Terapia por ondas de choque no alívio da dor

Terapia por ondas de choque é eficaz contra dores crônicas e lesões, promovendo recuperação com tecnologia e sem necessidade de cirurgia.
 Paciente sorridente sendo atendida por profissional de saúde durante sessão de terapia por ondas de choque para alívio da dor, com exames de imagem ao fundo.

Tratamento moderno auxilia pacientes com dores crônicas e lesões musculares


Especialista em Tratamento Médico de Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque), o ortopedista Dr. Fernando Jorge explica como esse tipo de terapia pode ajudar pacientes com dores agudas e crônicas


São Paulo – julho 2025 - Não é fácil conviver com a dor. Pacientes que sofrem com inflamações nas articulações, lesões e dores musculares, crônicas ou agudas, tendem a recorrer a diversos tratamentos para melhorar a qualidade de vida, dentre eles a terapia de onda de choque vem ganhando destaque. Mas elas realmente funcionam? “Estudos de alta evidência demonstram eficácia e comprovam ótimos resultados em tendinites, tendinopatias calcária, fascite plantar, esporão, epicondilites, pseudoartroses e lesões e dores musculares crônicas. Essas terapias utilizam ondas acústicas de alta energia, aplicadas sobre áreas lesionadas do corpo, promovendo efeitos mecânicos e biológicos”, explica o Dr. Fernando Jorge* (@dr.fernandojorge), ortopedista especialista em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). “São como pequenas ondas de som de alta intensidade aplicadas na região do corpo que está machucada ou dolorida. Elas estimulam a neoangiogênese (formação de novos vasos), melhoram o metabolismo celular local, modulam a inflamação e promovem analgesia por ação sobre terminações nervosas. Elas ajudam o organismo a se recuperar, melhoram a circulação, reduzem inflamações e aliviam a dor”, completa o médico, que também é especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque).

Existem basicamente dois tipos de onda de choque, as focais e as radiais. “As focais atingem áreas mais profundas e precisas, usadas para problemas mais localizados e graves, ideais para tendinopatias crônicas profundas, pseudoartroses e calcificações. Já as radiais são mais superficiais e espalhadas, usadas para dores mais amplas, como dores musculares e tendinites menos profundas, usadas em tendinopatias mais superficiais, dores miofasciais e pontos-gatilho”, diz o especialista, que destaca a maior precisão e energia das ondas focais em comparação às radiais, que são mais abrangentes e menos dolorosas.

O tratamento, segundo o médico, tem várias vantagens, como o fato de não ser invasivo, não necessitar de anestesia, reduzir a necessidade de cirurgias, ajudar em casos crônicos onde outros tratamentos falharam e promover recuperação mais rápida. “A terapia é realizada em consultório, com aplicação de gel condutor sobre a pele e um aplicador direcionado à área lesionada. Pode haver desconforto ou leve incômodo, variando de leve a moderado, mas geralmente é bem tolerado. Normalmente, fazemos de 8 a 10 sessões, uma vez por semana ou a cada 15 dias, com importante melhora progressiva.

Há indicação para pacientes que sofrem com tendinites (ombro, cotovelo, tornozelo), fascite plantar (dor na sola do pé), esporão de calcâneo, dores musculares crônicas, calcificações nos tendões e até em casos de ossos que demoram para consolidar. “Para a recuperação, as ondas causam microlesões controladas que estimulam o processo natural de cicatrização, aumentam a produção de fatores de crescimento, estimulam a formação de novos vasos sanguíneos e assim melhoram a circulação e aumentam a produção de substâncias que ajudam o tecido a se recuperar, além de bloquear receptores de dor inibindo substâncias inflamatórias e mediadores de dor”, destaca o médico.

Apesar de todos os benefícios, as ondas de choque não substituem remédios e fisioterapia. “É um tratamento complementar. A terapia por ondas de choque potencializa a recuperação, mas não exclui fisioterapia, reabilitação muscular ou, quando indicado, uso pontual de medicamentos”, explica.

Com relação às contraindicações, gestantes, pacientes em uso de anticoagulantes, com distúrbios de coagulação, presença de tumores na área tratada, infecções locais, e próteses metálicas muito próximas da área de aplicação não devem fazer o tratamento. “Esse é um tratamento que está evoluindo constantemente. Além das aplicações ortopédicas, estão sendo estudadas aplicações em cicatrização de feridas crônicas, disfunções urológicas (como disfunção erétil), e regeneração em tecidos musculares e tendinosos mais complexos. Vejo um futuro promissor. A tendência é que ele se torne cada vez mais comum, com a utilização combinada com terapias ortobiológicas, terapias celulares e reabilitação avançada, tornando-se parte essencial no arsenal terapêutico de condições musculoesqueléticas crônicas e lesões esportivas”, finaliza.

*DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque).  Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. ⁠Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge
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