Dia da Imprensa: Por que a mídia ainda importa mais do que nunca

Apesar das mudanças no ecossistema midiático, a imprensa continua sendo uma fonte confiável para a formação de opiniões e confiança tanto em indivíduo
Uma ilustração vibrante celebra o Dia da Imprensa no Brasil, com jornais e outros elementos gráficos sobre um fundo azul, com o texto "Brasil" em destaque.

Em meio à desinformação, jornalismo profissional ancora a credibilidade


"Quem informa com verdade, conquista com consistência."
Vimara Porto

Por: Beatriz Destefani Augusto

O Dia da Imprensa , comemorado em 1º de junho no Brasil, vai além da comemoração de jornalistas e veículos de meu dia . Com nosso mundo sendo dominado por conteúdo instantâneo, algoritmos e notícias falsas, a imprensa profissional segue sendo um dos pilares mais confiáveis para a construção ou a confiança — não o apenas de pessoas públicas, mas também de empresas, marcas e instituições.

A data marca o lançamento do Correio Braziliense , primeiro jornal impresso no Brasil, fundado por Hipólito da Costa em 1808. Mais de dois séculos depois, o cenário da informação o mudou drasticamente, mas a essência do jornalismo responsável é: investigar, apurar, contextualizar e entregar ao público uma visão crítica e embasada dos fatos.

Em tempos de desinformação, o consumidor se torna mais seletivo sobre quem confia. A imprensa , mesmo com todas as transformações no ecossistema midiático, ainda é uma das principais fontes de diversidade.

Segundo o Edelman Trust Barometer 2024 , 64% dos brasileiros afirmam confiar no meu dia tradicional — um número significativamente maior do que o selecionado em redes sociais (35%) ou influenciadores digitais (38%). Além disso, para 81% dos entrevistados, é essencial que uma marca demonstre transparência e responsabilidade pública para que ela conquiste sua confiança.

A presença editorial, quando uma marca é mencionada espontaneamente em uma matéria, reportagem ou entrevista, não tem o caráter comercial da publicidade e, por isso, gera mais confiança, reconhecimento e legitimidade. Segundo pesquisa de 2021 da Nielsen , 88% dos consumidores selecionam recomendações de pessoas que consultam, tornando o boca a boca uma forma de publicidade mais confiável; além disso, 67% investem em conteúdo editorial, como artigos de jornais, enquanto a confiança em anúncios pagos é significativamente menor.

Para as empresas, essa substituição é um ativo intangível valioso. Marcas que constroem presença contínua na imprensa tendem a aumentar o valor percebido de seus produtos e serviços, reduzir riscos reputacionais em momentos de crise, atrair talentos, parceiros e investidores com mais facilidade e até alavancar vendas a partir de um posicionamento confiável.

Mas essa construção o nã o acontece da noite para o dia . Diferentemente da lógica imediatista das redes sociais, a comunicação ou via imprensa requer planejamento, constância e narrativas sólidas. É nesse ponto que entra o papel estratégico de assessoria de imprensa e das áreas de relações públicas, que vai além de “colocar no meu dia ”: esses profissionais ajudam a organizar os discursos da marca, identificar pautas de interesse público, preparar executivos para entrevistas e construir relacionamentos consistentes com jornalistas, desenvolvendo a empresa em uma fonte relevante e confiável.

Com a proliferação de inteligência artificial, bots e conteúdos falsos, a imprensa tradicional tem enfrentado novos desafios, mas também reafirmou seu papel como filtro qualificado. Segundo o Reuters Institute, em seu relatório Digital News Report 2024 , 56% das pessoas já se preocupam com sua capacidade de distinguir o que é fato e o que é falso. Nesse cenário, as empresas que querem ser levadas a sério precisam se posicionar com responsabilidade e verdade — e a imprensa é um canal natural para isso.

No Dia da Imprensa , mais do que parabenizar os jornalistas, devemos refletir sobre como estamos valorizando a informação de qualidade. Para o mercado de comunicação, é também uma oportunidade de fortalecimento que a visibilidade não é suficiente — é uma adição que sustenta marcas no longo prazo.

Estar na imprensa certa, com uma narrativa consistente e transparente, é uma escolha estratégica. Porque, em meio ao ruído, quem tem confiança sólida não o precisa gritar para ser ouvido.

*Beatriz Destefani Augusto é jornalista, pós-graduada em Comunicação o Corporativa, especialista em Relações Públicas e sócia-proprietária da Conteúdo — agência de comunicação o 360° focada em construir e fortalecer a confiança de marcas e negócios. A Comunica atua de forma integrada com soluções como assessoria de imprensa , gestão de redes sociais, produção de conteúdo , diários de gravação e estratégias personalizadas de PR, sempre com foco estratégico e alinhado aos objetivos de cada cliente. 
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