Tireoide desregulada pode ocorrer com produção excessiva ou baixa de hormônios; entenda
Hipotiroidismo e o hipertiroidismo são as principais disfunções da tireoide, glândula que desempenha papel fundamental no metabolismo do organismo e no funcionamento de órgãos como coração e cérebro
São Paulo – setembro 2025 - O que é, afinal, a “tireoide desregulada”, que tantas pessoas dizem ter? A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço que desempenha um papel fundamental no funcionamento do organismo. “A tireoide é principalmente responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o gasto energético e a temperatura corporal, além de influenciarem no funcionamento do fígado, rins, coração e cérebro, assim interferindo diretamente no peso, humor, memória, ciclo menstrual e fertilidade, por exemplo”, explica a Dra. Deborah Beranger*, endocrinologista com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ), que ressalta que, por esses motivos, qualquer problema no funcionamento da tireoide pode causar impactos sérios na saúde e bem-estar.
Segundo a médica, entre as condições mais comuns que podem causar alterações na tireoide estão o hipotiroidismo e o hipertiroidismo, que geralmente ocorrem devido a doenças autoimunes. “O hipertiroidismo é caracterizado pela produção excessiva dos hormônios tiroidianos, o que pode provocar emagrecimento, intestino solto, aceleração do coração, agitação, quadros de ansiedade, nervosismo, insônia e intolerância ao calor”, detalha a especialista. “Em contrapartida, o hipotiroidismo, que tem alta incidência na população, consiste na queda da produção desses hormônios, provocando sinais como diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, ganho de peso, constipação, ressecamento da pele, alteração no ciclo menstrual e até mudanças de humor e depressão, além do aumento nos níveis de colesterol, dificuldade na filtragem dos rins e aumento do risco de insuficiência cardíaca”, afirma.
Ao notar tais sintomas, é importante buscar um médico endocrinologista para passar por uma avaliação e receber o diagnóstico adequado, que é realizado por meio de exame de sangue para verificar os níveis dos hormônios TSH e T4 livre. “No hipertiroidismo, geralmente, os níveis de T4 livre são mais altos e os de TSH mais baixos. Já o contrário pode indicar hipotiroidismo”, diz a especialista, que acrescenta que, dependendo dos resultados, pode ser necessário dosar outros hormônios ou realizar exames de imagem para confirmar o diagnóstico.
Uma vez diagnosticado, o tratamento dependerá da condição e da gravidade de cada caso. “No hipertiroidismo, o tratamento pode envolver medicamentos para reduzir a produção excessiva de hormônios e, em casos graves, a remoção da tireoide, com realização posterior de reposição hormonal”, explica a Dra. Deborah Beranger, que acrescenta que a reposição hormonal também é o tratamento recomendado nos casos de hipotiroidismo. “E ao contrário do que é disseminado, a reposição hormonal, quando devidamente indicada, não causa câncer. Pelo contrário. Nos casos de disfunções da tireoide, o tratamento hormonal pode proteger contra diversas doenças e todos os sintomas desaparecem. Então, o mais importante é buscar um médico especialista para ter o acompanhamento adequado”, finaliza.
*DRA. DEBORAH BERANGER - Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger
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