e um ano, tudo desaparece.



Uma árvore é plantada em cima da caixa para aproveitar os nutrientes


Por: Armindo Guimarães
 
Segundo consta, desde 2005 que na Suécia já se pratica o chamado enterro ecológico que consiste em congelar o corpo junto com nitrogénio líquido a uma temperatura de menos 196 graus. Congelados, são colocados para vibrar numa poderosa esteira e em poucos minutos tudo estilhaçado e virando pó, 20 kg a partir de um corpo de 70 kg, sendo que o referido pó é depois colocado numa caixa de amido de batata ou milho e enterrado. Uma árvore é plantada em cima da caixa para aproveitar os nutrientes. Entre 6 meses e um ano, tudo desaparece.

Ora, não sabemos o que se passa na Suécia desde 2005, altura em que começou a ser implementada esta nova modalidade ecológica de enterrar os mortos, mas se a nova modalidade pega estamos convictos que ao nível da indústria mortuária e das honras e rezas pela elevação da alma de entes falecidos, a coisa não irá mudar muito.

Imaginamos as agências funerárias, que até aqui vivem do negócio da venda de caixões, a dedicarem-se à venda de árvores da mais variada espécie, algumas a preços pela hora da morte porque mais raras. Irá perceber-se, então, o porquê do termo “árvore genealógica”. Falecendo o senhor Carvalho a família irá fazer questão de que em cima da caixinha onde se encontra os cerca de 20 kg do seu pó, seja plantado um carvalho. Por sua vez a família da dona Gertrudes que nasceu em Limoeiro obviamente que irá optar por uma árvore daquele fruto. O mesmo se diga relativamente aos falecidos Pereira, Figueira, Laranjeira, Oliveira, Cerejeira, Macieira, Castanheira, Nespereira, e tudo acabado em “eira”.

E irá acontecer o mesmo que acontece actualmente nos cemitérios: Visitantes oportunistas e sem escrúpulos, em vez de roubarem lápides, vasos, castiçais e coisas que tais, irão passar a roubar a campa, digo, a árvore do defunto senhor Macieira. Não raro, alguns visitantes apresentarão queixas na recepção do cemitério sobre este e aquele inconveniente. Mas também os casos de entreajuda acontecem, como será por exemplo o caso da menina Genoveva que com 20 aninhos e apenas 3 meses de casada viu o seu mais que tudo Everaldo Limoeiro falecer devido a robertodependite aguda, uma doença que o perseguia desde que passou a ser fã dum cantor de nome Roberto Carlos. Num dia de calor abrasador, a menina Genoveva, de mini-saia azul às bolinhas brancas e de fio dental amarelo que o senhor Gastão administrador da empresa onde trabalha lhe havia oferecido na véspera, estava toda atarefada a colher limões do Limoeiro do seu Everaldo, que Deus o tenha em eterno descanso e a terra lhe seja leve, e eis que um meliante se aproximou da árvore deixando-se ali ficar tempos infinitos a olhar para cima, na certa com o intuito de ajudar a jovem viúva caso esta se desequilibrasse da árvore ou deixasse cair sem querer alguns limões, hipóteses que não aconteceram, pelo menos até à chegada do guarda do cemitério, o senhor Anacleto, que logo ordenou a retirada do meliante substituindo-o em tão nobre acto.

O abandono a que algumas campas, digo, árvores são votadas, será também motivo de queixa dos visitantes que não raras vezes serão literalmente bombardeados com fruta da mais variada espécie, como foi por exemplo o caso do senhor Anastácio que ao passar pela árvore da defunta dona Gina Caquizeiro (dióspireiro), levou com um caqui (dióspiro) na cabeça, com os inconvenientes daí resultantes.

Por essas e por outras, a administração dos cemitérios irá ter os problemas do costume, porém, em moldes diferentes. Irão publicar editais à entrada, estabelecendo regras de uso e conservação das campas, digo, das árvores. Por exemplo, irá ser interdita a plantação nos cemitérios de certas árvores de fruto a fim de se evitar situações extremas que podem pôr em causa os fins para que foram criados os novos cemitérios, como foi o caso da família do falecido senhor Afonso Videira cujo último pedido à hora da morte foi que em cima da sua caixa contendo o seu pó misturado com amido de batata ou milho, fosse plantada uma videira que desse uma casta de uvas tipo Vinho do Porto e que todos os anos, por ocasião do aniversário do seu nascimento e da sua morte, toda a família se reunisse junto à videira brindando à sua saúde. Escusado será dizer que aqueles que no cemitério choram a partida do seu ente querido, não gostam quando ao lado os mais de 80 familiares e amigos do falecido Videira, se põem a beber uns cálices de Porto, brindando: Viva o Videira, carago! Videira, amigo, nós támos aqui contigo!

Resumindo, sem dúvida que esta nova modalidade tem as suas vantagens, mas como em tudo na vida também tem os seus contras. Nada é perfeito.

Bem, deixemo-nos de divagações. Vou mas é tratar de escolher a minha árvore antes que seja tarde.

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11 Comentários

Comentários

  1. LOL!
    Escolhe uma árvore de frutos tropicais...sempre vou lá fazer-te uma visitinha!lol
    Ob pelo retorno da visita. O blogue que visitaste serve, apenas, para escrever as memórias da família, em forma de conto. Já o Coisas Minhas, serve, ultimamente, para falar de td e de nada. Ora espreita:)
    bji

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  2. lol
    antes cremada do k congelada..
    xiça....gelada 4all eternity! ;)

    mas é sem dúvida uma ideia inovadora! ;)

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  3. Já me desculpei, no meu blogue, pela lamentável falha, António...oops, Armindo...ó pá, juro que não bebi!;)
    bji

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  4. Olha que tu lembras-te de cada uma!?? Tá tudo bem Armindo? Há quanto tempo!

    Abração e Boas entradas (para árvores já me basta a quinta do facebook loooool)

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  5. Lol!

    Meu amigo, mais uma vez tenho de dar vivas á sua criatividade.
    De um texto pequeno criaste um texto maior e divertidíssimo.
    Eu acho que as árvores para não dar problemas, não poderiam ser frutíferas.Só com flores.
    Eu para a minha, escolheria um Ipê Amarelo.
    Patriota,até na morte, porque o Ipê é planta nativa, é a árvore do Brasil.

    Mas na verdade espero que esse assunto seja para daqui à muitos anos.....

    Agora meu maninho, vou contar um segredo: coloquei Lol lá no começo, mas não sei o que é....
    Como as amigas colocaram resolvi te surpreender...ehehehehe

    Parabéns pelo texto!

    Beijos,
    Carmen Augusta

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  6. Olá, Nina!

    Não é má ideia essa da árvore dos frutos tropicais. Vou pensar nisso.

    ;)

    Abraços

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  7. Olá, Xaninha!

    A ideia é sem dúvida inovadora mas está provado que tem os seus contras, né?!

    Abraços

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  8. Olá, Tá-se bem!

    Nem estou em mim, carago!

    Há quanto tempo, pá! Não deixa de ser caricato o Tá-se bem finalmente aparecer por aqui a propósito de um post que tem a ver com todos nós mas que todos sempre tentamos adiar a data de partida para um sítio onde não sabemos se tá-se bem ou se tá-se mal. Um dia saberemos. eheheheheh

    A Dona Isaurinha da Areosa, que me dava alento para visitar o teu blog e deixar lá uns bitaites, tem andado doentinha e por isso a razão da minha ausência. Mas já ouvi dizer que ela já estava melhorzinha. Por isso...

    :)

    Grande abraço

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  9. Olà Mindo!estou de acordo que a ideia dos Suécos seja mais ecologica, mas com a tua ainda é mais génial porque frente à crise que enfrenta-mos se o preço da fruta poder baixar é uma boa noticia.pà jà vistes que hoje em dia é preciso falar de morte para reconfortar a malta!Mindo mas tambem pode-mos falar de coisas mais alégres porque amanha é dia de festa e à que estar preparado.A Elene jà pos eo bacalhao de molho ou foi so pelo Natal?olha que nao tinha importancia para mim ter bis no menu de fim de ano.Mindo o importante é que a festa seja alégre e divertida é que nos vos deseja-mos.Abraços

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  10. Olá, maninha!

    Colocaste pela primeira vez LOL e colocaste bem. Trata-se de um termo internetês, que o mesmo é dizer linguagem utilizada pelos internautas. Se calhar este assunto também dava pano pra mangas pra malta se rir pra carago, mas...

    Então, LOL é quando a malta quer demonstrar aos outros que se riu pra carago sobre determinado assunto. Digamos que é o mesmo que :)) ou :) que tu e eu costumamos utilizar quando não utilizamos eheheheheh ou ahahahahah ou jajajajaja.

    Lembraste de um dos bate-papos que eu tive com o Roberto e em que ele me disse que gostava mais de se rir eheheheheh do que jajajajaja?

    Há gostos para tudo.

    LOL

    Beijos e abraços para a minha querida maninha.

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  11. Já estás porreiro da mão?

    O que vale é que foi a esquerda, pois se fosse a direita, como és dextro já não podias tocar uma de piano.

    Quanto às batatas com bacalhau, para mim na véspera de Ano Novo é exactamente como na véspera de Natal, a malta lá em casa não pode deixar de comer o fiel amigo bem regado com um tintol à maneira. E depois saiem-se as rabanadas, as filhoses, o bolo-rei, etc. que um gajo acompanha com sei lá quantos Portos. Depois vem o café com um CRF Reserva, após o que voltamos a atacar na fruta seca com um bom espumante português porque aquele francês que me ofereceste o ano passado há muito que já foi co carago deixando saudades.

    É do baril, pá!

    Um gajo tem comer e beber à grande e à francesa antes que vá desta pra melhor, não é? eheheheheh

    Um beijo para ti e um abração para a Isabel!

    Engano-me sempre. Queria dizer ao contrário, ou seja, um abração pra ti e um beijo para a Isabel. eheheheheh

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