A nova exposição de Jérôme Poignard celebra a arte urbana entre Brasil e França
Quando a arte urbana entra no museu, a cidade inteira passa a fazer parte da obra
"Cidades não são lugares: são memórias pintadas com luz e cor."
Alba Fraga Bittencour
A exposição “Villes et Cores”, do artista francês Jérôme Poignard, ocupa o Espaço Cultural Correios Niterói, no Rio de Janeiro, com um conjunto expressivo de obras que transformam paisagens urbanas em experiências sensoriais marcadas pela luz, pela cor e pela memória. A mostra integra as comemorações do Ano da França no Brasil e apresenta ao público 28 aquarelas e quatro telas em acrílico inéditas, além de um mural especial criado em colaboração com Bragga, um dos pioneiros do graffiti carioca.
Com curadoria de Sady Bianchin, artista, académico e secretário de Cultura de Maricá, “Villes et Cores” propõe um diálogo fluido entre pintura, design e arte urbana contemporânea. As cidades retratadas por Poignard — como Rio de Janeiro, Paris e outros centros urbanos ao redor do mundo — surgem como fragmentos de lembranças, onde a precisão técnica convive com a espontaneidade da aquarela e a vibração cromática. São paisagens que não pretendem ser literais, mas evocativas, quase em estado líquido.
O mural de Bragga amplia esse universo visual ao incorporar fragmentos pixelados, padrões geométricos e referências à estética digital. A sua intervenção estabelece uma ponte direta entre o espaço expositivo e a pulsação das ruas, misturando grafite, design e motion design numa linguagem abstrata que dialoga com música, improvisação e ritmo. O resultado é um contraponto contemporâneo que reforça a ideia de cidade como organismo vivo, em constante transformação.
Ao unir a obra pictórica de Poignard à força gráfica de Bragga, a exposição reafirma a vocação híbrida do projeto, onde arte, design e urbanidade se cruzam sem hierarquias. Mais do que uma mostra individual, “Villes et Cores” funciona como um exercício de intercâmbio cultural, sublinhando a afinidade criativa entre Brasil e França através de olhares distintos, mas complementares.
Jérôme Poignard, natural de Fontainebleau e radicado no Rio de Janeiro, construiu uma carreira sólida tanto nas artes plásticas quanto no design gráfico. Fundador da agência Pointillé, especializada em branding e design estratégico, o artista desenvolve paralelamente uma produção pictórica reconhecida pela luminosidade, pelas cores intensas e pela sensibilidade no tratamento da luz. O seu percurso inclui exposições no Brasil e no exterior, em espaços como o Centro Cultural Correios RJ, Galeria MonsartStage, em Roma, e o Hotel Santa Teresa MGallery.
Bragga, por sua vez, iniciou a sua trajetória artística nas ruas do Rio de Janeiro em 1998 e tornou-se referência no grafite carioca. Ao longo dos anos, expandiu a sua linguagem para o design e o motion design, desenvolvendo uma série abstrata que traduz a energia da metrópole em explosões cromáticas e composições dinâmicas, onde o analógico das ruas encontra o digital das telas.
A curadoria de Sady Bianchin confere densidade conceitual à exposição. Poeta, artista, académico e gestor cultural, Bianchin traz para o projeto a sua experiência multidisciplinar e o seu olhar atento às interseções entre arte, sociedade e cotidiano, reforçando o caráter cultural e simbólico da mostra.
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Redatora Permanente do luso-brasileiro Portal Splish Splash. Uma sonhadora que acredita no verdadeiro amor, no romantismo e na felicidade, que carrega a fé em cada detalhe da vida. VER PERFIL
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