Médico João Borzino fala sobre o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que atinge famosas como Andressa Urach

Casos de figuras públicas como Andressa Urach e Mary Magdalene, que passaram por cirurgias extremas, ilustram as consequências de uma busca incessante
Criação IA de um médico de bata branca, apontando para um diagrama de anatomia feminina em uma prancheta.

Como a busca incessante pelo “corpo ideal” levou a sérias consequências 

 
Casos como o da modelo e influenciadora Mary Magdalene, ficou conhecida mundialmente por uma série de cirurgias extremas, podem indicar transtorno de imagem
 

A busca pela perfeição trouxe consequências sérias para diversas famosas, como Andressa Urach. Quem não lembra quando a criadora de conteúdo adulto quase morreu devido ao uso de Hidrogel.

Urach expôs sua história, relatando como a busca incessante pelo “corpo ideal” levou a sérias consequências físicas e psicológicas, incluindo infecções e crises existenciais.

"A linha entre o cuidado com a imagem e a distorção da autoimagem é tênue. Em casos graves, mesmo após dezenas de procedimentos, a insatisfação persiste – ou piora. Alguns casos públicos ilustram esse fenômeno. A modelo e influenciadora Mary Magdalene, canadense, ficou conhecida mundialmente por uma série de cirurgias extremas, incluindo implantes labiais e de mama que causaram complicações graves", afirma o médico e terapeuta sexual João Borzino.

Atrizes como Madonna, alvo recente de comentários após uma transformação facial visível, geram debates sobre até onde a indústria da beleza empurra celebridades – e, por tabela, mulheres comuns – para um padrão quase inatingível. O que antes era autocuidado hoje se aproxima de um ciclo vicioso de retoques, correções e arrependimentos.

Até que ponto esse desejo por “melhorar” o corpo é saudável? Quando ele se transforma em um sofrimento invisível chamado Transtorno Dismórfico Corporal (TDC)?

De acordo com o médico e terapeuta sexual, João Borzino, o TDC é uma condição psiquiátrica caracterizada por uma preocupação obsessiva com um ou mais defeitos percebidos na aparência – que muitas vezes são mínimos ou inexistentes. 

"Essa preocupação provoca sofrimento intenso e impacta negativamente a vida social, profissional e emocional do indivíduo. Estudos mostram que o TDC afeta cerca de 2% da população mundial, mas esse número pode ser ainda maior entre pessoas que buscam procedimentos estéticos. Pesquisas indicam que até 15% dos pacientes em clínicas de cirurgia plástica e dermatologia estética podem ter TDC, muitas vezes sem diagnóstico", explica.

Segundo Borzino, um dado alarmante é que muitos dos pacientes com TDC não se enxergam como doentes, mas como pessoas “exigentes” ou “vaidosas”. 

Segundo o médico, as redes sociais têm um papel central nesse processo. "Filtros que afilam o rosto, aumentam os lábios e afinam o nariz criam uma estética artificial que se tornou norma. A chamada “harmonização facial” passou de exceção para padrão, mas muitos profissionais de saúde já alertam: a busca exagerada por essa simetria pode ser um reflexo de TDC não diagnosticado", esclarece. 

Você pode estar sofrendo de Transtorno Dismórfico Corporal se:
1. Passa horas no espelho se preocupando com supostos “defeitos”.
2. Evita fotos, espelhos ou eventos sociais por se sentir “feia”.
3. Já fez procedimentos estéticos, mas continua insatisfeita.
4. Compara-se obsessivamente com outras mulheres nas redes sociais.
5. Recebe elogios, mas sente que as pessoas estão “só sendo gentis”.

Como cultivar uma relação saudável com seu corpo:
1. Questione os padrões: beleza não é sinônimo de simetria ou juventude.
2. Desconecte-se: reduza o tempo em redes sociais com filtros e comparações.
3. Busque ajuda: terapia cognitivo-comportamental é eficaz no tratamento do TDC.
4. Valorize funcionalidade: o corpo é mais do que aparência, é saúde, movimento e história.
5. Pratique autocompaixão: aceite que imperfeições fazem parte do ser humano.

"A estética deve ser uma escolha livre e consciente – não uma resposta ao sofrimento psicológico. O corpo não precisa ser moldado a padrões irreais para ser digno de respeito, prazer e autoestima.Antes de marcar o próximo procedimento, olhe com cuidado: o problema está mesmo no espelho – ou na forma como você se enxerga?", conclui. 

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