DO TEXTO:
Por: Antunes Ferreira
Se ainda me concederem espaço neste blogue - do que duvido, mas espero e desejo vivamente -, vou contar aqui umas estorinhas muito minis. A primeira tem por protagonista o general na reserva Gomes Marcelino. Um senhor que se arriscara a ir parar com os costados na Normandia, mas que, por obra e graça do Doutor Baltazar (ele era qualquer coisa terminada em ar… antes de ir ao ar) se livrara de tal incómodo. Ah, e da Senhora de Fátima.
Pelas Áfricas, o então major andou, mais camuflado, menos ração de combate. Porém, nos intervalos da metralha o oficial do que gostava era de ir à caça. Atirador excelente, confessava-se modestamente, muitos tinham sido os episódios empolgantes que vivera, com os mais diversos animais no ponto de mira.
Agora, conversava depois de lauto jantar em casa do comendador Fonseca Galhardo. Entre o café e a aguardente-velha, os episódios cinegéticos fervilhavam. As oito senhoras presentes rodearam-no. Senhor General, teve alguma vez que defrontar-se com um leão? Perfeitamente, minhas queridas. Um leão enorme, de juba eriçada. Conte, conte.
Pois bem, eu ia na esteira do bicho, eis senão quando o malandro sai do mato e começa a correr para mim. Os auxiliares raspam-se. Eu, sem temor, faço pontaria e… click. Espingarda encravada. Não me restava senão dar também às de vila-diogo. E o leão atrás de mim. E corríamos ambos. E o bandido, graum, graummmmm, graaauuuuummmmmmm!!!!!!!!
Com o meu pedido de desculpas, ilustres Damas: eu borrei-me todo. Ó senhor general, não se preocupe, disse a Senhora Dona Felismina, comendadora, ou seja, amantíssima esposa do Galhardo. Em tais transes, foi mais do que justificado, venha o mais pintado dizer que tal nunca lhe acontecera. Mas, caro Amigo, isso foi em tempos…
Perdão, queridas Amigas, foi agora, com o esforço que fiz a rugir como o leão.
(Já está. Há mais do general. Depois se verá).
(Este texto já foi publicado no tttp://aminhatravessadoferreira.blogspot.com. Leia-se, portanto, que o pedido de autorização inicial é dirigido à cambada que me vem a ocupar o meu adorado blogue. Chuif, chuif)
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Comentários
Antunes Ferreira disse:
ResponderEliminarSe ainda me concederem espaço neste blogue - do que duvido, mas espero e desejo vivamente -, vou contar aqui umas estorinhas muito minis.
E eu digo:
Amigo Antunes Ferreira: pregaste-me um susto do carago! Quando comecei a ler a tua introdução à estorinha, logo me começou a cheirar mal pois pensei para os meus botões: queres veres que o gajo vai pedir aumento de remuneração? Se bem que os honorários pagos pelo Splish-Splash aos seus digníssimos colaboradores sejam os melhores do mundo e arredores, a dizer com o epíteto que há muito lhe foi atribuído e que orgulhosamente ostenta, o que é certo é que o momento actual é de contenção, além de que é apanágio do administrador aumentar a todos os seus colaboradores e não apenas a um, porque todos dão o litro para que foram contratados, independentemente de colocarem ou não textos no blogue, caso do Bernardo, do Cláudio, da Dina e da Con, ultimamente mais votados para o trabalho de bastidores, como por exemplo ver como anda a concorrência, campanhas promocionais e outras coisas que tais que um blogue que se preze não deve menosprezar.
Finalmente, depois de lida a introdução atentamente e de me ter deliciado com mais um dos teus textos que têm o condão de nos transportar para o enredo armados em protagonistas, tal como o então major Gomes Marcelino fiquei mais aliviado por saber que não ias exigir aumento de honorários e muito menos despir-te, digo, despedir-te (engano-me sempre nesta palavra).
Grande abraço
:)
Olá Henrique!
ResponderEliminarMeu amigo, apesar do mal cheiro, adorei a historinha.
Que venha mais, mas sem borrões nas calças....
Parabéns!
Beijos,
Carmen Augusta